Casa de Orleães e Bragança

dinastia brasileira
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A Casa de Orleães e Bragança é uma dinastia fundada em 1909, após um acordo de família que reconhecia os descendentes do Conde d'Eu com Isabel do Brasil como sendo pertencentes a um ramo colateral da Casa Real da França, a Casa de Orleães.[1]

Casa de Orleães e Bragança
Casa de Orleães e Bragança
Brasão da casa de Orléans e Bragança
Estado Brasil Brasil
Título Príncipe de Orléans e Bragança
Origem
Fundador Gastão de Orleães e
Isabel de Bragança
Fundação 26 de abril de 1909 (115 anos)
Casa originária Orleães (agnático)
Bragança (cognático)
Atual soberano
Pedro Carlos de Orleans e Bragança
Linhagem secundária
Ramo de Vassouras
Ramo de Petrópolis

Após o casamento da Princesa Isabel, herdeira do trono brasileiro, com o príncipe francês Gastão de Orléans, Conde d'Eu, seus descendentes se tornaram um ramo da Casa de Orléans, a família real francesa, embora também descendente, por via materna, da Casa de Bragança, à qual pertencera afamília imperial brasileira.

Os Orleães e Bragança nunca reinaram no Brasil, pois a monarquia foi derrubada durante o reinado de D. Pedro II, da Casa de Bragança. Desde então, seus descendentes reivindicam o trono imperial do Brasil, dividindo-se em dois ramos principais, o Ramo de Petrópolis e o Ramo de Vassouras, e ainda num terceiro ramo, o de Saxe-Coburgo e Bragança, descendente de sua segunda filha, a princesa Leopoldina.

História

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Origem

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A família imperial no exílio, 1914.

Os dois filhos homens de Dom Pedro II morreram na infância. Assim, a princesa Isabel do Brasil tornou-se a herdeira de seu pai e, recebeu o título de Princesa Imperial do Brasil.[2]

Desde o início dos anos 1860 a principal preocupação do imperador era encontrar maridos adequados para suas filhas. Seguindo o conselho de sua irmã, Francisca de Bragança, o imperador finalmente escolheu dois netos do rei Luís Filipe I de França, o príncipe Gastão de Orleães, Conde d'Eu e o príncipe Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, Duque de Saxe.

Os dois pretendentes chegaram juntos ao Rio de Janeiro em 2 de setembro de 1864, e as duas princesas foram livres para escolher seus maridos. Gastão foi imediatamente promovido a marechal do Exército Imperial Brasileiro e Luís Augusto a almirante da Armada Imperial Brasileira. Gastão se casaria com a princesa Leopoldina do Brasil e Augusto com Isabel.[3]

O casamento de Isabel com Gastão de Orleães foi celebrado em 15 de outubro de 1864, e assim nasceu o ramo brasileiro da Casa de Orleães, que passou a ser chamado Casa de Orleães-Bragança.[4] Príncipe francês por nascimento, Gastão renuncia aos seus direitos dinásticos franceses da linha orleanista. A continuidade da nova dinastia foi assegurada pelo nascimento em 1875 de um filho, Pedro de Alcântara de Orleães e Bragança, o primeiro filho do casal.[5]

Queda da monarquia

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A Casa de Orleães-Bragança nunca reinou sobre Brasil, pois Pedro II foi deposto em 15 de novembro de 1889, após 58 anos de reinado, no que constituiu a Proclamação da República. A constituição brasileira de 1891 despiu a Casa de Orléans e Bragança e seus descendentes de todos os títulos nobiliárquicos, ordens honoríficas e distinções anteriormente válidas no país.[6]

Questão dinastica

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 Ver artigo principal: Questão dinástica brasileira

Em 30 de outubro de 1908, Pedro assinou um documento em que renunciava, por si e seus descendentes, a seus eventuais direitos dinásticos ao extinto trono brasileiro. Tal documento foi redigido por exigência de sua mãe, Isabel, por não aceitar que Pedro se casasse com Elisabeth de Dobrzenicz, a qual era de nobreza inferior, haja vista que seu pai teria sido o primeiro a ser titulado conde em sua família, e os seus antecedentes haviam sido até então barões.

Para que os descendentes de Pedro não ficassem sem títulos e pudessem contrair casamentos com um membro de uma casa real sem serem considerados desiguais, o Conde d’Eu recorreu a sua casa de nascimento, a qual havia renunciado antes de seu casamento com Isabel. Ele pretendia restaurar seus direitos, para que seu filho e seus descendentes pertencessem a casa real francesa, já que ele havia renunciado a brasileira e portanto, não possuía mais títulos ou direitos ao extinto trono. Um acordo foi firmado com o Duque de Orleans, o qual previa que: os três filhos do Conde d’Eu seria reconhecidos como membros de uma casa distinta da Casa de Orleans, e teriam, à partir daí, o título de Príncipes de Orleans e Bragança com o estilo de Alteza Real, e viriam a estar na linha de sucessão francesa caso a linha júnior da casa estivesse extinta. Como prova do cumprimento do acordo, a filha mais velha de Pedro, Isabelle, viria a se casar com o herdeiro da casa de França, Henri, assim como outros descendentes também fizeram casamentos com membros de casas reais e foram considerados iguais: Maria Francisca com o Duque de Bragança; Maria da Glória com o Príncipe Herdeiro da Iugoslávia.[7]

Após a morte de Pedro, seu filho mais velho, Pedro Gastão, começou à contestar a renúncia feita por seu pai, e reivindicou direitos ao extinto trono brasileiro. Contudo, após sua morte em 2007, seu filho mais velho Pedro Carlos se declarou publicamente republicano, e não deu continuidade as reivindicações de seu pai.[8]

Genealogia

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Ramo de Vassouras

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 Ver artigo principal: Ramo de Vassouras

O ramo de Vassouras é formado pelos descendentes do segundo filhos da princesa Isabel:

Ramo de Petrópolis

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 Ver artigo principal: Ramo de Petrópolis

Ver também

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Notas

  1. Ele abandonou as pretensões de seu pai e se declarou republicano. «La familia real brasileña defiende los nuevos ideales»

Referências

  1. «The 1909 "Pacte de Famille" of the House of Orléans». www.heraldica.org. Consultado em 21 de janeiro de 2024 
  2. Longo 2008, pp. 87, 88
  3. Pausini 2017, p. 443.
  4. Barman 2002, p. 63
  5. Simões, Cleomenes (2010). «Os Partos da Princesa Isabel» (PDF). Allprint. Consultado em 15 de maio de 2020 
  6. Brasil (1891). «Constituição brasileira de 1891». Presidência da República (Brasil). art. 72. Consultado em 26 de setembro de 2020 
  7. «The 1909 "Pacte de Famille" of the House of Orléans». www.heraldica.org. Consultado em 15 de dezembro de 2024 
  8. Bernardo Gutiérrez, "La familia real brasileña defiende los nuevos ideales", Príncipes Republicanos (09/01/2008)
  9. Bodstein, Astrid (2006). The Imperial Family of Brazil. Royalty Digest Quarterly
  10. Gutiérrez, Bernardo La familia real brasileña defiende los nuevos ideales, Príncipes Republicanos (09/01/2008)

Bibliografia

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