Biblioteca da Presidência da República
A Biblioteca da Presidência da República é a biblioteca de pesquisa da Presidência da República do Brasil, localizada no Palácio do Planalto, em Brasília. Foi fundada em 1914, inicialmente localizada no Rio de Janeiro, à época a capital do país, sendo transferida para Brasília em 1961. É especializada em Ciências Sociais, com ênfase em Direito, e possui um acervo de aproximadamente 31 mil itens, incluindo monografias, periódicos, normas legais e dados biográficos dos presidentes da República e de ministros.[2][3][4][5]
Biblioteca da Presidência da República | |
---|---|
Juscelino Kubitschek em audiência com um indígena Carajás na biblioteca em 1960. | |
País | Brasil |
Escopo | monografias, periódicos e normas inferiores (portarias, atos, circulares, entre outros) |
Estabelecida | 1914 |
Localização | Palácio do Planalto, Brasília |
Acervo | |
Tamanho | +31.000 |
Referências: [1][2] |
História
editarA Biblioteca da Presidência da República foi estabelecida em 1914, durante o Governo Venceslau Brás.[3] Na época, formava seu acervo 702 obras e 3.695 volumes. Tinha como papel atender a demanda por informações legislativas e pesquisas jurídicas dos servidores da presidência. Em 1951, a equipe de bibliotecários que ali trabalhava promoveu sua reorganização, dando início a uma nova biblioteca, especializada em legislação, Direito Administrativo, Direito Constitucional e Ciência Política. Também passaram a ser disponibilizados as biografias dos presidentes e vice-presidentes do país.[6][2]
Em 1961, a nova capital federal, Brasília, foi inaugurada, levando a Biblioteca da Presidência a instalar-se no Palácio do Planalto. Apesar da mudança, manteve seu acervo. A partir de 1979, o Serviço de Documentação, ao qual estava subordinada, passou a fazer parte da estrutura e competência do Gabinete Civil, o que levou a Biblioteca a incorporar parte do acervo bibliográfico da Secretaria do Conselho de Segurança Nacional. Nesse mesmo ano, foi transferida para o anexo I do Palácio do Planalto, onde se encontra até hoje.[3][2]
Em 2005, no governo Lula (PT), a biblioteca foi reinaugurada após passar por reforma orçada em setecentos mil reais.[7] Segundo José Dirceu, então ministro da casa-civil, o prédio passou por compra de mobília e restauração de móveis.[8] Questionado por não ter comprado livros para o acervo, Dirceu, argumentou que a proposta do governo era "voltar a deixar utilizável o espaço da biblioteca, e que posteriormente a biblioteca teria o acervo renovado."[9] No mesmo ano, foi certificada pelo Conselho Regional de Biblioteconomia da 1ª região (CRB1). [10]
Em 2020, com Jair Bolsonaro na presidência, governo informou que parte de seu espaço seria utilizado para abrigar a equipe da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.[3] O Palácio do Planalto atestou que o acervo da biblioteca se manteve íntegro e que espaço não estava sendo totalmente utilizado.[11][12] A decisão foi criticada pelo Conselho de Biblioteconomia.[13] A ideia não repercutiu junto a opinião pública, gerando protestos entre órgãos vinculados a biblioteconomia.[14][15] Poucos dias depois, o governo desistiu da ideia.[16]
Acervo
editarO acervo da biblioteca é especializado em Ciências Sociais, com ênfase em Direito.[5] Foi organizado segundo a Classificação decimal de Dewey (CDD) e seu catálogo obedece a 2º edição do Código de Catalogação Anglo-Americano. Possui mais de 31.000 itens, como monografias, periódicos e normas inferiores (portarias, atos, circulares, entre outros).[1][2]
Com o lançamento de uma nova versão para o sítio da Presidência da República, a biblioteca empreendeu esforços para digitalizar seu acervo. Todos os discursos presidenciais foram digitalizados em OCR (Optical Character Recognition).[2] Seu catálogo pode ser consultado online.[5]
Visitação
editarÉ aberta ao público de segunda a sexta-feira.[11]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b «Acervo». Palácio do Planalto. Biblioteca da Presidência da República. 2020. Consultado em 4 de agosto de 2020
- ↑ a b c d e f «Biblioteca da Presidência da República». Palácio do Planalto. Biblioteca da Presidência da República. 2020. Consultado em 4 de agosto de 2020
- ↑ a b c d «Biblioteca da Presidência perde espaço para receber equipe coordenada pela primeira-dama». G1. Jornal Nacional. 15 de fevereiro de 2020. Consultado em 4 de agosto de 2020
- ↑ «Bibliotecas digitais e acervos online». Governo de São Paulo. Biblioteca Virtual. 2020. Consultado em 4 de agosto de 2020
- ↑ a b c «Biblioteca da Presidência da República perde espaço para gabinete de Michelle Bolsonaro». Gaúcha ZH. 16 de fevereiro de 2020. Consultado em 4 de agosto de 2020
- ↑ Erick Kader Callegaro Correa (2015). «Discurso político de Lula: o papel do marcador "não" na construção da persona textual» (PDF). Universidade Federal de Santa Maria. Consultado em 4 de agosto de 2020
- ↑ Julia Duailibi (30 de março de 2005). «Biblioteca é reaberta sem livros novos». Folha de S. Paulo. Consultado em 4 de agosto de 2020
- ↑ Marra, Ana (29 de março de 2005). «Biblioteca da Presidência da República é reinaugurada no Planalto». Empresa Brasil de Comunicação. EBC. Consultado em 27 de agosto de 2020
- ↑ Cardoso, Karina (31 de março de 2005). «Reforma na biblioteca do Planalto garante preservação de atos presidenciais». Empresa Brasil de Comunicação. EBC. Consultado em 27 de agosto de 2020
- ↑ «Biblioteca da Presidência da República». Biblioteca. Portal do Governo Brasileiro. Consultado em 27 de agosto de 2020
- ↑ a b «Biblioteca da Presidência passa por obra para abrigar equipe da primeira-dama e perde espaço». G1. 15 de fevereiro de 2020. Consultado em 4 de agosto de 2020
- ↑ Bruna Bengozi (16 de fevereiro de 2020). «Quando os livros saem pela privada (literalmente): o caso da Biblioteca do Planalto». Livro e Café. Consultado em 4 de agosto de 2020
- ↑ «Conselho de Biblioteconomia critica redução da biblioteca da Presidência da República». Conselho Regional de Biblioteconomia da 8ª região. 17 de fevereiro de 2020. Consultado em 4 de agosto de 2020
- ↑ «Conselho de Biblioteconomia critica redução da Biblioteca da Presidência da República». Biblioo. Carta Capital. 15 de fevereiro de 2020. Consultado em 27 de agosto de 2020
- ↑ Sallum, Samanta (17 de fevereiro de 2020). «Conselho protesta contra ocupação da Biblioteca da Presidência por Michelle». Congresso em Foco. Consultado em 27 de agosto de 2020
- ↑ Samanta Sallum (19 de fevereiro de 2020). «Casal Bolsonaro desiste de gabinete de Michelle na biblioteca do Planalto». Congresso em Foco. Consultado em 4 de agosto de 2020