Capela palatina
A Capela palatina é uma capela medieval situada em Aachen, na Alemanha. É a única estrutura sobrevivente do desaparecido Palácio de Aachen de Carlos Magno. Trata-se de um dos principais monumentos do Renascimento carolíngio. Na capela estão depositados os restos mortais de Carlos Magno. O edifício foi apropriado pela dinastia otoniana, tendo aí sido realizadas a coroações entre 963 e 1531.[1] Enquanto parte da Catedral de Aachen, a capela é classificada como Património da Humanidade pela UNESCO.[2]
História
editarCarlos Magno iniciou a construção da capela por volta do ano 792, a par da edificação das restantes estruturas do palácio.[3] Foi consagrada em 805 pelo Papa Leão III em honra da Virgem Maria. O edifício é abobadado e de planta centralizada. A parte oriental apresenta uma ábside retangular, sendo inicialmente ladeada por duas estruturas basilicais, hoje em dia inexistentes e só reveladas através de escavações arqueológicas. A entrada fazia-se por um átrio monumental a ocidente. A planta e a decoração do edifício conjuga elementos da arquitetura clássica, bizantina e pré-românica. O nome do arquiteto responsável, Odo de Metz, está gravado numa inscrição do século X em torno da cúpula, sendo desconhecida qualquer outra obra sua. O exterior apresenta uma decoração simples, contrastando com a complexidade do interior e dos programas decorativos. A cúpula octogonal assenta em pilares de grande dimensão, tendo o interior uma altura equivalente a dois pisos.[4] Em 936, Oto I, o primeiro Sacro Imperador Romano da dinastia otoniana, aproveitando-se da associação da capela à imagem de Carlos Magno, realizou nela a sua coroação enquanto rei da Alemanha. Os restantes monarcas da dinastia mantiveram esta tradição até 1531.[1]
Interior
editarO espaço central da capela é dominado por um deambulatório de dezasseis lados, sobre o qual existe uma galeria em torno da cúpula octogonal. A planta e a decoração mostram influências da Basílica de São Vital em Ravena, do século VI, cidade que Carlos Magno visitou por três vezes, a primeira das quais em 787. Nesse mesmo ano escreveu ao Papa Adriano I, requisitando mosaicos, mármores e diversos materiais para os pavimentos e paredes para o seu palácio.[5]
Referências
- ↑ a b Jeep, John M., ed. (2001). Medieval Germany: an Encyclopedia. Nova Iorque: Garland. p. 1. ISBN 978-0-8240-7644-3
- ↑ «Aachen Cathedral». UNESCO World Heritage Centre. Consultado em 2 de outubro de 2013
- ↑ Conant, Kenneth J. (1994). Carolingian and Romanesque Architecture 4th ed. New Haven: Yale University Press. p. 47. ISBN 0300052987
- ↑ Gould, Andrew (8 de janeiro de 2013). «Marble Revetments». Orthodox Arts Journal. Consultado em 18 de maio de 2013
- ↑ Monumenta Germaniae Historica, "Epistolae Merowingici et Karolini Aevi (I)", 614.