Cúpula do Clima de 2021
A Cúpula Mundial de Lideres pelo Clima 2021 foi um evento convocado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden[1] em resposta a sua preocupação com a mudança climática mundial e o que está sendo feito pelos países para melhorar a questão ambiental. O evento contou com a presença de lideres de 40 países diferentes, sendo uma preparação para Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas.
Cúpula Mundial de Lideres pelo Clima 2021 The Leaders Summit on Climate | |
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Presidente Joe Biden presidindo a cúpula | |
Status | Finalizado |
Gênero | Reunião Governamental |
Local | Reunião Online sem Encontro Presencial |
Período | 22 a 23 de abril de 2021 |
Realização | Joe Biden, Estados Unidos |
Página oficial | The Leaders Summit on Climate |
Objetivo
editarO objetivo principal era discutir as principais mudanças que devem ser tomadas nos próximos anos para melhorar a qualidade de vida mundial, sendo debatidos:
- A diminuição de gases do efeito estufa por parte dos países;
- Auxilio a países vulneráveis para aderir ao programa "emissão liquida zero";
- Benefícios econômicos da preocupação com o clima;
- Tecnologias em transformação;
- Fatores subnacionais não estatais em questão climática;
Além destes tópicos foram debatidos outros assuntos gerais.[2]
Países convidados e seus representantes
editarMomentos importantes
editarEstados Unidos
editarO presidente dos Estados Unidos Joe Biden iniciou a cúpula com seu discurso e ministrou-a até seu final. Joe Biden corre atrás do prejuízo deixado por Donald Trump, assim voltando a assinar o contrato do Tratado de Paris desfeito por seu antecessor. Também utilizou da oportunidade para estreitar suas comunicações com a China, Biden disse o seguinte:
“ | Certamente esperamos que o presidente Xi venha à reunião e fale com mais detalhes sobre alguns dos esforços adicionais que a China pretende fazer. Mas acho que temos uma base muito forte já na declaração conjunta que os dois países fizeram sobre as direções que parecem estar tomando. | ” |
Biden também aproveitou seu tempo para afirmar que promete reduzir em 50% as emissões dos gases do efeito estufa em seu país.[3][4]
China
editarEm seu discurso, o presidente chinês Xi Jinping, afirmou que pretende passar do pico do carbono para o carbono zero até 2060. Também aproveitou seu espaço de fala para responder a investida do líder estadunidense:[4]
“ | A China está ansiosa para trabalhar com os Estados Unidos para melhorar a governança global. Nós lutamos por uma sociedade mais equilibrada e priorizamos o meio ambiente, queremos atingir nossas metas climáticas antes de 2030 e a neutralidade na emissão de carbono antes de 2060. Queremos sair do pico do carbono para carbono zero em tempo mais curto que outros países desenvolvidos | ” |
França
editarPor parte da França o presidente Emmanuel Macron tomou as rédeas de um discurso mais acido e motivacional, afirmando a necessidade de melhoras rápidas nas questões ambientais. Macron que já se mostrou preocupado anteriormente com a situação do Brasil em questão das queimadas na Amazônia disse o seguinte:[4]
“ | Agir em prol do clima significa [criar] regulamentações e regulamentações em nível internacional. Se não definirmos um preço para o carbono, não haverá transição. | ” |
Rússia
editarO presidente Vladimir Putin da Rússia se manteve na defensiva durante seu discurso, em um breve discurso comentou sobre reduzir as emissões de carbono e criar fontes de energia livres do composto como a energia nuclear.[4]
Reino Unido
editarO primeiro ministro do Reino Unido Boris Jhonson fez um discruso breve e prometeu uma redução de 78% das emissões de carbono em seu território até o ano de 2035, também aproveitou e elogiou o presidente dos Estados Unidos Joe Biden:[4]
“ | Estou realmente emocionado com o anúncio divisor de águas que Joe Biden fez por devolver os Estados Unidos à linha de frente da luta contra a mudança climática. É vital para todos nós mostrarmos que não se trata apenas de uma promessa cara e politicamente correta | ” |
Alemanha
editarPelo lado da Alemanha, a chanceler alemã Angela Markel também elogiou o presidente Joe Biden por ter voltado atrás na ideia do tratado de Paris:[4]
“ | Estou muito feliz que os EUA tenham voltado a participar da política clínica, pois é totalmente indiscutível que o mundo precisa da participação dos EUA para que o Acordo de Paris seja cumprido. | ” |
Também citou os preços de se manter um tratado de tamanha magnitude e apoiou a ajuda estrangeira em países com dificuldades em sua sustentabilidade:
“ | Acima de tudo, precisamos de solidariedade com os países em desenvolvimento. Os países iniciantes se comprometeram a contribuir com 100 bilhões anuais para o financiamento da política climática até 2020. E isso agora será estendido até pelo menos 2025. Na Alemanha, dobramos nossos gastos climáticos de 2020 para 4 bilhões de euros anualmente e no próximo ano também faremos nossa parte | ” |
Japão
editarO líder japonês Yoshihide Suga se manteve recluso durante a reunião, com o Japão estando em 5° lugar na lista de emissões de gases do efeito estufa, o líder japonês havia prometido uma pequena melhora de 26% a menos de gases até 2030, o que não estava agradando seus colegas, então nesta nova reunião o líder japonês aumentou sua promessa para 46% a menos de gases emitidos até 2030.[4]
Participação do Brasil
editarA participação brasileira foi envolta de polêmicas e promessas. O evento que fora anunciado por Joe Biden durante a sua campanha presidencial havia sido ironizado pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Com a participação do presidente Bolsonaro e do ministro do meio ambiente Ricardo Salles, de forma online, foram debatidos assuntos como: auxilio financeiro externo, queimadas na Amazônia e diminuição de emissão de gases do efeito estufa.[5][6][7]
Promessas
editarUma das promessas do governo brasileiro, foi a de reduzir aos padrões requeridos as emissões de gases do efeito estufa até 2050 e zerar o desmatamento ilegal até 2030. Promessas essas que foram consideradas controversas tendo em vista o 'flerte' do ministério do meio ambiente com a pecuária, que vem sendo um dos principais motivos para o desmatamento na Amazônia e também vem sendo uma das principais fontes dos gases que causam o efeito estufa, através do metano produzido pelos animais.[8][9][10]
Pedidos
editarO presidente brasileiro também pediu uma ajuda financeira do exterior para suporte no enfrentamento da situação ambiental brasileira, assim prometendo investir e duplicar as aplicações em órgãos de defesa ambiental. O ministro Ricardo Salles também falou na questão de soberania nacional e pediu um auxilio financeiro porém sem dar informações sobre o uso deste dinheiro, segundo Salles, o dinheiro seria destinado a manutenção urbana na região amazônica e aumento do patrulhamento contra desmatamento.[11]
Falas contraditórias de Bolsonaro
editarA neutralidade desta seção foi questionada. |
Durante seu discurso, o presidente Jair Bolsonaro fez declarações falsas ou distorcidas aos líderes dos países presentes, listadas a seguir.
“ | O Brasil participou com menos de 1% das emissões históricas de gases de efeito estufa mesmo sendo uma das maiores economias do mundo. No presente, respondemos por menos de 3% das emissões globais anuais... | ” |
A informação é falsa, pois o Brasil produzia 3,2% dos gases causadores do efeito estufa na época da declaração, e já chegou a gerar 4,4% dos gases globais do efeito estufa.[12][13]
“ | Temos orgulho de conservar 84% de nosso bioma amazônico | ” |
Apesar de verídico, o fato é exagerado, já que apenas 80% do bioma amazônico natural brasileiro ainda estava conservado na época da declaração, sendo que o número estava decrescendo com o aumento de 20% nos índices de desmatamento da Amazônia em 2019.[12][13]
“ | No campo, promovemos uma revolução verde a partir da ciência e inovação. Produzimos mais utilizando menos recursos, o que faz da nossa agricultura uma das mais sustentáveis do planeta. | ” |
A informação também é falsa, tendo em vista que o Brasil ocupa a posição 51 no Índice de Sustentabilidade Alimentar, ou seja, não é uma das mais sustentáveis do planeta.[14]
Referências
- ↑ «President Biden Invites 40 World Leaders to Leaders Summit on Climate». The White House (em inglês). 26 de março de 2021. Consultado em 23 de abril de 2021
- ↑ a b «Biden convida Bolsonaro e outros 39 líderes mundiais para reunião sobre clima». G1. Consultado em 23 de abril de 2021
- ↑ «Cúpula do clima: EUA surpreendem com metas de cortes de emissão ambiciosas». BBC News Brasil. Consultado em 24 de abril de 2021
- ↑ a b c d e f g «Cúpula do Clima: Veja discursos de Biden, Bolsonaro, Xi Jinping e outros líderes». CNN Brasil. Consultado em 24 de abril de 2021
- ↑ «Cúpula do Clima: imprensa internacional destaca 'tom moderado' e reage com ceticismo a discurso de Bolsonaro». G1. Consultado em 23 de abril de 2021
- ↑ «Cúpula de Líderes sobre o Clima». G1. Consultado em 23 de abril de 2021
- ↑ «Bolsonaro takes part in online summit meeting on climate». Agência Brasil (em inglês). 22 de abril de 2021. Consultado em 23 de abril de 2021
- ↑ «Bolsonaro promete reduzir emissões e pede 'justa remuneração' por 'serviços ambientais' prestados pelo Brasil». G1. Consultado em 24 de abril de 2021
- ↑ «Bolsonaro sugere criação de gado em terras indígenas, para baixar preço da carne». Congresso em Foco. 19 de dezembro de 2019. Consultado em 24 de abril de 2021
- ↑ «O verdadeiro papel dos bois no aquecimento global». Super. Consultado em 24 de abril de 2021
- ↑ «Cúpula do Clima: apesar de Bolsonaro falar em 'fortalecimento da fiscalização', nova norma dificulta aplicação de multas ambientais». G1. Consultado em 24 de abril de 2021
- ↑ a b «Cúpula do Clima: Bolsonaro mente sobre recursos e minimiza desmatamento». noticias.uol.com.br. Consultado em 24 de abril de 2021
- ↑ a b «Em discurso na cúpula do clima, Bolsonaro distorce dados sobre preservação ambiental». Estadão Verifica. Consultado em 24 de abril de 2021
- ↑ «[Agência Lupa] Bolsonaro recicla dados exagerados e falsos em discurso perante 40 líderes mundiais». Agência Lupa. 22 de abril de 2021. Consultado em 24 de abril de 2021