Casa de Quimpanzo
A Casa de Quimpanzo[1] (Kimpanzu) foi uma casa real (canda) do Reino do Congo, governando o país em várias oportunidades tanto por guerras ou eleições. Durante a guerra civil congolesa havia um provérbio que afirmava os Quimpanzo como motivo das guerras no país. O provérbio dizia; "Kikongo; Kinlaza, Kimpanzu ye Kinlaza makukwa matatu malambila Kongo" (Português; Quincanga, Quimpanzo e Quinlaza são as três pedras nas quais Kongo cozinhava).
Casa de Quimpanzo | |
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Kimpanzu Kanda | |
Brasão de Armas do Reino do Congo | |
Estado |
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Título |
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Origem | |
Fundador | Álvaro V |
Fundação | 27 de fevereiro de 1636 |
Casa originária | Casa de Quincanga |
Etnia | Congos |
Atual soberano | |
Último soberano | Pedro V |
Dissolução | 1764 |
Linhagem secundária | |
Catolicismo |
Origens
editarA Casa de Quimpanzo com o rei Álvaro V, que chegou ao trono em 1636.[2] Ele era o meio-irmão de Álvaro IV, embora não seja claro que ele tenha sido filho biológico de Álvaro III. Após o assassinato de Álvaro IV, Álvaro V chegou ao trono. [3]
Queda
editarO primeiro governo da Casa de Quimpanzo duraria pouco tempo, já que as disputas pelo trono começadas em 1622 continuariam, apesar dos Quimpanzo terem o apoio do Condado de Soio.[3] Poucos meses do governo de Álvaro V, dois irmãos jesuítas Álvaro Nimi e Garcia Ancanga invadiram São Salvador com um exercito e destronaram o recém-coroado Álvaro V, iniciando uma nova dinastia; Quinzalas. Os poucos Quimpanzos sobreviventes buscaram asilo político ao sul, em Soio.
Oposição aos Quinzalas
editarApós a fuga dos Quimpanzos, o reino foi governado pela Casa de Quinzala durante alguns anos. Enquanto isso em Soio, os Quimpanzos passaram a ser grandes aliados políticos do condes soianos, já que estes eram grandes opositores aos Quinzalas. O poderio militar e centralização política da região eram grandes, por isso quando o conde Daniel da Silva foi coroado em 1641, o mesmo iniciou uma sangrenta guerra pela independência de Soio em relação ao Congo, conquistada em 1645.
Durante o reinado de Garcia II, os soianos tentaram assassina-lo em várias ocasiões. Ainda deram asilo aos simpatizantes dos Quimpanzos, já que o plano era devolver o trono congolês aos clã. O rei congolês passou á caçar os simpatizantes dos Quincanga e Quimpanzo. Os apoiantes dos Quincanga foram caçados aos montes entre os anos 1650 e 1660, acabando com a casa pouco antes do início da guerra civil. Entretanto os Quimpanzos estavam longe do alcance do rei, por isso ficaram praticamente intocáveis por vários anos.
Os Quimpanzos durante e após a Guerra Civil
editarOs Quimpanzos continuaram sob proteção de Soio durante a guerra civil, onde várias casas lutaram pelo poder. A matriarca Suzana de Nóbrega manteve o apoio aos soianos e se manteve na guerra contra os Quinzalas. Após o fim da guerra foi instaurada uma monarquia eletiva no Congo, onde o governo alternava entre as casas dominantes, sendo a primeira delas os Quimpanzos, que retornaram ao poder como Manuel II em 1718. O último Quimpanzo á ocupar o trono do Congo foi Pedro V, que apesar de ter sido deposto em 1764, se manteve como opositor até sua morte em 1779. Não se sabe o que ocorreu aos últimos integrantes do clã. Segundo o antropólogo alemão Adolf Bastian, que visitou um cemitério em Sembo no ano de 1859, os últimos pretendentes Quimpanzos estariam enterrados lá.
Ver também
editarReferências
- ↑ Silva, Alberto Da Costa E (2002). A Manilha e o Libambo. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. p. 833
- ↑ «John K. Thornton. <italic>The Kongolese Saint Anthony: Dona Beatriz Kimpa Vita and the Antonian Movement, 1684–1706</italic>. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. 1998. Pp. viii, 228. Cloth $49.95, paper $15.95». The American Historical Review. Junho de 2000. ISSN 1937-5239. doi:10.1086/ahr/105.3.1054. Consultado em 5 de abril de 2021
- ↑ a b Heywood, Linda M. (2007). Central Africans, Atlantic Creoles, and the foundation of the Americas, 1585-1660. John K. Thornton. Nova Iorque: Cambridge University Press. OCLC 77494467