Caio Fúrnio (tribuno)

 Nota: Este artigo é sobre tribuno da plebe em 50 a.C.. Para o cônsul em 17 a.C. e seu filho, veja Caio Fúrnio.

Caio Fúrnio (em latim: Gaius Furnius) foi um político romano eleito tribuno da plebe em 50 a.C.,[1] e um amigo e correspondente de Cícero[2].

Caio Fúrnio
Nascimento século I a.C.
Roma Antiga
Morte século I a.C.
Desconhecido
Cidadania Roma Antiga
Progenitores
  • Desconhecido
  • Desconhecido
Filho(a)(s) Caio Fúrnio
Ocupação político da Antiga Roma

Biografia

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Em 50 a.C., Cícero confiava em Fúrnio, que era tribuno da plebe, para conseguir ser reconvocado a Roma no final de seu primeiro ano como procônsul da Cilícia, e para conseguir um supplicatio depois da volta[3]. Uma cláusula do plebiscito, porém, que tornava a reconvocação dependente da paz com os partas até pelo menos agosto daquele mesmo ano, irritou Cícero, pois julho era geralmente o mês no qual eles iniciavam suas campanhas[4]. Ainda durante seu mandato, Fúrnio foi contra as exigências pouco razoáveis feitas pelos optimates a Júlio César, como a sua volta imediata a Roma e a sua renúncia incondicional ao proconsulado da Gália[5]. Depois que começou a guerra civil, Fúrnio foi enviado por César com cartas para Cícero em março de 49 a.C.[6]. Depois do assassinato de Júlio César (44 a.C.), Cícero recomendou Fúrnio a Lúcio Munácio Planco, o procônsul da Gália Transalpina em 43 a.C.[7], e ele foi legado de Planco durante a guerra entre Otaviano e Marco Antônio e permaneceu com ele até depois da Batalha de Filipos (42 a.C.), quando os liberatores foram derrotados.

Na guerra de Antônio contra o Senado (41-40 a.C.), Fúrnio contou a Cícero sobre os movimentos e sentimentos das legiões romanas e de seus comandantes na Gália e na Hispânia, mas estas cartas se perderam[8]. Fúrnio se aliou a Lúcio Antônio e defendeu Sentino, na Úmbria, contra Otaviano e compartilhou das mazelas da chamada "Fome de Perúsia". No fim, ele foi um dos três oficiais encarregados por Lúcio Antônio de negociar a rendição de Perúsia; sua recepção por Augusto foi tão calorosa que gerou suspeitas entre os aliados de Marco Antônio sobre sua lealadade[9][10].

Em 35 a.C., Fúrnio foi prefeito da província da Ásia sob o comando de Marco Antônio e lá conseguiu aprisionar Sexto Pompeu, que havia fugido depois de sua derrota para Marco Vipsânio Agripa na Batalha de Nauloco, em 36 a.C.[11]. Depois da Batalha de Ácio (31 a.C.), Fúrnio, através da mediação de seu filho, Caio Fúrnio, se reconciliou com Otaviano[12] e recebeu dele o status consular[13]; depois disto, Fúrnio foi nomeado cônsul sufecto (ou foi cônsul designado?) em 29 a.C., a primeira vez que o nome da sua família aparece nos Fastos. Em 21 a.C., Fúrnio foi governador da Hispânia Citerior[14][15].

Fúrnio provavelmente foi mencionado por Tácito ("De Oratoribus" 21) entre os oradores cuja dicção, pobre e antiquada, tornou suas obras impossíveis de serem lidas sem uma inclinação natural a dormir ou sorrir.

Referências

  1. Cícero, Cartas a Ático v. 2, 18
  2. Cícero, Ad Familiares x. 25, 26.
  3. Cícero, Ad Familiares viii. 10; ix. 24; xv. 14.
  4. Cícero, Cartas a Ático vi. 1.
  5. Cícero, Ad Familiares viii. 10
  6. Cícero, Cartas a Ático ix. 6, 11, vii. 19
  7. Cícero, Ad Familiares x. 1, 3, 4, 6, 8, 11, 12
  8. Cícero, Ad Familiares x
  9. Apiano, Guerra Civil v. 30, 40, 41
  10. Dião Cássio, História Romana xlviii. 13, 14.
  11. Apiano, Guerra Civil v. 137-42
  12. Sêneca, De Benef. ii. 25
  13. Dião Cássio, História Romana lii. 42
  14. Dião Cássio, História Romana liv.5
  15. Floro iv. 12

Ligações externas

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