Coutinho Afonso
Coutinho Afonso é uma pequena aldeia da freguesia de Algueirão-Mem Martins, no concelho de Sintra. Situa-se no nordeste dessa freguesia, no limite com a de Pero Pinheiro.
Coutinho Afonso | |
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Município | Sintra |
Freguesia | Algueirão - Mem Martins |
População | 84 hab. (2011) |
Fundação | 1348 |
Localização | |
Coordenadas | |
Povoações de Portugal |
Existem evidências da ocupação no local já no Paleolítico Antigo ou Superior – 600.000 a 100.000 anos a.C. –, como o atestam escavações efetuadas em 1966 pelo arqueólogo João José F. Gomes na "estação paleolítica de superfície da Casa Caída". De acordo com o arqueólogo, esse povoado manteria a sua ocupação pelo menos até ao Paleolítico Médio – 100.000 a 40.000 anos a. C.[1]
No período romano Coutinho Afonso era atravessada por uma “(…) grande estrada romana que ligava Belas, Suimo, Casal da Mata, Coutinho Afonso e irá provavelmente ter ao Ramalhão.” [2]
As primeiras referências escritas serão de 1348, em notícias de aforamentos de terras do Convento de Santa Cruz de Coimbra em "Maria Dias" e "Gontijnha Afonso" (AHS, Núcleo Silva Marques).
Segundo o editor António Rocha Madahil, no Livro da Fazenda e Rendas da Universidade de Coimbra em 1570 (organizado, em 1570, por Simão de Figueiró, escrivão das rendas e bens da Universidade de Coimbra e publicado em 1940), citado pelo arqueólogo Rui Oliveira, Coutinho Afonso “(…) é citado duas vezes a propósito de propriedades: ‘… uma vinha e muitas propriedades de pam que trazem (isto é arrendadas) dezanove ou vinte pessoas do dito lugar’ Nestas duas citações, duas variantes gráficas: a 1.ª = Coutinha Afonso; a 2.ª Guontinha Afonso (…)”.[3]
A Lista de Comarcas do Reino, de 1640, refere que Coutinho Afonso pertencia à Vintena [nota 1] de Cortegraça e tinha 5 vizinhos.[5] [nota 2]
Em 1758, na sequência do terramoto de 1755, o Marquês de Pombal ordenou a realização das Memórias Paroquiais, um interrogatório enviado aos párocos para que estes inquirissem a população. O resultado desses inquéritos é publicado em 1758, referindo que o termo de Sintra possui 22 vintenas, sendo que a “(…) Ventena de Cortegasa tem quatorze lugares: Cortegasa, Continha Afonso, Barouta, Maria Dias, Palmeyras, Quintanellas, Das Gozmas, Das Vivas, Sam Miguel, Condado, Cabrafiga, Lapas, Urnal, Mourelena (…)”. Nessas Memórias é referido que “(…) Contim affonço (…) tem sinco famílias com vinte, e seis pessoas (…)”.[6]
O terramoto de 1755 terá provocado fortes danos em Coutinho Afonso, sendo aí registado o único óbito da freguesia de Santa Maria, na qual se inseria então Coutinho Afonso; referem as Memórias Paroquiais: “Aos 2 de Novembro de 1755 passou da vida prezente Martins solteiro, solteiro, morador em Coutinho Afonso desta freguesia que morreu por cauza do terramoto e foi sepultado no adro desta Igreja de Santa Maria de que fis este assento que assinei. Por comissão, o cura Hierónimo Rodrigues Moura.”.[7]
Em 1838, no levantamento efetuado pelo Visconde de Juromenha no livro Cintra Pinturesca, era referido que Coutinho Afonso tinha sete fogos.[8]
Em 1940 os censos populacionais referem que Coutinho Afonso tinha então 51 habitantes. Os censos mais recentes (2011) indicam uma população de 84 habitantes.
Notas
- ↑ Forma arcaica de organização administrativa do território, já referenciada nas Ordenações Afonsinas, extinta com o Liberalismo, que agrupava vinte vizinhos, ou seja, chefes de família, em torno de uma 'cabeça', que correspondia a um lugar ou aldeia. Cada vintena tinha o seu juiz, eleito pela vereação camarária, estando subordinado ao juiz de fora ou ordinário.[4]
- ↑ Na fonte consultada, a Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins agradece «a colaboração do arqueólogo Rui Oliveira na elaboração dos textos sobre a História da nossa Freguesia contidos neste site». Não existindo uma indicação clara da autoria dos textos, Rui Oliveira é aqui creditado como co-autor.
Referências
- ↑ GOMES, José Fernando (1970). Duas Novas Estações Pré-históricas na Região de Sintra. [S.l.]: “Ethnos” revista do Instituto Português de Arqueologia, História e Etnografia. 151 páginas
- ↑ OLIVEIRA, Rui (3 de julho de 1987). «Breve História do Casal da Mata». Sintra. Jornal de Sintra
- ↑ OLIVEIRA, Rui (julho 2000). «O Rústico e o Pitoresco de Coutinho Afonso». Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins. Boletim informativo da Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins. 14 páginas
- ↑ SOUSA, Fernando de (1996). «A população portuguesa nos inícios do século XIX» (PDF). Centro de Estudos da População e Família. Revista População e Sociedade (2). 14 páginas. ISSN 0873-1861. Consultado em 15 de janeiro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 16 de janeiro de 2014
- ↑ «Dados Históricos - Da Época Medieval à Actualidade». Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins. Consultado em 14 de janeiro de 2014. Arquivado do original em 16 de janeiro de 2014
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(ajuda) - ↑ AZEVEDO, José Alfredo da Costa (1997). «Memórias Paroquiais». Obras de José Alfredo da Costa Azevedo. 5 - Memórias do tempo. Sintra: Câmara Municipal de Sintra. p. 152, 175
- ↑ AZEVEDO, José Alfredo da Costa (1997). «O Terramoto de 1755». Obras de José Alfredo da Costa Azevedo. 5 - Memórias do tempo. Sintra: Câmara Municipal de Sintra. p. 117
- ↑ JUROMENHA, João António de Lemos Pereira de Lacerda Visconde de; CUNHA, António Augusto Rodrigues da (1905). «VII». Cintra Pinturesca. Memoria descriptiva das villas de Cintra e Collares e seus arredores (nova edição) 1ª ed. Lisboa: Empreza da historia de Portugal. p. 102. 321 páginas. Consultado em 15 de janeiro de 2014
- ARQUIVO HISTÓRICO DE SINTRA (AHS) – Documentação medieval (Núcleo Silva Marques). Citado (por Rui Oliveira?) no sítio da Internet da Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins, consulta em Set.2013.