Canabaldo

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Canabaldo (em latim: Cannabaudes) ou Canabas (Cannabas; m. 271) foi um líder do século III da tribo gótica dos tervíngios, que morreu em uma batalha contra o imperador romano Aureliano (r. 270–275). A forma alternativa de seu nome, Canabas, é assumida por Herwig Wolfram como uma cacografia do nome Canabaldo, para fazê-lo soar como cannabis.[1][2]

Canabaldo
Rei gótico
Reinado século III
Morte 271
Religião paganismo gótico
Antoniniano de Cláudio II (r. 268–270)
Áureo de Aureliano (r. 270–275)

História

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No século III, muitos germânicos invadiram o Império Romano e saquearam as regiões fronteiriças. Durante o reinado de Cláudio II (r. 268–270), as províncias da Panônia Inferior e Dalmácia foram ameaçadas pelos godos que viriam a ser derrotados decisivamente na Batalha de Naísso.[3] Apesar disso, durante o reinado de Aureliano (r. 270–275), o antigo mestre da cavalaria de Cláudio II, uma invasão gótica em 270 devastou as províncias do Danúbio Inferior e saqueou as cidades de Anquíalo e Nicópolis.[4][5]

Durante sua marcha ao Oriente para reintegrar o Império de Palmira ao Império Romano em 271, Aureliano expulsou os invasores e seguiu-os ao Danúbio. Na batalha resultante, Canabaldo foi capturado e morto e cerca de 5 000 dos seus soldados pereceram.[6] Em decorrência da vitória, Aureliano recebeu o título de Gótico Máximo.[7] Em seu triunfo após sua vitória sobre o Império de Palmira, ele levou consigo mulheres góticas, trajadas como amazonas, que foram carregadas por quatro veados posteriormente sacrificados no Monte Capitolino em honra a Júpiter Ótimo Máximo[8]

Quão poderoso Canabaldo era, não é certo. Enquanto alguns estudiosos chamam-o de rei dos godos,[9][10][11][12] outros acreditam que era apenas um líder mais poderoso dentre muitos.[13][14] A única fonte antiga a mencionar seu nome é a História Augusta, que não é vista como plenamente confiável. No entanto, Canabaldo é visto como uma personagem histórica. Alguns historiadores tentam identificá-lo com Cniva,[15][16][17] o líder gótico que derrotou e matou o imperador Décio (r. 249–251) na Batalha de Abrito 20 anos antes, enquanto outros especulam que ele seria filho desse último.[18]

Referências

  1. Wolfram 2005a, p. 108.
  2. Wolfram 1990, p. 394.
  3. Weigel 2001.
  4. Jones 2009, p. 136.
  5. Heather 2010, p. 111.
  6. Anônimo século IV, XVI.2.
  7. CIL XII 5549; ILS 8925.
  8. Anônimo século IV, XXXIII.3.
  9. Goltz 2008, p. 461.
  10. Watson 1998, p. 54f.
  11. Wolfram 1990, p. 106.
  12. Wolfram 2005, p. 34.
  13. Burns 1984, p. 31.
  14. Heather 1996, p. 44.
  15. Groag 1903, p. 1378.
  16. Wolfram 1990, p. 46.
  17. Wolfram 2001, p. 36.
  18. Barnes 1978, p. 70.

Bibliografia

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  • Barnes, Timothy (1978). The Sources of the Historia Augusta. Bruxelas: Latomus 
  • Burns, Thomas (1984). A History of the Ostrogoths. Bloomington: Indiana University Press 
  • Goltz, Andreas (2008). «Die Völker an der mittleren und nordöstlichen Reichsgrenze». In: Klaus-Peter Johne. Die Zeit der Soldatenkaiser. Berlim: Akademie Verlag 
  • Groag, Edmund (1903). Realencyclopädie der Classischen Altertumswissenschaft. Estugarda: August Pauly 
  • Heather, Peter (1996). The Goths. Oxford; Cambridge, Massachusetts: Blackwell 
  • Heather, Peter (2010). Empires and Barbarians: The Fall of Rome and the Birth of Europe. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0199741638 
  • Jones, Arthur A.; Wiseman, Robin (2009). The Goths: Children of the Storm. Bloomington, Indiana: iUniverse. ISBN 1440138028 
  • Wolfram, Herwig (2005). Die Goten und ihre Geschichte. Munique: Beck 
  • Wolfram, Herwig (2005a). Gotische Studien. Munique: Beck 
  • Wolfram, Herwig (1990). Die Goten. Munique: Beck 
  • Wolfram, Herwig (2001). «Kniva, Reallexikon der Germanischen Altertumskunde». Berlim, Nova Iorque. Walter de Gruyter. 17 
  • Watson, Alaric (1998). Aurelian and the third Century. Londres e Nova Iorque: Routledge