Coleção Polícia da Corte
A Coleção Polícia da Corte é uma das coleções em exposição no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. O acervo reúne objetos recolhidos por agentes policiais no contexto da repressão às manifestações culturais e religiosas afro-brasileiras no século XIX. O nome da coleção remete à Polícia da Corte, uma força policial militar e profissional criada em 1809. A coleção registra a história da formação cultural afro-brasileira e a da violência contra a cultura negra no Brasil.[1]
Os objetos foram recolhidos por Ladislau Netto, então diretor do Museu Nacional, que, na década de 1880, os coletou e catalogou. A polícia pretendia destruir os objetos, considerados "bugigangas".[1] Para Ladislau Netto, em documento ao chefe da polícia, os objetos tinham "grande valor etnológico".[2]
A coleção reúne 120 itens, incluindo instrumentos musicais, especialmente tambores, e itens ligados ao candomblé, como itens ferramentas dos Orixás. Também foram catalogados objetos de pesca, brinquedos e adereços. São destaque na coleção:[1]
- um abebé, elemento ritualístico de Oxum, produzido com latão e identificado com o número de tombo 6.308;
- ferramentas de Ogum, um amuleto com sete símbolos identificado com o número de tombo 6.231;
- Ofá de Oxóssi, de metal, registrada com o número de tombo 5.308; e
- Oxé de Xangô, de madeira e com aspecto feminino, sem numeração.
Esta coleção foi destruída no incêndio de 2018 no Museu Nacional.[3][4]
Galeria
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Abebé, registrado em 2015.
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Ofá de Oxóssi, registrada em 2015.
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Oxé de Xangô, em fotografia de 2015.
Referências
- ↑ a b c CABRAL, C. (2017). Da polícia ao museu: A formação da coleção africana do Museu Nacional na última década da escravidão”. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
- ↑ «Um flerte à etnologia: Ladislau Netto e uma coleção africana no Museu Nacional» (PDF). 2018
- ↑ «Museu Nacional: memória e pesquisa tornaram-se cinzas». www.multirio.rj.gov.br. Consultado em 29 de setembro de 2018
- ↑ «Nos roubaram uma segunda vez: sobre as cinzas do Museu Nacional». Alma Preta