Cásper Líbero

jornalista brasileiro
 Nota: Se procura a fundação e instituição educacional, veja Fundação Cásper Líbero.

Cásper Líbero (Bragança Paulista, 2 de março de 1889Rio de Janeiro, 27 de agosto de 1943) foi um jornalista e empresário brasileiro, fundador do jornal Última Hora no Rio de Janeiro, e proprietário A Gazeta em São Paulo. Seu legado é mantido pela Fundação Cásper Líbero, que hoje mantém a Rádio Gazeta Online, a Faculdade Cásper Líbero, a TV Gazeta, além da extinta Gazeta Esportiva. É formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Cásper Líbero

Nome completo Cásper Líbero
Nascimento 2 de março de 1889
Bragança Paulista, São Paulo
Morte 27 de agosto de 1943 (54 anos)
Rio de Janeiro, DF
Nacionalidade brasileiro
Ocupação jornalista

Em 1918, aos 29 anos de idade, tornou-se diretor e proprietário do vespertino A Gazeta, modernizando-o e transformando-o num dos maiores órgãos de imprensa da época. Para esse fim, importou rotativas da Alemanha, substituiu o telégrafo pelo teletipo e implantou novas técnicas de gravura, composição e impressão gráfica, a primeira em cores no Brasil. Paralelamente, implantou, uma nova dinâmica no transporte e distribuição do jornal, possibilitando que os exemplares chegassem às mãos dos leitores em tempo recorde.[1] Criou um suplemento especialmente dedicado aos esportes, voltado para a cobertura futebolística, chamado de A Gazeta Esportiva e foi o idealizador da Corrida de São Silvestre, que existe há quase 100 anos.[2]

Ao morrer num acidente aéreo no Rio de Janeiro, no qual também morreu o então arcebispo de São Paulo, Dom José Gaspar d'Afonseca e Silva, ele deixou, de acordo com sua vontade presente no próprio testamento, um complexo de comunicações que é administrado atualmente pela Fundação Cásper Líbero. Este complexo que reúne atualmente a TV Gazeta, Rádio Gazeta e Gazeta FM, o portal Gazeta Esportiva, a Faculdade Cásper Líbero e o Grupo Cidadania Empresarial. Encontra-se sepultado no Obelisco de São Paulo.[3][4]

Biografia

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Primeiros anos

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Filho de Honório Líbero, médico e político republicano, e de dona Zerbina de Toledo Líbero, senhora muito respeitada em Bragança, Cásper Líbero, mudou-se para a cidade de São Paulo.

Aos 19 anos, formou-se bacharel em Ciência Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Neste período, participa na Campanha civilista, campanha em oposição a sucessão de outro militar na presidência do Brasil da Primeira República.

Como advogado trabalhou apenas por dois anos. Foi procurador da Fazenda do Mato Grosso.[5]

Início no jornalismo

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Aos 23 anos, em 1911, já com passagem pela redação da Gazeta, juntamente com Raul Pederneiras e Olegário Mariano, fundaram o jornal Última Hora, o qual teve grande circulação na cidade do Rio de Janeiro

Cásper Líbero teve breves passagens na imprensa antes de ter o seu próprio jornal. Trabalha na agência de notícias Agência Americana, entre 1913 e 1914, onde Cásper Líbero se torna diretor regional da sucursal de São Paulo da agência de notícias Agência Americana, agência de notícias fundada por Olavo Bilac, Martins Fontes e os irmãos Ambrys, onde passa 1 ano trabalhando.[6][7][a] No ano seguinte, segue para o trabalho no jornal O Estado de S. Paulo no Rio de Janeiro[8]. Aos 29 anos, no dia 14 de julho de 1918, Antônio Augusto de Covello, o terceiro dono do jornal A Gazeta, resolve vendê-lo a Cásper Líbero. Este tornou-se diretor e proprietário, transformando-o em um dos maiores órgãos de imprensa da época. Cásper modernizou o jornal implementando novas tecnologias, instalando uma nova dinâmica na sua distribuição, e conseguiu organizá-lo de maneira a obter lucros, mas promovendo um jornalismo correto e ético. Porém, o sucesso do jornal “A Gazeta” ainda não era o bastante. Ele pretendia criar um complexo de comunicação.[5] Em 1934, criou a versão sonora de “A Gazeta”, que passou na Rádio Cruzeiro do Sul que passava no programa Grande Jornal Falado d’A Gazeta.

Por ser apaixonado por esportes, ele então idealizou A Gazeta Esportiva, que começou pequeno, como apenas uma coluna, depois virando o jornal mais importante de esportes da América Latina. Em 1925, criou a tradicional Corrida Internacional de São Silvestre, que acontece todo ano no dia 31 de dezembro. Também criou a Prova Ciclística 9 de Julho, a qual homenageia a Revolução Constitucionalista de 1932. Além de outros eventos como a Travessia de São Paulo a Nado, que acontece no Rio Tietê e os Jogos Universitários Brasileiros.

Em 1939, inaugurou o Palácio da Imprensa, como viria a ser chamada a sede do jornal A Gazeta na antiga Rua da Conceição, atual Avenida Cásper Líbero. Foi o primeiro edifício erguido no país com as características apropriadas para redação, gravura, composição, impressão e distribuição de um jornal.[1]

Participação na Revolução Constitucionalista de 1932

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Cásper Líbero foi um grande entusiasta da Revolução Constitucionalista de 32. Com o fim da revolução e a derrota dos paulistas, Cásper se exila temporariamente na Europa, voltando ao Brasil após o perdão do govero.

Morte e legado

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Morre em 27 de agosto de 1943 em um acidente aéreo. Cásper foi uma das vítimas da queda do avião Cidade de São Paulo, que se chocou contra a Torre da Escola Naval, próximo à Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. O acidente foi fatal, matando não só o jornalista, como os outros passageiros. O Arcebispo de São Paulo Dom José Gaspar também estava no voo.[5] Antes de sua morte, Cásper Líbero escreveu um testamento para o assegurar que seus bens deveriam ser destinados à criação de uma fundação com os fins de, se utilizando de uma educação de qualidade e de meios de comunicação, poder construir uma sociedade mais justa e desenvolvida.[carece de fontes?]

A Fundação Cásper Líbero administra seus bens, e atendendo à sua vontade, criou a primeira escola de Jornalismo do país, a Faculdade Cásper Líbero. A TV Gazeta, que já fazia parte dos seus planos, também foi um dos legados que foram deixados.[5]

Referências

  1. a b CPDOC. «LÍBERO, Cásper» (PDF). CPDOC. Consultado em 31 de dezembro de 2024 
  2. «São Silvestre - Gazeta Esportiva». www.gazetaesportiva.com. Consultado em 3 de março de 2021 
  3. «Gazeta Esportiva Revolução de 32». www.gazetaesportiva.com. Consultado em 3 de março de 2021 
  4. «USP_Casper Libero». www2.eca.usp.br. Consultado em 3 de março de 2021 
  5. a b c d «O Cásper Líbero». Arquivado do original em 15 de junho de 2015 
  6. Aguiar, Pedro (11 de fevereiro de 2024). «Agência Americana». Consultado em 31 de dezembro de 2024 
  7. Molina, Matias (11 de novembro de 2014). História dos jornais no Brasil. [S.l.]: Companhia Digital 
  8. Hime, Gisely Valentim Vaz Coelho (2016). Cásper Líbero e a modernização do jornalismo brasileiro 1a edição ed. Curitiba, PR: Editora Appris Ltda. OCLC 1007545444 
  1. Há divergência entre as fontes primárias, ligadas à Fundação Cásper Líbero, e as fontes independentes, como universidades. Fontes ligadas à Fundação afirmam que Cásper Líbero fundou a Agência Americana, a "primeira agência de notícias", enquanto outras fontes discordam que a Agência Americana foi a primeira agência de notícias, ou fundada por Cásper Líbero.