Cândido Simões Ferreira
Cândido Simões Ferreira (Ponte Nova, 19 de março de 1921 – Rio de Janeiro, 23 de setembro de 2013) foi um geólogo, paleontólogo, pesquisador e professor universitário brasileiro.
Cândido Simões Ferreira | |
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Conhecido(a) por | pioneiro nos estudos geológicos e paleontológicos da formação Pirabas (Pará) |
Nascimento | 19 de março de 1921 Ponte Nova, Minas Gerais, Brasil |
Morte | 23 de setembro de 2013 (92 anos) Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | Universidade Federal do Rio de Janeiro |
Prêmios |
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Instituições | |
Campo(s) | Geologia e paleontologia |
Comendador e grande oficial da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, foi pesquisador emérito do Museu Nacional no Rio de Janeiro, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e assessor do Comitê de Geociências do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Biografia
editarCândido nasceu em 1921, no município mineiro de Ponte Nova.[1][2] Ingressou no curso de química, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Distrito Federal, que viria a ser incorporada pela Universidade do Brasil, que daria origem à Universidade Federal do Rio de Janeiro.[2][3][4]
Licenciado e bacharel em Química, ingressou nas Ciências da Terra ao fazer um estudo metalográfico e a análise química de alguns meteoritos brasileiros, tanto que seu primeiro artigo científico, publicado em 1951, analisou o meteorito de Barbacena. Começou a trabalhar como naturalista no Museu Nacional em 1945 e depois em 1960 ingressou na UFRJ, tornando-se professor titular em 1969, cargo que ocupou até a sua aposentadoria, em 1991.[2][3][4]
Cândido também fez grandes contribuições para o Museu Paraense Emílio Goeldi[2], em Belém do Pará, entre os anos de 1955 e 1957 como pesquisador-chefe da Divisão de Geologia, onde se dedicou aos estudos paleontológicos na Amazônia, em especial na Formação Pirabas.[2][3][4] Entre os anos de 1958 e 1964, com bolsa do CNPq, trabalhou em tempo integral para a UFRJ. Em 1964 foi nomeado chefe de divisão da geologia do Museu Nacional, tendo se dedicado aos estudos de fósseis de invertebrados.[4][5]
Cândido fez estudos pioneiros na Formação Pirabas, no Pará, com revisões das formas já descritas e descrições de novas espécies. Fez levantamentos paleontológicos e estratigráficos que se tornaram referência para o norte e nordeste.[4] Em 1976 foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências, chegando a ocupar o cargo de Secretário-Geral.[3][4] Publicou mais de 60 trabalhos, tendo orientado mestrandos e doutorandos no Museu Nacional e na UFRJ.[3][4]
Em 1990, em uma expedição às margens do rio Itapecuru, em Itapecuru-Mirim, no Maranhão, Cândido tropeçou em uma vértebra que, inicialmente, supôs ser de algum mamífero grande. Enviando a vértebra para o laboratório da UFRJ, descobriu-se que não era de um mamífero, mas sim de um dinossauro.[6] Uma nova expedição foi enviada para a região do rio Itapecuru, onde todos os fragmentos foram coletados e analisados. Em 2003 teve-se a certeza de que era o fóssil do dinossauro mais antigo encontrado até o momento em território brasileiro, o Amazonsaurus maranhensis. Ele teria cerca de 10 metros de comprimento e cerca de 10 toneladas de peso, sendo principalmente herbívoro.[6]
Morte
editarCândido morreu na cidade do Rio de Janeiro, em 23 de setembro de 2013, aos 92 anos.[1][2][3] Na época de sua morte era o paleontólogo mais velho ainda em atividade no Brasil.[2]
Homenagens
editarGanhou o diploma de Honra ao Mérito do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia em 1978. Recebeu a Placa de Prata da Sociedade Brasileira de Paleontologia em 1985 e da Sociedade Brasileira de Geologia em 1990. Em 1993 tornou-se Professor Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 1996 recebeu a designação de Comentador da Ordem Nacional do Mérito Científico e em 2002 recebeu a Grã-Cruz da mesma ordem.[3][4]
Em 1988, em sua homenagem, os paleontólogos Ismar de Souza Carvalho e Diógenes de Almeida Campos descreveram e nomearam o Candidodon itapecuruense em um artigo dos Anais da Academia Brasileira de Ciências.[7]
Linhas de pesquisa
editar- Análise geoquímica de meteoritos
- Geocronologia
- Estratigrafia
- Paleontologia de invertebrados
Referências
- ↑ a b «Cândido Simões Ferreira». Neglected Science. Consultado em 24 de agosto de 2019
- ↑ a b c d e f g «Brasil perde Cândido Simões Ferreira». Museu Paraense Emilio Goeldi. Consultado em 24 de agosto de 2019
- ↑ a b c d e f g «Falece acadêmico Cândido Simões Ferreira». Academia Brasileira de Ciências. Consultado em 24 de agosto de 2019
- ↑ a b c d e f g h «Cândido Simões Ferreira». Academia Brasileira de Ciências. Consultado em 24 de agosto de 2019
- ↑ Vinicius Zepeda (ed.). «Comemorações pelo Dia do Paleontólogo celebram a vida». FAPERJ. Consultado em 24 de agosto de 2019
- ↑ a b «Dinossauros brasileiros». Click e Aprenda. Consultado em 24 de agosto de 2019
- ↑ Ismar de Souza Carvalho e Diógenes de Almeida Campos (ed.). «Um mamífero triconodonte do Cretáceo Inferior do Maranhão, Brasil» (PDF). Anais da Academia Brasileira de Ciências. Consultado em 24 de agosto de 2019