Chiquitanos
Os chiquitanos[2] ou chiquitos[3] são um grupo indígena que habita o oeste do estado brasileiro de Mato Grosso (Terra Indígena Lago Grande) e o leste da Bolívia.
Chiquitanos (Chiquito) | ||||||
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Chiquitos retratados por Alcides d'Orbigny no século XIX | ||||||
População total | ||||||
88.358 | ||||||
Regiões com população significativa | ||||||
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Línguas | ||||||
Língua chiquitana, língua portuguesa, língua castelhana | ||||||
Religiões | ||||||
Cristianismo |
História
editarO grupo étnico que atualmente é conhecido como chiquitos na verdade resulta do agrupamento de diferentes povos nativos com culturas e línguas distintas.
A denominação foi utilizada pela primeira vez por cronistas da expedição de Nuflo de Chaves que, em 1557, foi atacada por nativos, que passaram a designados como: "chiquitos".
Há fontes que afirmam que essa denominação decorre do fato de que os espanhóis observaram que a entrada de suas habitações era muito baixa[4].
Uma das características que os espanhóis utilizaram para distinguir esse grupo étnico dos demais, foi a utilização de flechas envenenadas.
A denominação "chiquitos" era uma denominação genérica que não identificava um único grupo étnico que, foi utilizada pelos espanhóis, inicialmente, para se referir aos trabasicosis (também conhecidos como tobacicosis) e aos gorgotoguis. Em um momento posterior, essa denominação passou a ser utilizada para se referir aos múltiplos grupos ou nações nativas que viviam no planalto bordejado pelas terras baixas do pantanal mato-grossense, entre a planície amazônica e os contrafortes da Cordilheira dos Andes.
Praticavam a agricultura nas épocas chuvosas (de outubro a maio), plantando nas colinas. Depois da colheita, com o começo da estação seca, dedicavam-se à caça, até que começasse uma época chuvosa para semearem os campos.
A estrutura sócio-econômica dos chiquitanos era muito similar à dos guaranis. Sua principal atividade econômica era a agricultura, mas também se dedicavam à caça, à pesca e a coleta. Esse povo não adotava a propriedade individual do solo[5].
A partir de 1691, os jesuítas passaram a formar dez reduções de "chiquitos". Em cada povoado foram juntadas pessoas de cinco a oito povos diferentes[6].
Nessas missões, os índios eram protegidos de bandeirantes e encomenderos, mas eram obrigados a se converter ao cristianismo e a trabalhar para os jesuítas. Após a expulsão dos jesuítas pelo governo espanhol em 1767, os índios continuaram na região.
A partir da década de 1970, o território começou a ser loteado e ocupado por fazendeiros.[7] Em 1998, com os estudos de impacto ambiental do gasoduto Bolívia-Brasil, os chiquitanos, até então completamente desconhecidos no Brasil, se tornaram conhecidos no país. Atualmente, os índios chiquitanos lutam pela posse legal de suas terras tradicionais, que se encontram ocupadas por fazendeiros.[2]
Referências
- ↑ a b Instituto Socioambiental. «Quadro Geral dos Povos». Enciclopédia dos Povos Indígenas no Brasil. Consultado em 17 de setembro de 2017
- ↑ a b Instituto Humanitas Unisinos. Disponível em http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/507557-chiquitanos-e-a-busca-pelo-territorio-entrevista-especial-com-aloir-pacini. Acesso em 10 de novembro de 2014.
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 397.
- ↑ Hans Roth, un emblema de las reducciones jesuíticas de Chiquitos, em espanhol, acesso em 04 de março de 2017.
- ↑ MISSÃO JESUÍTICA COLONIAL NA AMAZÔNIA MERIDIONAL: SANTA ROSA DE MOJO UMA MISSÃO NUM ESPAÇO DE FRONTEIRA (1743-1769) Arquivado em 17 de janeiro de 2018, no Wayback Machine., acesso em 16 de janeiro de 2018.
- ↑ ÍNDIOS DE MOJO E CHIQUITOS NO CONTEXTO COLONIAL IBÉRICO DO SÉCULO XVI AO XVIII, acesso em 26 de novembro de 2017
- ↑ Povos indígenas no Brasil. Disponível em http://pib.socioambiental.org/pt/povo/chiquitano/415. Acesso em 10 de novembro de 2014.
Ligações externas
editar- Chiquitano (Bésɨro) no Catálogo de Línguas Indígenas Sul-Americanas
- «Povos Indígenas no Brasil - Chiquitano»