Classe Amazonas
A Classe Amazonas foi uma classe de contratorpedeiros construídos para a Marinha do Brasil na década de 1940 no Arsenal de Marinha das Ilha das Cobras. Inicialmente foi denominada como Classe Acre também como Classe A, por conta da mudança posterior no número de amura das embarcações, onde Acre, marcado como A4, passou a ser D10, o primeiro da lista.[1]
Classe Amazonas | |
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Lançamento ao mar do Contratorpedeiro Acre em 1946.
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Visão geral | |
Operador(es) | Marinha do Brasil |
Construtor(es) | Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro |
Unidade inicial | CT Acre (D-10) |
Unidade final | CT Araguari (D-15) |
Em serviço | 1949 - 1974 |
Construídos | 6 |
Características gerais | |
Tipo | Contratorpedeiro |
Deslocamento | 2 102 t (4 630 000 lb) (Ajuricaba) |
Comprimento | 98,5 m (323 ft) |
Boca | 10,06 m (33,0 ft) |
Calado | 3,7 m (12,1 ft) |
Propulsão | 3 x caldeiras Babcock & Wilcox 2 x turbinas a vapor Westinghouse 2 x eixos com hélices de passo fixo 34 600 hp (25 800 kW) |
Velocidade | 34 kn (63,0 km/h) |
Autonomia | 5 200 m.n. (9 630 km) à 13,5 kn (25,0 km/h) |
Armamento | 3 x canhões de 127 mm (5,00 in) 2 x canhões duplos de 40 mm (1,57 in) 2 x canhões de 20 mm (0,787 in) 2 x reparos triplos lançadores de torpedos de 533 mm (21,0 in) 2 x calhas lançadoras de cargas de profundidade Mk 3 2 x projetores laterais Mk 6 para cargas de profundidade Mk 6 ou Mk 9[1] |
Tripulação | 213, 14 oficiais e 199 praças |
Todos os navios foram desativados na década de 1970, com exceção dos CT Ajuricaba (D-11) e CT Apa (D-13), que foram baixados na década de 1960.[2][3]
História
editarEstes navios foram construídos no Brasil após um acordo com o governo do Reino Unido, que requisitaram com o início da Segunda Guerra Mundial os seis contratorpedeiros da Classe J (Juruá, Javary, Jutahy, Juruena, Jaguaribe e Japurá) que estavam sendo construídos no Reino Unido. Os britânicos e aceitaram a solicitação brasileira para que navios dessa classe fossem construídos no Brasil com suporte técnico britânico. A mudança do suporte técnico britânico para norte-americano também fez com que os navios da classe apresentasse características diferentes ao projeto inicial britânico.[4][5][6]
Havia também uma diferença de velocidade entre o Acre e Ajuricaba e os demais navios da classe, equipados respectivamente com turbinas General Electric de 34500 hp e Westinghouse de 45000 hp.[7]
Nome | Nº de amura | Estaleiro | Batimento de quilha[8] | Lançamento ao mar[8] | Comissionado[8] | Baixa no registro |
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Amazonas[9][1] | A1; depois D12 | Arsenal da Marinha, Ilha das Cobras, Rio de Janeiro | julho de 1940 | 29 de novembro de 1943 | 10 de novembro de 1949 | 1973 |
Araguari[10] | A2; depois D15 | dezembro de 1940 | 14 de julho de 1946 | 23 de junho de 1951 | 1974 | |
Ajuricaba[3] | A3; depois D11 | 30 de maio de 1945 | dezembro de 1951 | julho de 1964 | ||
Acre[11][7] | A4; depois D10 | 10 de dezembro de 1951 | julho de 1974 | |||
Araguaya[12] | A5; depois D14 | julho de 1940 | 24 de novembro de 1943 | 3 de setembro de 1949 | 1974 | |
Apa[2] | A6; depois D13 | dezembro de 1940 | 30 de maio de 1945 | dezembro de 1951 | 1964 |
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c «Amazonas Contratorpedeiro» (PDF). Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentaçāo da Marinha. Consultado em 20 de junho de 2020. Cópia arquivada (PDF) em 20 de junho de 2020
- ↑ a b «CT Apa - A 6/D 13». Navios de Guerra Brasileiros. Consultado em 20 de junho de 2020. Cópia arquivada em 30 de outubro de 2019
- ↑ a b «CT Ajuricaba - A 3/D 11». Navios de Guerra Brasileiros. Consultado em 20 de junho de 2020. Cópia arquivada em 30 de outubro de 2019
- ↑ Friedman, p. 227
- ↑ Fernando Ribas De Martini (novembro de 2016). «Chaminés do progresso da construção naval: 1937-1945» (PDF). Anais do Seminário da Ciência e da Tecnologia, Florinópolis, Santa Catarina - 16 a 18 de novembro de 2016. Consultado em 20 de junho de 2020. Cópia arquivada (PDF) em 20 de junho de 2020
- ↑ Wise, p. 111
- ↑ a b «Acre Contratorpedeiro» (PDF). Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentaçāo da Marinha. Consultado em 20 de junho de 2020. Cópia arquivada (PDF) em 20 de junho de 2020
- ↑ a b c Whitley 2000, p. 22
- ↑ «CT Amazonas - A 1/D 12». Navios de Guerra Brasileiros. Consultado em 20 de junho de 2020. Cópia arquivada em 14 de abril de 2020
- ↑ «CT Araguari - A 2/D 15». Navios de Guerra Brasileiros. Consultado em 20 de junho de 2020. Cópia arquivada em 30 de outubro de 2019
- ↑ «CT Acre - A 4/D 10». Navios de Guerra Brasileiros. Consultado em 20 de junho de 2020. Cópia arquivada em 30 de outubro de 2019
- ↑ «CT Araguaia - A 5/D 14». Navios de Guerra Brasileiros. Consultado em 20 de junho de 2020. Cópia arquivada em 30 de outubro de 2019
Bibliografia
editar- Destroyers of the Brazilian Navy: Acre Class Destroyers, Garcia Class Frigates of the Brazilian Navy, Books LLC , 2010. ISBN 978-1158131747
- Friedman, Norman (2009). British Destroyers From Earliest Days to the Second World War. Annapolis, Maryland: Naval Institute Press. ISBN 978-1-59114-081-8
- Whitley M.J. Destroyers of World War Two: An International Encyclopedia. London: Cassell Publishing, 2000. ISBN 1-85409-521-8
- Wise, Jon The Role of the Royal Navy in South America, 1920-1970. London: Bloomsbury, 2014. [1]
Ligações externas
editar- «Ilusão desfeita: a "aliança especial" BrasilEstados Unidos e o poder naval brasileiro durante e após a Segunda Guerra Mundial» (PDF). arquivado em 20 de junho de 2020