Beta Israel
Beta Israel[a] ou judeus etíopes,[b] por vezes referidos, inapropriadamente, como Falashim [6] ou Falashas,[7] são uma comunidade judaica coalescida na área do Axum e do Império Etíope (Habesha ou Abissínia), atualmente dividida entre as regiões de Amara e Tigré.[8]
Beta Israel ביתא ישראל ቤተ እስራኤል | ||||||||||||
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Judias etíopes no Muro das Lamentações durante a semana do Pessach, 2003 | ||||||||||||
População total | ||||||||||||
173 500 | ||||||||||||
Regiões com população significativa | ||||||||||||
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Línguas | ||||||||||||
Línguas faladas
amárico, tigrínio, hebraico e historicamente línguas judaicas (dialetos kayla e qwara) Língua litúrgica
ge'ez | ||||||||||||
Religiões | ||||||||||||
Judaísmo (haymanot · judaísmo rabínico) | ||||||||||||
Grupos étnicos relacionados | ||||||||||||
Demais judeus, agaus |
Essa comunidade vivia no norte e noroeste da Etiópia, em mais de 500 aldeias espalhadas por um vasto território, entre as populações predominantemente cristãs e muçulmanas.[9] A maior parte concentrava-se na área em torno do lago Tana e mais ao norte, na região de Tigré, entre os distritos de Wolqayit, Shire, Tselemt e Gondar e entre as províncias de Semien, Dembia, Segelt, Quara, e Belesa.
Beta Israel fez contato com outras comunidades judaicas no final do século XX. Após intensos debates constitucionais e envolvendo o Halachá – a lei judaica –, as autoridades israelenses decidiram, em 14 de março de 1977, que a Lei do retorno se aplicava também a Beta Israel.[10] O governo de Israel e o governo dos Estados Unidos montaram operações aliyah para transportar os judeus etíopes para Israel.[11][12] Essas atividades incluíram, no Sudão, entre 1979 e 1985, a Operação Irmãos, a Operação Moisés e a Operação Josué; em 1991, a partir de Addis Ababa, a Operação Salomão.[13][14]
Os Falash Mura são os descendentes da Beta Israel que se converteram ao cristianismo. Alguns estão retornando às práticas do judaísmo Halcá e vivendo juntos em comunidades. Os líderes espirituais da Beta Israel, incluindo o kes Raphael Hadane, têm defendido a aceitação dos Falash Mura como judeus.[15] O governo israelense decidiu, em resolução de 2003, que os descendentes da linhagem de mães judias têm o direito de emigrar para Israel, com base no direito de retorno, mas só podem se tornar cidadãos se formalmente se converterem ao judaísmo ortodoxo.[16] Tal resolução foi alvo de controvérsias na sociedade israelense.[17][18][19][20]
Em 2009, dos 119 500 judeus etíopes residentes em Israel, muitos já eram nascidos no país. 38 500 ou 32% dos membros da comunidade tinham pelo menos um dos pais nascido na Etiópia.[21]
Notas e referências
Notas
- ↑ Em hebraico: בֵּיתֶא יִשְׂרָאֵל – Beyte (beyt) Yisrael; em ge'ez: ቤተ እስራኤል – Bēta 'Isrā'ēl, moderno Bēte 'Isrā'ēl, EAe: "Betä Ǝsraʾel"; "Casa de Israel" ou "Comunidade de Israel". O significado da palavra "Beta" no contexto social/religioso é "casa" ou "comunidade".[5]
- ↑ Em hebraico: יְהוּדֵי אֶתְיוֹפְּיָה – Yehudey Etyopyah; em ge'ez: "የኢትዮጵያ አይሁድዊ" – ye-Ityoppya Ayhudi.
Referências
- ↑ Israel Central Bureau of Statistics: The Ethiopian Community in Israel
- ↑ Eliana Rudee (24 de maio de 2021). «Work goes on: Efforts to bring last of Ethiopian Jews to Israel». .jns.org. Consultado em 23 de dezembro de 2021
- ↑ Mozgovaya, Natasha (2 de abril de 2008). «Focus U.S.A.-Israel News – Haaretz Israeli News source». Haaretz.com. Consultado em 25 de dezembro de 2010
- ↑ The Canadian Encyclopedia - Jewish music and musicians
- ↑ James Quirin, The Evolution of the Ethiopian Jews, 2010, p. xxi
- ↑ Sharon Shalom. From Sinai to Ethiopia, the halakhic and conceptual world of Ethiopian Jewry. Introduction: The Spiritual World of Ethiopian Jewry, Then and Now. Jerusalem: Gefen, 2016. Citação:' "The Habesha people called them falashim, meaning 'exiled', while the members of the tribe preferred to call themselves Beta Israel.
- ↑ Falashas oxfordreference.com. Citação: The name ‘Falashas’, meaning ‘strangers’, is pejorative and is never used by the Beta Israel (‘House of Israel’) as these Ethiopian Jews call themselves [Tradução: "O nome 'Falashas', significando 'estrangeiros', é pejorativo e nunca é usado pela Beta Israel ('casa de Israel'), que é como esses judeus etíopes se autodesignam"].
- ↑ Weil, Shalva (1997) "Collective Designations and Collective Identity of Ethiopian Jews", in Shalva Weil (ed.) Ethiopian Jews in the Limelight, Jerusalem: NCJW Research Institute for Innovation in Education,Hebrew University, pp. 35–48. (Hebrew)
- ↑ Weil, Shalva 2012 "Ethiopian Jews: the Heterogeneity of a Group", in Grisaru, Nimrod and Witztum, Eliezer. Cultural, Social and Clinical Perspectives on Ethiopian Immigrants in Israel, Beersheba: Ben-Gurion University Press, pp. 1–17.
- ↑ Michael Corinaldi, Ethiopian Jewry: Identity and Tradition, Rubin Mass, 1988, p. 186–188 (Hebrew)
- ↑ Weil, Shalva 2008 "Zionism among Ethiopian Jews", in Hagar Salamon (ed.) Jewish Communities in the 19th and 20th Centuries: Ethiopia, Jerusalem:Ben-Zvi Institute, pp. 187–200. (Hebrew)
- ↑ Weil, Shalva 2012 "Longing for Jerusalem Among the Beta Israel of Ethiopia", in Edith Bruder and Tudor Parfitt (eds.) African Zion: Studies in Black Judaism, Cambridge: Cambridge Scholars Publishing, pp. 204–217.
- ↑ The Rescue of Ethiopian Jews 1978–1990 (Hebrew); "Ethiopian Immigrants and the Mossad Met" (Hebrew)
- ↑ Weil, Shalva. (2011) Operation Solomon 20 Years On, International Relations and Security Network (ISN).
- ↑ Takuyo Hadane, From Gondar To Jerusalem, pp. 91–106 (em hebraico)
- ↑ "The issue of Falash Mura aliyah – follow-up report", Israeli Association for Ethiopian Jews, (Hebrew)
- ↑ "Israel is losing its sovereignty", Ha'aretz.
- ↑ Israel "can't bring all Ethiopian Jews at once" – foreign minister., Asia Africa Intelligence Wire (From BBC Monitoring International Reports).
- ↑ Israel orchestrates mass exodus of Ethiopians. Knight Ridder/Tribune News Service.
- ↑ Nigel Vaughan Lowe; Gillian Douglas (1996). Families Across Frontiers. Martinus Nijhoff Publishers. p. 391. ISBN 90-411-0239-6.
- ↑ «Israel gave birth control to Ethiopian Jews without their consent». The Independent. Janeiro de 2013. Consultado em 24 de julho de 2014