Cinturão golpista
Cinturão golpista[1][2] (em inglês: Coup Belt, em francês: ceinture de coup d'État[3]) é um neologismo geopolítico moderno para descrever a região da África Ocidental e do Sahel que tem uma alta prevalência de golpes de Estado.[4][5][6][7]
O termo originou-se devido aos diversos golpes realizados nos países da região, como na Guiné,[8] no Mali[9] e no Sudão[10] em 2021, dois em Burkina Faso em janeiro[11] e em setembro[12] em 2022, e no Níger em 2023.[13] A região também foi palco de tentativas de golpe no Níger e no Sudão em 2021, na Guiné-Bissau e em Gâmbia em 2022 e no Sudão em 2023.
Após o golpe de 2023 no Níger, esses países formaram uma cadeia contínua que se estende entre as costas leste e oeste da África.[14]
A CEDEAO tem tentado trabalhar ativamente na mudança deste rótulo que está associado à região,[1] embora sem sucesso; eles suspenderam o Mali após o golpe em 2021,[16] a Guiné também foi suspensa em 8 de setembro de 2021, logo após um golpe militar ocorrido no país.[17][18]
Os golpes tiveram natureza similar; a maioria veio de militares insatisfeitos que criticaram a maneira como seus respectivos governos lidaram com insurgentes islamistas ou protestos. As novas juntas também tendem a ter relações piores com o Ocidente, com muitas buscando apoio da Rússia e do Grupo Wagner em vez da França, que ajudou os países a lutar contra os insurgentes islamistas por meio da Operação Barkhane.[19]
Referências
- ↑ a b «África Ocidental: Os Chefes de Estados criam a força antigolpe.». Radio TV Bantaba. 4 de Dezembro de 2022. Cópia arquivada em 29 de Julho de 2023
- ↑ «'Cinturão golpista': com Níger, África subsaariana sofre seis golpes de Estado em três anos». O Globo. 29 de julho de 2023. Cópia arquivada em 29 de julho de 2023
- ↑ «Les dirigeants ouest-africains ont l'intention de former une force de maintien de la paix pour contrer les coups d'État» (em francês). Radio Tunisie. Consultado em 4 de agosto de 2023
- ↑ Mekki Elmograbi (7 de setembro de 2021). «Guinea Joins the African Club of the "Coup Belt"». BL News (em inglês)
- ↑ Suleiman, Muhammad Dan (24 de setembro de 2021). «Towards a Better Understanding of the Underlying Conditions of Coups in Africa» (em inglês)
- ↑ «Africa's 'coup belt' facing further upheaval» (em inglês). Arab News. 2 de fevereiro de 2022
- ↑ Onuah, Felix (5 de dezembro de 2022). «West African leaders plan peacekeeping force to counter 'coup belt' reputation» (em inglês) – via www.reuters.com
- ↑ «Why a coup in Guinea was felt around the world». CNBC (em inglês). Consultado em 28 de julho de 2023
- ↑ «After Two Coups, Mali Needs Regional Support to Bolster Democracy». United States Institute of Peace (em inglês). Consultado em 28 de julho de 2023
- ↑ «Sudan's Coup: One Year Later». Council on Foreign Relations (em inglês). Consultado em 28 de julho de 2023
- ↑ «A timeline of the coup in Burkina Faso since January 2022». The Hindu (em inglês). 3 de outubro de 2022. ISSN 0971-751X. Consultado em 28 de julho de 2023
- ↑ «Burkina Faso's coup and political situation: All you need to know». www.aljazeera.com (em inglês). Consultado em 28 de julho de 2023
- ↑ «Niger's Bazoum 'held by guards' in apparent coup attempt». Al Jazeera (em inglês). 26 de julho de 2023. Cópia arquivada em 27 de julho de 2023
- ↑ Walsh, Declan (29 de julho de 2023). «Coast to Coast, a Corridor of Coups Brings Turmoil in Africa». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 30 de julho de 2023
- ↑ Duzor, Megan; Williamson, Brian (2022). «By the Numbers: Coups in Africa». Voice of America
- ↑ «ECOWAS suspends Mali over second coup in nine months». Al Jazeera. 31 de maio de 2021
- ↑ Samb, Saliou; Eboh, Camillus; Inveen, Cooper (9 de setembro de 2021). Heritage, Timothy; Orlofsky, Steve; Pullin, Richard, eds. «West African leaders due in Guinea as post-coup calm pervades Conakry». Reuters
- ↑ "West African leaders suspend Guinea from Ecowas following coup," 9 de setembro de 2021, BBC News
- ↑ «Entenda o papel de França e Rússia no golpe do Níger». CNN Brasil. 28 de julho de 2023