Clematis cirrhosa, comummente conhecida como cipó-do-reino[1] (não confundir com a Clematis vitalba, que consigo partilha este nome) ou vide-branca[2] (não confundir com a Clematis vitalba, nem com a Clematis campaniflora, que consigo partilham este nome), é uma espécie de planta com flor, pertencente à família das Ranunculáceas.[2]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaClematis cirrhosa

Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Ordem: Ranunculales
Família: Ranunculaceae
Género: Clematis
Espécie: C. cirrhosa
Nome binomial
Clematis cirrhosa
L.

Descrição

editar

Trepadeira perenifólia que se serve dos pecíolos, à guisa de gavinhas, para trepar, podendo atingir mais de 4 metros de.[3]

As folhas podem ser simples, dentadas, trilobadas, ou ternadas, com segmentos dentados ou lobulados, na sua maioria aparecem fasciculadas sobre curtos rebentos axilares opostos.[3][4]

As flores são hermafroditas, axilares, em forma de campânula, podendo ser solitárias ou aparecer em panículas de 2 ou 3 flores, sobre pedúnculos de quatro centímetros a quatro centímetros e meio.[3] Destacam-se pela sua cor esbranquiçada e pela redolência melífera que exalam.[4] Tem brácteas soldadas, constituindo um involucro bilabiado sob a flor. O perianto é composto por 4 a 6 tépalas branco-amarelentas, ocasionalmente com manchas avermelhadas, velosas na face externa, mas glabras na face interna.[3]

Os frutos são aquénios velosos, compridos com certa de 6 centímetros.[3]
Floresce entre Outubro e Dezembro.[1][5]

Distribuição

editar

Encontra-se amplamente dispersa região do Mediterrâneo.[4] Há exemplares em Marrocos, na Argélia, na Tunísia , na Líbia , em Portugal , em Espanha , em Gibraltar , nas Ilhas Baleares, na Córsega, na Sardenha, em Itália , em Malta, na Grécia , nas ilhas do Egeu, no Chipre, na Turquia, na Síria, no Líbano, na Jordânia e em Israel.[6]

Portugal

editar

Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental. Mais concretamente, na zona do Sudoeste meridional.[1]

Em termos de naturalidade é nativa da região atrás indicada.

Ecologia

editar

Privilegia os habitats de nemorais, mormente as florestas, os matorrais e as balças, geralmente nas zonas costeiras.[1] Também se dá na berma de estradas e caminhos (espécie ruderal).[7]

Protecção

editar

Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.

É considerada uma planta «quase ameaçada», de acordo com a categorização de ameaça da IUCN.[7][8] Está arrolada na «Lista Vermelha da Flora Portuguesa» de 2020.[9]

Taxonomia

editar

A Clematis cirrhosa foi descrita por Carlos Lineu e publicado na obra Species Plantarum 1: 544, em 1753.[10]

Citologia

Os números cromossomáticos da Clematis cirrhosa (Fam. Ranunculaceae) e táxones infra-específicos são 2=16[11]

Etimologia

editar

Sinonímia[1]

editar
  • Atragene balearica Pers.
  • Atragene cirrhosa Pers.
  • Cheiropsis balearica Bercht. & J.Presl
  • Cheiropsis cirrhosa Bercht. & J.Presl
  • Cheiropsis elegans Spach
  • Cheiropsis semitriloba Bercht. & J.Presl
  • Clematis balearica Rich.
  • Clematis calycina Aiton
  • Clematis calyculata C.K.Schneid.
  • Clematis laeta Salisb.
  • Clematis pedicellata (DC.) Sweet
  • Clematis polymorpha Viv.
  • Clematis semitriloba Lag.[15]

Referências

  1. a b c d e «Clematis cirrhosa». Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Consultado em 17 de março de 2020 
  2. a b «Clematis cirrhosa - Página de Espécie • Naturdata - Biodiversidade em Portugal». Naturdata - Biodiversidade em Portugal. Consultado em 20 de março de 2021 
  3. a b c d e Castroviejo, S. (coord. gen.). 1986-2012. Flora iberica p. 271. Real Jardín Botánico, CSIC, Madrid.
  4. a b c Schönfelder, Peter (2008). Die neue Kosmos-Mittelmeerflora. Stuttgart: Franckh-Kosmos-Verlag. p. 300. ISBN 978-3-440-10742-3 
  5. Coca Pérez, M. (2001). Árboles, arbustos y matas del Parque Natural Los Alcornocales 2ª ed. [S.l.]: Jerez:Orni Tour. ISBN 84-607-3494-3 
  6. «The Euro+Med Plantbase Project». ww2.bgbm.org. Consultado em 20 de março de 2021 
  7. a b «Flora-On | Flora de Portugal». flora-on.pt. Consultado em 20 de março de 2021 
  8. «Flora». Lista Vermelha da Flora (em inglês). 4 de junho de 2017. Consultado em 20 de março de 2021 
  9. Carapeto, André (2020). Lista Vermelha Flora Vascular Portugal Continental 2020 (PDF). Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda. p. 349. 374 páginas 
  10. Clematis cirrhosa en Trópicos
  11. Studies on the flora of the Balearic Islands, I. Dahlgren, R., Th. Karlsson & P. Lassen. Bot. Not. 124: 249-269 (1971).
  12. Sunset Western Garden Book. [S.l.: s.n.] 1995. pp. 606–7 
  13. «Definition of CLEMATIS». www.merriam-webster.com (em inglês). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  14. Em Epítetos Botánicos
  15. Clematis cirrhosa en PlantList

Ligações externas

editar
  Este artigo sobre plantas é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.