Castelo d'Ancy-le-Franc
O Castelo d'Ancy-le-Franc (Château d'Ancy-le-Franc em francês é um palácio da França em Estilo Renascença, situado na comuna de Ancy-le-Franc, departamento de Yonne.
História
editarO palácio foi erguido no século XVI por ordem de António III de Clermont, filho de Anne de Husson, Condessa de Tonnerre. O edifício foi iniciado em 1544 e terminou, provavelmente, em 1550. A sua realização é obra do arquitecto italiano Sebastiano Serlio, trazido para França pelo Rei Francisco I. António herdou a propriedade da sua mãe, tendo demolido a fortaleza que ali existia para dar lugar a uma nova construção. Apesar de nunca ser esperado que o palácio tivesse funções defensivas, a tradição francesa era tão forte que este acabou por ser rodeado por um fosso.
O palácio permaneceu na posse da Casa de Clermont-Tonnerre até 1683, antes de ser comprado por François Michel Le Tellier de Louvois, Ministro de Luís XIV. Em 1844, foi cedido a Gaspard Louis Aimé de Clermont-Tonnerre, descendente de António III de Clermont. De seguida viria a passar por diversas mãos, entre as quais as dos Príncipes de Mérode.
Actualmente o Château d'Ancy-le-Franc é propriedade de uma sociedade privada, estando classificado como Monumento Histórico da França desde 1983.
Descrição
editarEste palácio é, arquitectonicamente, resultado do encontro entre António de Clermont e Sebastiano Serlio. Com efeito, apesar de o arquitecto ser italiano, soube empregar os frutos da tradição francesa.
O palácio foi construído segundo uma planta central e quadrangular. Cada um dos quatro corpos que formam um quadrado são flanqueados por um pavilhão saliente nos ângulos. Esta planta inspira-se nos planos ditos em pi, muito utilizados em França naquela época. Serlio separou os dois andares de elevações por uma larga cornija, sobre a qual repousam os nichos no segundo andar. O arquitecto empregou para o primeiro andar a ordem Ordem Toscana e para o segundo a Ordem Dórica. Sobre os dois níveis, os nichos são enquadrados por pilastras engajadas. É importante referir que, até ao século XVII, apenas o espaço de uma em cada duas vigas estava aberto. Serlio queria criar um ritmo alternado entre nichos abertos e vigas cegas.
Para a fachada do pátio interior, Serlio empregou no primeiro andar a Ordem Coríntia e no segundo andar a Ordem Compósita. Também aqui o arquitecto quis jogar com um ritmo alternado entre os nichos abertos emoldurados por pilastras. Essses nichos foram ornados por conchas no interior. Serlio abriu uma tripla arcada no rés-do-chão que faz lembrar a da Villa Madama.
Serlio soube submeter-se às exigências do dono da obra ao sobrepujar o edifício com um telhado muito inclinado, como no Château de Villandry, e utilizou a pedra calcária da Borgonha.
O interior do palácio contém pinturas murais de Primatice ou de Niccollo dell Abbate, feitas à semelhança do Château de Fontainebleau, tetos com caixotões, apainelamentos finamentos esculpidos e ornamentações coloridas.
Centrado numa das fachadas, existe um parterre no seu jardim.