Carlota de Serpa Pinto

autora Portuguesa

Carlota Laura de Serpa Pinto Moreira (Oliveira do Douro, Cinfães, 25 de dezembro de 1872 - Lisboa, 11 de dezembro de 1948), também conhecida pelo pseudónimo Clarinha, foi uma escritora, cronista e socialite portuguesa.

Carlota de Serpa Pinto
Nascimento 25 de dezembro de 1872
Oliveira do Douro
Morte 11 de dezembro de 1948 (75 anos)
Lisboa
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Progenitores
Ocupação escritora

Biografia

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Primeira de duas filhas de Alexandre de Serpa Pinto, 1.º Visconde de Serpa Pinto e de D. Angélica Gonçalves Correia de Belles, nasce em casa de Porto Antigo, Oliveira do Douro, e aí passa os primeiros anos de vida. É afilhada do rei D. Carlos e da rainha D. Amélia, e será opositora ao regime republicano.[1][2] A irmã, Amélia Elisa nasce em 21 de abril de 1973, e morre na infância. Carlota Serpa Pinto casa em 1890 com Eduardo de Sousa Santos Moreira (1865-1935), e têm três filhos: Alexandre (2.º Visconde De Serpa Pinto, 1892); Jorge (1894) e José (1897).[3]

Publica as primeiras crónicas no Diário Nacional, onde esconde a sua identidade sob o pseudónimo de Clarinha; é depois colaboradora de periódicos de matriz católica ou monárquica, como o Mundo Português, ou o Diário de Lisboa, onde contribui para a secção "Chá das Cinco". Cinco Horas, o seu primeiro livro, é publicado em 1922 sob o seu pseudónimo e com prefácio de Afonso Lopes Vieira; em 1933 publica Cartas à Prima, que reúne artigos publicados no Diário Nacional entre 1917 e 1918.[2][4]

A casa em Beirós a partir de onde escreve sobre o ambiente político e cultural de Lisboa dos anos 20, chamada o chalé do Paço, torna-se lugar de reunião de figuras culturais monárquicas mas também apoiantes da Primeira República, como Fernanda de Castro, António Ferro, Sousa Costa, Luísa Grande (Luzia) e Afonso Lopes Vieira.[2][5]

Juntamente com Veva de Lima, Elisa de Sousa Pedroso, Branca de Gonta Colaço e Madalena Martel-Patrício, entre outras, preside a salões de Lisboa, alternativas aos encontros literários (exclusivamente masculinos) que se realizava nos cafés A Brasileira e Martinho da Arcádia .[6]

Publica em 1937, o livro A Vida Breve e Ardente de Serpa Pinto, o mais detalhado registo do percurso biográfico do seu pai, Alexandre de Serpa Pinto. A obra foi objecto de crítica por adoptar o espírito do de exaltação do colonialismo português patente do Estado Novo, e por ter observações que são vistas como pouco objectivas.[2]

Morre em Lisboa em 1948, e está enterrada no cemitério dos Prazeres. Com a sua morte dá-se o abandono do património físico de Serpa Pinto.[2][3]

Obras publicadas

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  • Cinco Horas, 1922 (sob pseudónimo)
  • Cartas à Prima, 1933 (sob pseudónimo)
  • Viagem de Clarinha, (sob pseudónimo)
  • Memórias, (sob pseudónimo)
  • A Vida Breve e Ardente de Serpa Pinto, 1937

Referências

  1. Magalhães, Ana Maria (2012). No Coração da África Misteriosa. Isabel Alçada 1. Aufl ed. [Erscheinungsort nicht ermittelbar]: Caminho. OCLC 857348419 
  2. a b c d e Resende, Nuno. «Alexandre Alberto da Rocha de Serpa Pinto (1846-1900): construção e desconstrução de um percurso biográfico». Revista Prado (em inglês). Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  3. a b «A figura brilhante de D. Carlota de Serpa Pinto que foi hoje a enterrar». Diário de Lisboa: 1-4. 12 de janeiro de 1949 
  4. Pando Ballesteros, María de la Paz (2018). El cincuentenario de los Pactos Internacionales de Derechos Humanos de la ONU. Pedro Garrido Rodríguez, Alicia Muñoz Ramírez. Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca. OCLC 1032708007 
  5. Resende, Nuno (junho de 2018). «Uma Nova Corte na Aldeia - O Douro e o refúgio de escritores monárquicos no tempo da República». Real Associação de Lisboa. Correio Real: 10 
  6. Klobucka, Anna M. «Entre mulheres: Virgínia Victorino e a poesia "feminina" portuguesa na década de 1920». Actas Colóquio Internacional: Virgínia Victorino: na Cena do Tempo: 211-236. Consultado em 19 de fevereiro de 2021