Cobogó

bloco vazado, de concreto ou outro material, usado para estabelecer aberturas permanentes de ventilação e iluminação em paredes de edificações

Cobogó é a denominação dada ao elemento vazado, normalmente feito de barro ou cimento, que completa paredes e muros para possibilitar maior ventilação e luminosidade no interior de um imóvel, seja residencial, comercial ou industrial.[1][2]

Interior da Caixa D'Água do Alto da Sé. Perceba a iluminação natural permitida pelos cobogós.

Seu nome deriva das iniciais dos sobrenomes de três engenheiros que, no Recife, no início do século XX (1929[2][3][4][5] ou 1930[6]) conjuntamente o idealizaram: Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de is.

Em muitos lugares do Nordeste do Brasil o nome sofreu algumas variações, tais como combobó, combogó, comogó, comongol, comogol, comungó.

Concepção

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Exterior da Caixa d'Água de Olinda visto de perto. Perceba os cobogós que formam a parede.

O cobogó surgiu dentro do contexto da arquitetura das vanguardas modernistas no começo do século XX, sendo implementado pela primeira vez na famosa Caixa d'Água de Olinda, em Olinda, em 1935, pelo arquiteto modernista-futurista, originário de Minas Gerais porém radicado em Pernambuco, Luis Nunes.[7][8]

Embora a implementação dos três engenheiros tenha sido original, o cobogó foi influenciado pelos muxarabis observados na Índia pelo então comerciante Ernest Boeckmann.[8][9]

Inicialmente, os cobogós eram feitos apenas de cimento. Com sua popularização passaram a ser moldados com outros materiais, como argila, vidro, cerâmica etc., variando também no formato e nos desenhos.[10]


Fora do Brasil

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Em Portugal, é comumente designado por parede de fachada de alvenaria de blocos pré-fabricados de betão de gelosia decorativa em fachada, assentes com argamassa de cimento e cal, confeccionada em obra.[11]

Referências

  1. BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA, Aurélio. Novo Dicionário Aurélio.
  2. a b «Dicionário Proz». Cópia arquivada em 14 de janeiro de 2025 
  3. «Livro registra história do cobogó, ícone da arquitetura pernambucana». G1 Pernambuco. 3 de setembro de 2013. Cópia arquivada em 14 de janeiro de 2025 
  4. «Casos de Casa». Consultado em 20 de maio de 2014. Arquivado do original em 20 de maio de 2014 
  5. «Livro sobre o cobogó é lançado na Orbe Coworking». revistacontinente.com.br. Consultado em 14 de janeiro de 2025. Cópia arquivada em 27 de outubro de 2014 
  6. «Ver+Design». Consultado em 20 de maio de 2014. Arquivado do original em 20 de maio de 2014 
  7. «Clássicos da Arquitetura: Caixa D'água de Olinda / Luiz Nunes». ArchDaily Brasil. 20 de agosto de 2018. Consultado em 14 de janeiro de 2025. Cópia arquivada em 14 de janeiro de 2025 
  8. a b VIEIRA, Antenor; BORBA, Cristiano; RODRIGUES, Josivan (2012). Cobogó de Pernambuco (PDF). Recife: [s.n.] p. 9. Arquivado do original (PDF) em 14 de setembro de 2016 
  9. «Cobogós: breve história e usos». ArchDaily Brasil. 9 de junho de 2015. Consultado em 14 de janeiro de 2025. Cópia arquivada em 14 de janeiro de 2025 
  10. «Cobogós (Leroy Merlin)». Cópia arquivada em 14 de janeiro de 2025 
  11. «Gelosia em fachada, de alvenaria de blocos decorativos face à vista». Gelosia em fachada, de alvenaria de blocos decorativos face à vista. Consultado em 12 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 14 de janeiro de 2025 

Ligações externas

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