Ciclo diurno (ou ciclo diário) é qualquer padrão que se repete a cada 24 horas como resultado de uma rotação completa do planeta Terra em torno do seu eixo.[1] A rotação da Terra provoca flutuações diárias de temperatura na superfície terrestre ao longo do dia e da noite, bem como desfasamento sazonal ao longo do ano. O ciclo diurno depende principalmente da radiação solar recebida.[2] O ciclo diurno, em conjugação com os efeitos gravitacionais da Lua e do Sol, é origem da principal componente das marés oceânicas e da maré terrestre. O ciclo de aproximadamente 12 horas é designados por ciclo semidiurno tendo igualmente grande relevância geofísica e ecológica.

A rotação da Terra em relação ao Sol provoca o ciclo dia/noite de 24 horas.
A variação diurna da temperatura do ar (azul) apresenta um atraso de 3 a 4 horas em relação à insolação ao meio-dia solar (vermelho).

Clima e atmosfera

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Em climatologia, o ciclo diurno é uma das formas mais básicas de padrão climático, incluindo variações na temperatura diurna e precipitação.[1] Os ciclos diurnos podem ser aproximadamente sinusoidais ou incluir componentes de uma sinusoide truncada (devido ao nascer e pôr do Sol) e ao relaxamento térmico (arrefecimento de Newton) durante a noite.[1]

O ciclo diurno tem também um grande impacto nos níveis de dióxido de carbono na atmosfera, devido a processos como a fotossíntese e a respiração celular.[3]

Efeitos biológicos

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Os ciclos diurnos de luz e temperatura podem resultar em ciclos semelhantes nos processos biológicos, como a fotossíntese nas plantas[3] e a depressão clínica nos seres humanos.[4] As respostas das plantas aos ciclos ambientais podem mesmo induzir ciclos indirectos nas actividades microbianas da rizosfera, incluindo a fixação de azoto.[5]

Ciclo semi-diurno

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Um ciclo semi-diurno refere-se a um padrão que ocorre aproximadamente a cada 12 horas ou duas vezes por dia. Muitas vezes, estes podem ser relacionados com a maré lunar, caso em que o intervalo é mais próximo de 12 horas e 25 minutos.

Referências

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  1. a b c Betts, A (2015). «BOUNDARY LAYER (ATMOSPHERIC) AND AIR POLLUTION | Diurnal Cycle». Diurnal Cycle. Encyclopedia of Atmospheric Sciences (em inglês) 2nd ed. pp. 319–23. ISBN 9780123822253. doi:10.1016/B978-0-12-382225-3.00135-3 
  2. Hartmann, Dennis L. (1994). «The Energy Balance of the Surface». International Geophysics (em inglês). 56: 81–114. ISSN 0074-6142. doi:10.1016/S0074-6142(08)60561-6 
  3. a b Matthews, Jack S.A.; Vialet-Chabrand, Silvere R.M.; Lawson, Tracy (2017). «Diurnal Variation in Gas Exchange: The Balance between Carbon Fixation and Water Loss». Plant Physiology. 174 (2): 614–623. ISSN 0032-0889. PMC 5462061 . PMID 28416704. doi:10.1104/pp.17.00152 
  4. Wirz-Justice, Anna (2008). «Diurnal variation of depressive symptoms». Dialogues in Clinical Neuroscience. 10 (3): 337–343. ISSN 1294-8322. PMC 3181887 . PMID 18979947. doi:10.31887/DCNS.2008.10.3/awjustice 
  5. G.K., Sims; Dunigan, E.P. (1984). «Diurnal and seasonal variations in nitrogenase activity (C2H2 reduction) of rice roots». Soil Biology and Biochemistry (em inglês). 16 (1): 15–18. ISSN 0038-0717. doi:10.1016/0038-0717(84)90118-4 

Ver também

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Predefinição:Oscilações do clima