Canavieiras

município do Estado da Bahia, Brasil
 Nota: Não confundir com Canavieira (município no Piauí), nem com Canasvieiras (bairro de Florianópolis).

Canavieiras é um município brasileiro no litoral e sul do estado da Bahia.

Canavieiras
  Município do Brasil  
Paço Municipal de Canavieiras
Paço Municipal de Canavieiras
Paço Municipal de Canavieiras
Símbolos
Bandeira de Canavieiras
Bandeira
Brasão de armas de Canavieiras
Brasão de armas
Hino
Lema Villa Imperialis
"Civilização que impera"
Gentílico canavieirense
Localização
Localização de Canavieiras na Bahia
Localização de Canavieiras na Bahia
Localização de Canavieiras na Bahia
Canavieiras está localizado em: Brasil
Canavieiras
Localização de Canavieiras no Brasil
Mapa
Mapa de Canavieiras
Coordenadas 15° 40′ 30″ S, 38° 56′ 49″ O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Una, Belmonte, Santa Luzia e Mascote
Distância até a capital 559 km
História
Fundação 13 de dezembro de 1832 (192 anos)
Emancipação 25 de maio de 1891 (133 anos)
Administração
Prefeito(a) Clóvis Roberto Almeida de Souza (PROS, 2021–2024)
Vereadores 11
Características geográficas
Área total IBGE/2022[1] 1 334,284 km²
População total (2024) [2] 34 343 hab.
 • Posição BA: 84º · NE: 310° · BR: 1014º
Densidade 25,7 hab./km²
Clima Tropical
Altitude 5 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 45860-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,59 baixo
PIB (IBGE/2021[4]) R$ 395 601,71 mil
 • Posição BA: 111º
PIB per capita (IBGE/2021) R$ 12 876,82
Sítio www.canavieiras.ba.gov.br (Prefeitura)
www.camara.canavieiras.ba.io.org.br (Câmara)

É uma das quatro únicas localidades onde pode ser encontrada uma espécie da Mata Atlântica ameaçada de extinção, a Buchenavia hoehneana.[5]

Etimologia

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Existem duas versões sobre a origem do nome do município de Canavieiras. A primeira é uma tentativa de dar mérito ao nome da família Vieira, neste caso o radical Cana, seria relacionado aos grandes canaviais (economia da época) e Vieira, família Portuguesa de antigos moradores da vila até meados de 1912, quando a vila era conhecida como "Princesinha do Sul".[6]

A segunda e verídica versão, cujo nome teve origem na cultura da cana, lavoura de canavieira.[7]

História

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Os primeiros habitantes do município de Canavieiras foram portugueses e brasileiros vindos de Ilhéus, por volta da primeira década de 1700. Segundo registros este grupo fugia dos índios pataxós que saqueavam a região, ou estavam em busca de terras mais férteis que supunham existir nesta localidade. O grupo se fixou na foz do Rio Pardo onde hoje se encontra a sede do Município.[8]

O município criado com território desmembrado de Ilhéus, com a denominação de Imperial Vila de Canavieiras, por Resolução Provincial de 13 de dezembro de 1832. No início fixaram-se na região de Poxim (que era pouco frequentado pelos indígenas, essa denominação vem do Tupi "pequeno e feio") onde foi criada a Freguesia de São Boaventura do Poxim, por Alvará Régio de 11 de abril de 1718, do Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil, Dom Sebastião Monteiro da Vide, a nova ilha as margens do Rio Pardo se mostrava mais favorável e com terras mais férteis, onde se deu início ao cultivo da cana-de-açúcar. Foi elevada à categoria de cidade por Ato Estadual de 25 de maio de 1891, do então governador José Gonçalves da Silva.[6]

Em 1746 a história econômica de toda a região sul da Bahia começou a ser mudada em Canavieiras, quando Antônio Dias Ribeiro plantou as primeiras sementes de cacau nas margens do rio Pardo, na Fazenda Cubículo. Com as diversas crises seguidas da cultura cacaueira, tendo como ápice destas a "vassoura-de-bruxa", passou a dar maior atenção ao turismo, em especial a partir da década de 1980.[6]

Geografia

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Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1977 a 1980, 1986 a 1989 e a partir de 1993, a menor temperatura registrada em Canavieiras foi de 12 °C em 9 de agosto de 2017,[9] e a maior atingiu 33 °C em 24 de fevereiro de 2006 e 31 de dezembro de 2012.[10][[nota] 1]O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 193,5 milímetros (mm) em 19 de março de 1997. Outros grandes acumulados iguais ou superiores a 150 mm foram 161,7 mm em 27 de junho de 2005 e 158,5 mm em 11 de fevereiro de 1978.[11] Março de 1997, com 604,8 mm, foi o mês de maior precipitação.[12]

Dados climatológicos para Canavieiras
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 32,4 33 32,6 32,8 31,7 30,1 29,2 29,8 30,2 30,7 30,9 33 33
Temperatura máxima média (°C) 30,1 30,5 30,3 29,7 28,5 27,3 26,8 26,6 27,3 28,2 28,7 29,5 28,6
Temperatura média compensada (°C) 26,6 26,7 26,5 25,6 24,3 22,8 22,3 22,5 23,7 24,8 25,5 26,2 24,8
Temperatura mínima média (°C) 22,6 22,7 22,8 22,1 20,4 19,1 18,4 18,3 19,4 20,9 22 22,5 20,9
Temperatura mínima recorde (°C) 18,1 18,3 18,8 17,8 15,7 13,4 12,7 12 12,9 13 16,2 18,4 12
Precipitação (mm) 95,2 118,4 180,2 195,5 145,1 135,5 140 91,2 77,4 124,8 143,2 145,3 1 591,8
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 12 13 15 16 12 14 15 14 11 10 12 11 115
Umidade relativa compensada (%) 81 81 83,2 84,7 85,3 87,1 86,3 83,6 82,1 82,2 83,9 83,2 83,6
Insolação (h) 260,5 227 221,4 188,1 182,4 156,4 169,6 189,7 193,6 208,4 196,6 217,8 2 411,5
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (normal climatológica de 1981-2010;[13] recordes de
temperatura: 01/01/1977 a 31/12/1980, 01/01/1986 a 31/03/1989 e 01/08/1993-presente)[9][10][[nota] 1]

Biodiversidade

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Canavieiras é muito rica em sua fauna e flora, e grande parte da sua economia depende disto, ela tem mais de 40 quilômetros de orla recortada por rios, manguezais e reservas de Mata Atlântica, além de diversas ilhas apinhadas de coqueiros.[14] Cercado em por sete ilhas marítimas tendo como destaque a Ilha de Atalaia e Ilha das Garças e por várias ilhas fluviais do rio Pardo.

A cidade abriga três biomas: parte da Mata Atlântica, Manguezal, e restinga (praia).[14]

Atualmente o ICMBio que trabalha junto com a população para promover a preservação e consumo consciente dos recursos naturais.[15] A Z-20 Colônia de Pescadores e Marisqueiros está presente na cidade e cuida dos direitos dos pescadores e marisqueiros registrados.[16]

É uma das quatro únicas localidades onde pode ser encontrada uma espécie da Mata Atlântica ameaçada de extinção, a Buchenavia hoehneana. O mangue é muito rico e é berçário para várias espécies de animais e aves. A cidade é conhecida como a Rainha do Caranguejo devido a sua imensa fartura de tal animal, e em homenagem a tal fartura acontece um Festival anual que leva o nome de Festa do Caranguejo, onde acontece várias exposições de artes e standes ensinando e conscientizando a população à preservação da natureza.[14][15]

Canavieiras foi a única cidade brasileira a ser reconhecida com um dos 10 melhores destinos de pesca oceânica/esportiva do mundo, classificados pela publicação internacional Billfish Report, uma das mais conceituadas do setor. O litoral de Canavieiras abriga o – Royal Charlotte – que é considerado o melhor ponto de pesca da Bahia. Para pescar neste banco, a principal base de saída é a cidade de Canavieiras. A grande vantagem é que, a apenas 10 milhas da costa, as embarcações já se encontram em profundidade suficiente para a pesca dos peixes de bico.[14]

A cidade é berçário do Marlin Azul e tem um torneio anual de pesca esportiva. Hoje o torneio é apenas esportivo e obedece a regulamentos onde é necessário o registro e comprovação por imagens da liberação do peixe.

Hidrografia

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Rio Pardo na passarela do Robalo (ponte da praia) em Canavieiras-BA
 
Rio Pardo, separando o centro da Cidade de Canavieiras e a ilha de Atalaia

Rios:

  • Rio Pardo — O rio é navegável em todo município, abriga manguezais. Onde desemboca é considerado o melhor pesqueiro de Robalo. Muito utilizado pelos banhistas para prática de caiaque.[8]
  • Rio Salsa — Rio navegável por embarcações de pequeno porte, liga o Rio Pardo ao Jequitinhonha através do canal do Pau-Açu. Abriga fazendas de cacau. É o local onde ocorre a pesca do robalo.[8]
  • Rio Patipe — Rio que banha o Município, abriga manguezais. Forma, junto com o Oceano, a Ilha de Atalaia e junto com os Rios Cipó e Pardo, a Ilha de Canavieiras.[8]
  • Rio Salgado — Rio que abriga grande extensão de manguezal.[8]
  • Rio Cipó — O rio corta o município, abriga manguezais, visto logo na entrada da cidade. Forma, junto com os Rios Pardo e Patipe, a Ilha de Canavieiras.[8]
  • Rio Poxim — Rio que desemboca no Município, divide os Municípios de Una e Canavieiras. É conhecido como Poxim de Fora.[8]
  • Rio Passuí — Rio que liga os rios Jequitinhonha, em Belmonte, e Pardo, em Canavieiras, é cercado por manguezal, coqueiral, fazendas de cacau e Mata Atlântica. Propício à pesca do robalo e camping.[8]
  • Rio Jacaré — Rio que banha o Município, abriga manguezais. Na foz do Rio Pardo, une Canavieiras a Belmonte.[14][8]

Lagoas:

  • Lagoa do Rocha — Lagoa com 6 km de comprimento por 240 m de largura, excelente para pesca. Localização: Distrito de Ouricana, 35 km do Centro.[8]
  • Lagoa do Carmo — Lagoa com 2 km de comprimento, bom para pesca. Localização: 25 km do Centro.[8]

Canais:

  • Canal do Poaçu / Pau-Açu — canal que liga o Rio Pardo ao Jequitinhonha, através do Rio Salsa.[8]

Bandeira

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Em 1967, durante o governo do prefeito João Perelo, o Lions Clube promoveu um concurso para criação da bandeira da cidade de Canavieiras, este foi vencido por Jorge Silva Souza.[6]

A bandeira possui três cores, composta por listras verticais branco e verde, uma faixa na diagonal vermelha e três emblemas dentro da faixa diagonal:[6]

  • O verde representa as canas dos canaviais que existiam no início do povoamento da cidade, e as extensas matas presentes;
  • O branco representa as praias do extenso litoral da cidade;
  • O vermelho representa a cor da roupa do padroeiro da cidade São Boaventura (1217-1274), Bispo e Cardeal da Igreja (daí a cor vermelha - púrpura);
  • Dentro da faixa diagonal vermelha existem três emblemas que, segundo uns representam patas de caranguejo e, segundo outros, conchas que aparecem nas areias das praias.[6][8]

Imagem

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Notas

  1. a b Máximas disponíveis até 2 de junho de 2015.

Referências

  1. «Cidades e Estados». IBGE. Consultado em 2 de agosto de 2023 
  2. «Estimativas da população residente para os municípios e para as unidades da federação - IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 13 de setembro de 2024 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 23 de agosto de 2013 
  4. «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2010 à 2021». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 13 de setembro de 2024 
  5. IUCN Red List
  6. a b c d e f Filho, Durval França; Schommer, Aurélio. Canavieiras – Terra Mater do Cacau. Canavieiras: Editora Cultura Editorial Ltda 
  7. Costa, Alcides (1963). Canavieiras- sua Historia e sua Gente- (Lendas e Festas). Canavieiras: Imprensa Oficial da Bahia. pp. 5,6,7,15,16,17 
  8. a b c d e f g h i j k l m FRANÇA FILHO, Durval Pereira da (1991). 100 anos de Canavieiras. CANAVIEIRA-BA: [s.n.] 
  9. a b «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura mínima (°C) - Canavieiras». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 18 de julho de 2018 
  10. a b «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura máxima (°C) - Canavieiras». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 18 de julho de 2018 
  11. «BDMEP - série histórica - dados diários - precipitação (mm) - Canavieiras». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 18 de julho de 2018 
  12. «BDMEP - série histórica - dados mensais - precipitação total (mm) - Canavieiras». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 18 de julho de 2018 
  13. «NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DO BRASIL». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 18 de julho de 2018 
  14. a b c d e Pacheco, Vladimir Félix (16 de abril de 2014). «RESERVA EXTRATIVISTA MARINHA DE CANAVIEIRAS - BA: CONFLITOS E USO DO SOLO» (PDF). Monografia apresentada ao Curso degraduação em Geografia,Departamento de Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, 
  15. a b «Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Resex de Canavieiras». www.icmbio.gov.br. Consultado em 14 de janeiro de 2018 
  16. UFBA, CNPq (2013). «Colônias, Associações, Sindicatos e Cooperativas de Pesca cadastradas na Superitendência da Pesca e Aquicultura do Estado da Bahia - 2013» (PDF). Projeto GeografAR - A Geografia dos Assentamentos na Área Rural (UFBA/CNPq). Consultado em 17 de janeiro de 2018 

Ligações externas

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