Capella (estrela)

estrela

Coordenadas: Sky map 05h 16m 41.3591s, +45° 59′ 52.768″

Alpha Aurigae, também α Aurigae, em português Alfa do Cocheiro ou, ainda, 13 Aurigae e Capela, é a estrela mais brilhante da constelação do Cocheiro e a sexta mais brilhante do céu.

Capella
Dados observacionais (J2000)
Constelação Auriga
Asc. reta 05h 16m 41,4s[1]
Declinação +45° 59′ 52,8″[1]
Magnitude aparente 0,08[1]
Características
Tipo espectral K0III + G1III[2]
Cor (U-B) 0,45[1]
Cor (B-V) 0,80[1]
Astrometria
Velocidade radial 29,9387 ± 0,0032 km/s[3]
Mov. próprio (AR) 75,25 mas/a[1]
Mov. próprio (DEC) -426,89 mas/a[1]
Paralaxe 75,994 ± 0,089 mas[3]
Distância 42,919 ± 0,049 anos-luz
13,159 ± 0,015 pc
Magnitude absoluta Aa:
0,296 ± 0,016 (visual)
-0,008 ± 0,071
(bolométrica)
Ab:
0,167 ± 0,015 (visual)
0,078 ± 0,066
(bolométrica)[3]
Detalhes
Idade 590–650 milhões[3]
de anos
Metalicidade [Fe/H] = -0,04 ± 0,06[3]
Capella Aa[3]
Massa 2,5687 ± 0,0074 M
Raio 11,98 ± 0,57 R
Gravidade superficial log g = 2,691 ± 0,041 cgs
Luminosidade 78,7 ± 4,2 L
Temperatura 4970 ± 50 K
Rotação v sin i = 4,1 ± 0,4 km/s
Período de 104 ± 3 dias
Capella Ab[3]
Massa 2,4828 ± 0,0067 M
Raio 8,83 ± 0,33 R
Gravidade superficial log g = 2,941 ± 0,032 cgs
Luminosidade 72,7 ± 3,6 L
Temperatura 5730 ± 60 K
Rotação v sin i = 35,0 ± 0,5 km/s
Período de 8,5 ± 0,2 dias
Outras denominações
α Aurigae, 13 Aurigae, BD+45 1077, FK5 193, GJ 194, HR 1708, HD 34029, HIP 24608, SAO 40186.[1]
Capella (estrela)

O nome Capela provém do latim capella, que quer dizer "cabrita"; trata-se de uma gigante amarela com dimensões maiores que o Sol e com um espectro semelhante a este. Encontra-se a 44,6794 a.l. do Sol.

Capela é, na verdade, um sistema estelar quádruplo. Sua condição de estrela dupla foi reconhecida primeiro através de espectrógrafo e medida posteriormente em 1919 com um interferómetro; a separação dos componentes não supera os 0"05 e o período de revolução é de 104 dias.[4] Estão separadas aproximadamente por 120 milhões de km e têm duas companheiras acopladas entre si, separadas visualmente, cuja distância alcança os 12' de arco. São duas anãs vermelhas de pouca intensidade (magnitude 10 e 12). O modelo de Capela pode assemelhar-se a duas esferas de 35 e 20 centímetros de diâmetro, separadas por 3 metros e acompanhadas de duas outras esferas de 2 centímetros a 120 metros uma da outra e separadas 40 km do par principal.

O par binário mais brilhante de Capela consiste de duas estrelas gigantes da classe G. A estrela primária tem uma temperatura de superfície de aproximadamente 4.900 K, um raio 12 vezes o raio solar, massa de aproximadamente 2,7 a massa do Sol e luminosidade medida em todos os comprimentos de onda de aproximadamente 79 vezes a do Sol. A estrela secundária tem temperatura de superfície de aproximadamente 5.700 K, raio de 9 vezes o raio solar, massa de 2,6 vezes a massa do Sol e sua luminosidade, também medida em todo o espectro, é cerca de 78 vezes a do Sol.

Distância

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De acordo com uma alteração da paralaxe anual de 76,20 miliarcosegundos (com uma margem de erro de 0,46 miliarcosegundos), medida pelo satélite Hipparcos, calcula-se que esse sistema se encontra a 42,8 anos-luz da Terra, com uma margem de erro de 0,3 anos-luz (0,09 parsecs). Um método alternativo para determinar a distância é via a paralaxe orbital, que dá a distância de 42,92 anos-luz (13,159 parsecs) com apenas 0,1% de margem de erro. Calcula-se que Capella esteve mais próximo do Sistema Solar no passado, transitando a 29 anos-luz de distância há 237.000 anos.[5] Nesse alcance, seu brilho devia ser de magnitude aparente -0,82, comparável atualmente ao brilho observado pela Canopus.

Um estudo de 1960, do astrônomo americano Olin J. Eggen, concluiu que Capella foi um membro do grupo comóvel das Híades, um grupo de estrelas movendo-se na mesma direção do Aglomerado das Híades, após a análise de seu movimento próprio e paralaxe. Outras integrantes do grupo com a mesma idade, e aquelas que têm cerca de 2,5 vezes o tamanho do Sol tiveram o fim de sua sequência principal após exaurir as reservas de hidrogênio de seus núcleos e estão expandindo e esfriando até que se tornem gigantes vermelhas.[6]

Ver também

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Referências

  1. a b c d e f g h «* alf Aur -- Spectroscopic binary». SIMBAD. Centre de Données astronomiques de Strasbourg. Consultado em 28 de agosto de 2017 
  2. Strassmeier, K. G.; Fekel, F. C. (abril de 1990). «The spectral classification of chromospherically active binary stars with composite spectra». Astronomy and Astrophysics. 230 (2): 389-404. Bibcode:1990A&A...230..389S 
  3. a b c d e f g Torres, Guillermo; Claret, Antonio; Pavlovski, Krešimir; Dotter, Aaron (julho de 2015). «Capella (α Aurigae) Revisited: New Binary Orbit, Physical Properties, and Evolutionary State». The Astrophysical Journal. 807 (1): artigo 26, 15. Bibcode:2015ApJ...807...26T. doi:10.1088/0004-637X/807/1/26 
  4. Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas (1989). Uranografia. Rio de Janeiro: Francisco Alves. p. 68-69. ISBN 85-265-0174-7 
  5. Bailer-Jones, C. A. L. (março de 2015). «Close encounters of the stellar kind». Astronomy & Astrophysics. 575: A35. ISSN 0004-6361. doi:10.1051/0004-6361/201425221 
  6. Eggen, O. J. (1 de junho de 1960). «Stellar Groups, VII. The Structure of the Hyades Group». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society (em inglês). 120 (6): 540–562. ISSN 0035-8711. doi:10.1093/mnras/120.6.540