Catedral de Astorga
A Catedral de Astorga, dedicada a Santa Maria, é a sé episcopal da Diocese de Astorga, documentada desde o século III com o título de apostólica. Situa-se na cidade de Astorga, na província de Leão, comunidade autónoma de Castela e Leão, Espanha.
Catedral de Astorga | |
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Fachada da catedral | |
Informações gerais | |
Estilo dominante | gótico tardio, renascentista, barroco |
Arquiteto | Juan de Colonia e seu filho Simón de Colonia (original gótica) Rodrigo Gil de Hontañón (atribuída, ampliação renascentista) |
Construção | 1471–século XVIII |
Religião | catolicismo |
Diocese | Astorga |
Website | www |
Património Mundial | |
Designação | Caminhos de Santiago: Caminho francês e caminhos do norte de Espanha (elemento associado) |
Ano | 2015 |
Referência | 669 en fr es |
Património nacional | |
Classificação | Monumento RI-51-0000663 3 de junho de 1931 |
Geografia | |
País | Espanha |
Cidade | Astorga |
Comunidade autónoma | Castela e Leão |
Província | Leão |
Coordenadas | 42° 27′ 28″ N, 6° 03′ 25″ O |
Localização em mapa dinâmico |
Desde 2015 que a catedral é um elemento associado do sítio do Património Mundial da UNESCO "Caminhos de Santiago: Caminho francês e caminhos do norte de Espanha".[1][2]
História
editarAntes do edifício atual, havia uma igreja pré-românica, que foi substituída por outra românica. Esta última foi consagrada em 1069 pelo bispo Pedro Núñez[3] e pode ter sido concluída em meados do século XIII, no entanto não há muitos registos acerca da sua construção.[4] Segundo outros autores, a igreja de 1069 foi reconstruída em 1087 pelo bispo Osmundo e no século XIII, quando era bispo Pedro Fernández. Esta última reconstrução serviu de base à ampliação definitiva, que foi iniciada em 1471[3] em estilo gótico (naves e capelas) e nos séculos posteriores foram construídos o portal meridional, duas capelas perpendiculares na nave de estilo renascentista e a fachada principal de estilo barroco do século XVIII.[4]
As partes góticas do edifício foram construídas entre finais do século XV e no primeiro terço do século XVI. Ao longo deste século, as obras teriam sido inicialmente dirigidas por Francisco de Colónia.[3] Segundo outros autores, a obra gótica tem possíveis vínculos com os arquitetos Juan de Colonia (filho de Francisco) e seu filho Simón de Colonia. A direção das obras foi depois atribuída, ainda no século XVI, a Rodrigo Gil de Hontañón[4] o qual foi precedido, segundo outros autores, pelo seu pai Juan Gil de Hontañón. Os elementos renacentistas, presentes especialmente no cruzeiro e na porta sudeste, devem-se a Rodrigo Gil de Hontañón.[5] Com planta retangular e capelas absidiais em forma de estrela, muito claras, tem semelhanças arquitetônicas com o gótico alemão.[4]
Em finais do século XVII foi iniciada a construção da atual fachada principal, a qual tem estilo barroco churrigueresco, com três portas com arcos e flanqueada por duas torres com mais de 60 m de altura. Está organizada em forma de retábulo em pedra, com abundante decoração. A torre da esquerda, datada de 1678, foi afetada pelo sismo de Lisboa de 1755 e pela Guerra Peninsular, e só foi finalizada em 1965. A torre da direita começou a ser construída em 1692 e foi terminada em 1704.[5] Sobre umas das pequenas torres que coroam o exterior da cabeceira encontra-se uma estátua de Pedro Mato, um personagem lendário ligado à Batalha de Clavijo.[5]
Descrição
editarA catedral tem planta basilical com três naves que se prolongam sobre a planta românica, capelas entre contrafortes,[6] um falso cruzeiro[5] e uma cabeceira de três absides poligonais. As abóbadas são de cruzaria e os pilares que as sustentam não têm capitéis, mas estendem-se unindo-se aos nervos das mesmas.[6] A fachada é flanqueada por duas torres[5] quadradas, com coruchéus de ardósia. O claustro, da autoria de Gaspar López, é de estilo neoclássico e datado de 1755.[6] A orientação do edifício é incomum, porque a sua cabeceira está orientada a nordeste, quando o normal estar orientada a leste.[carece de fontes]
No interior, o presbitério abriga um retábulo-mor que é uma obra prima do romanismo em Espanha, do escultor Gaspar Becerra. O coro da nave central é de estilo flamengo,[carece de fontes] com cadeirado em nogueira e grade do século XVII. Há várias capelas: sete nas partes laterais das três naves, três na cabeceira, uma em cada braço do falso cruzeiro e duas na base de cada uma das torres. Entre elas destacam-se especialmente a capela de Nossa Senhora da Majestade, em cujo retábulo se encontra a imagem da Virgem da Majestade, do século XII; a Capela-Mor, na qual se encontra um retábulo de estilo renascentista da autoria de Gaspar Becerra; e a capela do retábulo de São Miguel, um exemplo da arte hispano-flamenga do século XVI. A cripta foi construída em 1521 abaixo do presbitério para ser o panteão dos marqueses de Astorga.[7] O claustro, de estilo neoclássico, foi construído em 1755 e é constituído por cinco arcadas em cada ala, unidas por pilastras jónicas. Na sacristia, de 1772, destaca-se um altar-relicário em estilo rococó. Do conjunto catedralício fazem também parte o Museu Diocesano e o Arquivo Diocesano.[8]
O edifício forma um complexo catedralesco que compreende três áreas diferenciadas:
- A igreja.
- O arquivo diocesano, arquivo capitular e museu
- O Hospital de São João Batista, fundado na Idade Média
O Palácio Episcopal de Astorga, quase adjacente à catedral, é uma obra modernista do arquiteto Antoni Gaudí, que com a catedral forma um conjunto harmonioso, apesar dos diferentes tempos em que foram construídos.[carece de fontes]
Notas e referências
editar- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Catedral de Astorga», especificamente desta versão.
- ↑ Caminhos de Santiago de Compostela: Caminho francés e Caminhos do Norte de Espanha. UNESCO World Heritage Centre - World Heritage List (whc.unesco.org). Em inglês ; em francês ; em espanhol. Páginas visitadas em 13 de agosto de 2020.
- ↑ «Chemins de Saint-Jacques du Nord d'Espagne. Candidature d'incription sur la liste du Patrimoine Mondial. Proposition d'extension de lincription du Chemim de Saint-Jacques» (PDF) (em francês). Centro do Património Mundial. whc.unesco.org. 2015
- ↑ a b c Alonso González 2000, p. 94.
- ↑ a b c d Gómez Moreno 1925, [falta página].
- ↑ a b c d e Alonso González 2000, p. 103.
- ↑ a b c Rivera Blanco 1995, p. 335.
- ↑ Luengo Martínez 1978, p. 89-99.
- ↑ Alonso González 2000, pp. 105-106.
Bibliografia
editar- Alonso González, Joaquín (2000), Astorga. Ciudad Bimilenaria, ISBN 84-8183-073-9 (em espanhol), Ámbito</ref>
- Gómez Moreno, Manuel (1925), Catálogo Monumental de la Provincia de León (em espanhol), Madrid
- Luengo Martínez, José María (1978), La cripta de los Marqueses de la ciudad, en la Catedral de Astorga (PDF), Tierras de León: Revista de la Diputación Provincial, ISSN 0495-5773 (em espanhol), 18 (30-31)
- Rivera Blanco, Javier (1995), Catálogo monumental de Castilla y León. Bienes inmuebles declarados, ISBN 84-7846-433-6, I, Leão: Junta de Castela e Leão
A Catedral de Astorga é um elemento associado sítio "Caminhos de Santiago: Caminho francês e caminhos do norte de Espanha", Património Mundial da UNESCO. |