O Colégio Santana foi uma tradicional instituição de ensino localizada no bairro de Santana, em São Paulo, Brasil.

Colégio Santana
Colégio Santana
Fachada do Colégio nos anos 1940
Informação
Localização São Paulo,  Brasil
Rua Voluntários da Pátria, 2678
Tipo de instituição Particular
Fundação 1892 (133 anos)
Cursos oferecidos educação infantil, ensino fundamental, ensino médio

História

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Fundado em 1892, na Avenida Angélica, em Higienópolis, com cinquenta pensionistas e nove órfãs, o colégio foi inicialmente chamado de Colégio de Sagrado Coração de Maria. Em 1894, foi transferido para o bairro de Santana, no alto da colina, onde passou a ser conhecido como Colégio Santana. No início, era um colégio interno para meninas e moças, alinhado aos valores cristãos e aos costumes da época. Com o passar do tempo, a instituição começou a receber alunos de ambos os sexos e deixou de ser um colégio interno, adaptando-se às mudanças sociais e educacionais do século XX.[1]

O alto do bairro de Santana, onde o colégio foi instalado, tornou-se uma área de destaque em São Paulo. Em 1895, foi construída, no terreno do colégio, a Capela de Santa Cruz, com o auxílio de Pedro Doll e da família Baruel. A capela tinha o propósito de romanizar a presença da Igreja Católica no Brasil recém-república, além de atender a população do entorno. Nas proximidades, desenvolveu-se uma população mais abastada, que construiu residências de padrão superior às da várzea do Tietê, aproveitando-se da localização no alto da colina, que era menos suscetível a inundações e possuía “ares montanhosos”, considerados mais saudáveis. Para atender à demanda da região, foram realizadas obras de arruamento, terraplanagem e pavimentação pelas primeiras empresas construtoras da cidade.[2]

O colégio também foi palco de um dos marcos históricos mais importantes do Brasil. Em 3 de junho de 1900, o padre Roberto Landell de Moura realizou a primeira transmissão da voz humana registrada pela imprensa no Brasil. A transmissão conectou aproximadamente 8 km em linha reta, desde o colégio até a avenida Paulista, onde hoje está o MASP.[3] Este feito foi amplamente divulgado pelo Jornal do Commercio, que destacou a inovação e o brilhante êxito do padre em suas experiências com som, luz e eletricidade.[4]

A presença do colégio foi fundamental para o desenvolvimento do bairro de Santana. As irmãs do Colégio Santana desempenharam um papel ativo na modernização da região, sendo responsáveis por mobilizar a instalação da primeira linha telefônica no bairro, o que ocorreu em 16 de maio de 1912, por meio da Companhia Telefônica Brasileira (CTB). Esse foi um marco importante para a comunicação e o progresso local. Além disso, em 1908, as irmãs solicitaram a extensão da linha de bonde elétrico da Ponte Grande até a colina de Santana, facilitando o acesso ao colégio para alunas e funcionários.[5]

Na década de 1960, a diretora do colégio, Irmã Maria Bernadette Leme Monteiro, fundou a Colmeia Recreativa, um projeto social que contribuiu para a formação de meninos pobres da região.

Legado

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Além de sua relevância educacional, o Colégio Santana foi um ponto de referência cultural e social no bairro. O colégio, junto com a capela, o Palacete Baruel e a Biblioteca Narbal Fontes, é considerado um dos marcos culturais de Santana. Sua influência ultrapassava os muros da instituição, impactando a vida social e o desenvolvimento do bairro.

O colégio foi frequentado por diversas personalidades e famílias de destaque. Entre seus alunos mais ilustres, o tricampeão mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna, que estudou na instituição entre o 1º e o 4º ano do ensino fundamental, assim como sua irmã, Viviane Senna.[6] Tarcila do Amaral também estudou no colégio.[7][8]

Após décadas de atuação, o colégio encerrou suas atividades como uma instituição independente e passou a integrar a Elite Rede de Ensino - Santana.[9] Outro marco importante na história do local ocorreu em 7 de junho de 2019, quando foi inaugurada a Unidade Santana da Universidade São Judas Tadeu.[10]

Galeria

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Ver também

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Referências