Butarga

especialidade culinária

Butarga (em italiano: bottarga; em francês e occitano, boutargue ou poutargue; em árabe بطارخ , translit. buṭariḫ; em judeu-árabe, damhout; em grego moderno, αυγοτάραχο, translit. avgotárakho; em japonês é karasumi (カラスミ ou 鱲子) é uma especialidade culinária de vários países do Mediterrâneo (Itália, França, região do Magrebe, Espanha, Grécia), feita da ova de certos peixes (sargo, atum-rabilho, tainha etc.) salgada e seca. A butarga é revestida com cera, a fim de deter a sua maturação no momento certo e também para conservá-la e protegê-la do contato externo.[1]

Origem

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Butargas em Taiwan

Cerca de 3500 anos antes da nossa era, os antigos egípcios e os romanos consumiam ovas de peixe secas. No entanto, a propagação desse hábito alimentar ao longo da costa do Mar Mediterrâneo se deve aos fenícios. Tradicionalmente, as ovas compõem a dieta alimentar dos pescadores durante os seus dias no mar. Hoje, fora das áreas de consumo tradicional, a butarga tornou-se um alimento de luxo e, diante do forte aumento da demanda, os peixes tornaram-se escassos na região do Mediterrâneo e, por essa razão, atualmente são importados da Mauritânia, Senegal, Brasil e outros países.[2]

Consumo

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A iguaria pode ser consumida como antepasto, em finas fatias, com suco de limão, ou ralada sobre torradas amanteigadas, ou ainda para molhos de massas. Para consumir, deve-se retirar a cera protetora e depois, pode-se ou não remover a película que envolve as ovas de peixe.

Na Itália, a butarga é preparada principalmente com ovas de mugem (ou tainha), mas também de atum e espadarte. No entanto, para os puristas italianos, só a bottarga di Muggin (butarga de tainha) pode ser chamada bottarga. A iguaria é utilizada sobretudo nas cozinhas siciliana e sarda. Na Sicília, são famosas as butargas de Marzamemi e de Trapani). Também na região costeira da Toscana, na chamada Maremma grossetana, são bem conhecidas as butargas de Orbetello.

No Líbano, a butarga é servida em fatias, sendo cada fatia coberta com um pedaço de alho cru e imersa em azeite de oliva, sendo comida com pão pita.

Outras áreas costeiras do Mar Mediterrâneo que se destacam pela produção de butarga são a Provença, a costa da Grécia, Chipre, Turquia, Egito, Tunísia. No Japão, existe uma preparação muito similar chamada karasumi.

Preparação básica

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A bolsa ovárica é extraída do peixe fêmea e, sem rompê-la, é logo lavada para remover as impurezas. Depois é colocada em salmoura, tendo o cuidado de agitar frequentemente as bolsas e mudar periodicamente o sal. Em seguida, são pressionadas para drenar o máximo possível de umidade e expostas à luz solar num local limpo e seco.

Nutrição e saúde

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Como todos os ovos e ovas, a butarga é rica em proteínas, ômega 3 e vitaminas A, B, C, E, ferro, cálcio.[carece de fontes?]

Referências

  1. Rachel Botelho (17 de abril de 2008). «Tradicional na Itália, bottarga é pouco conhecida no Brasil». Folha de S.Paulo. Consultado em 10 de dezembro de 2024 
  2. Juliana de Faria (18 de setembro de 2009). «Bottarga ganha espaço nos restaurantes de São Paulo». Veja. Consultado em 10 de dezembro de 2024 

Ver também

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