Camisa 10 (canção)
"Camisa 10" é uma música gravada pelo cantor brasileiro Luiz Américo em 1973.[1] Foi composta por Hélio Matheus e Luís Vagner[2] e está presente no álbum homônimo lançado em 1974.[3]
A música teve uma grande repercussão na época por criticar a Seleção Brasileira de Futebol pós-1970, que depois de se tornar tricampeã no México, atravessava um período de altos e baixos para disputar a Copa da Alemanha de 1974.[4] Por conta disso, tornou-se o maior sucesso do intérprete:[5][6]
“ | "Quem compôs a música foi o Luís Vagner e o Hélio Matheus, que fizeram especialmente para eu cantar. Eles sabiam que eu gostava de futebol e escreveram a letra em 73. Aí eu lancei no ano seguinte. Foi um sucesso. (...) Tive outros sucessos, mas essa é a única que não posso deixar de tocar nos shows."[7] | ” |
Segundo o site "Mofolandia", foi a 34a música mais tocada no Brasil no ano de 1973[8].
Análise da Letra
editar“ | "Durante um jogo do Brasil com a Itália (em 1973), 2 x 0 para a Itália, nesse momento a gente começou a idéia dessa música. Nós traduzimos essa esperança de dar um toque no treinador: ‘ê, ê, ê treineiro, como é que é, se liga’"[9] | ” |
Em 1973, o então técnico da Seleção Brasileira, Zagallo, convocou jogadores para uma excursão à Europa, numa preparação para o Mundial do ano seguinte, disputado na Alemanha.[2]
Após uma derrota para a Itália, os compositores, com boas pitadas de humor, escreveram a letra desta canção fazendo trocadilhos com os nomes dos atletas que estavam dentro e fora da lista. Mas o argumento principal do samba era o fato de o técnico não ter encontrado, até então, um substituto para Pelé, que se despediu da seleção canarinho em 1971[2] ("Dez é a camisa dele, quem é que vai no lugar dele").
Na letra, é possível observar referências desde ao goleiro Emerson Leão ("Comiam um frango assado lá na jaula do leão"), ao zagueiro Luís Pereira ("E se não fosse a força desse pau pereira"), ao artilheiro Palhinha, então no Cruzeiro-MG ("Puseram uma palhinha na sua fogueira"), a não-convocação do atacante Jairzinho, conhecido por "Furacão" ("Botaram muito fogo e sopraram o furacão Que nem saiu do chão"), e até ao craque do time, Roberto Rivellino ("O garoto do parque está muito nervoso" - Garoto do parque, porque ele jogava no parque São Jorge = Corinthians).[1] O samba ironizava também a escolha do atacante Flecha, que não tinha quem o municiasse no ataque ("levaram uma flecha esqueceram o arco").[10]
Regravações
editar- 1998 - Antes da Copa de 98, a revista Placar e o selo Epic/Sony Music lançaram o cd “Agita Brasil”. Neste cd, a música Camisa 10 ganhou uma versão samba rap na voz de Marcelo D2.[11]
Referências
- ↑ a b Nominuto.com História das Copas: a vez que Luiz Américo deu "aula" a Zagallo
- ↑ a b c doentesporfutebol.com.br/ Camisa 10
- ↑ millarch.org/
- ↑ gazetadopovo.com.br/ E o camisa 10 da seleção, seu Dunga?
- ↑ saudadefm.com.br/ Resultado: Chá da Tarde, com Luiz Américo
- ↑ correio24horas.com.br/ Confira uma seleção feita pelo CORREIO de clássicos da MPB que falam do futebol
- ↑ esportes.terra.com.br/ 1974: Ditadura, carrossel e ausência de Pelé marcam fiasco
- ↑ mofolandia.com.br/
- ↑ g1.globo.com/jornalhoje/ “Camisa 10” no Som da Copa
- ↑ livraria.imprensaoficial.com.br/ Fome de Bola Cinema e Futebol no Brasil
- ↑ futpopclube.com/ É Camisa 10 da Seleção
Ligações externas
editar- redebomdia.com.br/ As trilhas sonoras da seleção
- jornaldehoje.com.br/ Ednalva e os discos
- jovempan.uol.com.br/ Música e futebol: Luiz Américo conta sua história
- programastudio.com.br/ Artigo: A música do futebol