Caesalpinia leiostachya
A Libidibia ferrea var. leiostachya é uma planta vulgarmente conhecida como pau-ferro ou jucá[1] que integra o grupo de plantas denominado Libidibia ferrea.[2] [3] É uma árvore de grande porte, com origem no Brasil, nativa da Mata Atlântica, na encosta pluvial do Atlântico. A madeira de lei do pau-ferro é muito dura, provavelmente a mais densa e pesada das Américas; alguns chamam-na de "ébano" brasileiro; esta densidade altíssima faz com que a espécie, especialmente em parques, seja constantemente atingida por raios. Era utilizada na confecção de tacapes[4].
Pau-ferro Libidibia ferrea var. leiostachya | |||||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Libidibia ferrea var. leiostachya (Benth.) L. P. Queiroz 2010 | |||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||
Caesalpinia leiostachya (Benth.) Ducke 1953
Caesalpinia ferrea var. leiostachya Benth. 1870 |
Etimologia
editar"Pau-ferro" é uma alusão à dureza de sua madeira. Diz-se que seu nome provém das faíscas e do ruído metálico produzidos por machados quando se atrevem a cortá-las. "Jucá" é oriundo do tupi yu'ká, "matar". O nome é uma alusão a seu uso, pelos indígenas brasileiros, como matéria-prima de suas clavas[4] .
Características
editarPorte: de 12 até 28 metros.
Copa (formato; diâmetro): arredondada larga; 6 metros em média, por vezes ultrapassando os 12 metros
Tronco: marmorizado, de um branco muito claro entremeado por tons de cinza claro a bege.
Folhas: pequenas e delicadas, muito semelhantes às da sibipiruna na forma, porém em um tom de verde mais escuro. Ao contrário desta outra, os pau-ferros têm folhas perenes.
Crescimento: é considerado rápido para a densidade de sua madeira (1,4 g/cm³).
Floração: flores amarelas muito pequenas e muito pouco destacadas das folhas, quase imperceptíveis a olho nu, formadas de agosto a março.
Frutificação: o fruto é uma vagem extremamente dura e resistente, madura de agosto a outubro.
Ocorrência
editarDistribuição Geográfica - Ocorrências confirmadas:
Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)
Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)
Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul)
Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)
Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)
Usos
editarMadeira muito dura e extremamente durável e resistente; usada na construção civil e em acabamentos em pisos, bem como na fabricação de partes duras de guitarras e violões, bem como de uma série enorme de objetos de altíssimo luxo como violinos, revólveres, tacos de golfe e de hóquei, cassetetes ou bastões, canetas, bengalas de mão, tacos de bilhar, facas e canivetes, carrocerias de caminhão, painéis de barcos e partes de carros. Arborização paisagística urbana. Medicinal.
Galeria
editar-
Tronco de L. ferrea var. leiostachya
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Pau-ferro imponente (à direita). À esquerda, sibipiruna, decídua. Ambas estão floridas, mas as flores do pau-ferro são pouco aparentes.
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Folhagem semelhante à do pau-brasil e da sibipiruna
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Com o uso de flash, detalhe da floração
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Detalhe da floração
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Frutos secos (vagens) do pau-ferro; cada vagem costuma conter de uma a quatro sementes.
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Sementes, aproximadamente do tamanho de feijões
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Pau-ferro jovem em parque da Zona Leste de São Paulo, apresentando rara visibilidade das flores
Referências
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 285
- ↑ Gagnon, Edeline; Bruneau, Anne; Hughes, Colin E.; de Queiroz, Luciano Paganucci; Lewis, Gwilym P. (2016). «A new generic system for the pantropical Caesalpinia group (Leguminosae)». PhytoKeys (em inglês). 71. PubMed Central (PMC). pp. 1–160. doi:10.3897/phytokeys.71.9203. Consultado em 20 de maio de 2023
- ↑ Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 05 Oct 2009
- ↑ a b FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.992
Fontes
editar- Lorenzi, Harri: Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, vol. 1. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 2002, 4a. edição. ISBN 85-86174-16-X
- «Amainan Brasil»
- Balbach, Alfons: As plantas curam.