Crise de Timor-Leste de 1999
A crise em Timor-Leste de 1999 começou quando as forças de oposição à independência deste país atacaram civis e criaram uma situação de violência generalizada em toda a região, principalmente na capital, Díli. A violência começou depois que a maioria dos timorenses votaram pela independência da Indonésia num referendo realizado em 1999.[47] Para impedir esses incidentes, que mataram cerca de 1 400 pessoas, fez-se necessário a implantação de uma força da Organização das Nações Unidas, (Força Internacional para Timor-Leste, formada principalmente por membros do Exército Australiano) para pacificar a situação e manter a paz.
Crise de Timor-Leste de 1999 | |||
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Ocupação indonésia de Timor-Leste | |||
Destruição em Díli. | |||
Data | Abril de 1999 – 2005[1][2] | ||
Local | Timor-Leste | ||
Desfecho | Vitória timorense
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Beligerantes | |||
Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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220.000+ refugiados[42] 3 funcionários do ACNUR mortos[43] 2 jornalistas foram mortos[44] 1 soldado indonésio morto[45] 1 policial indonésio morto[46] |
Antecedentes: referendo
editarEm 1999, o governo indonésio decidiu, sob forte pressão internacional, realizar um referendo sobre o futuro de Timor-Leste. Portugal, que desde a invasão do território lutava pela sua independência, obteve alguns aliados políticos, em primeiro lugar na União Europeia, e depois de vários países do mundo, para pressionar a Indonésia. O referendo, realizado a 30 de agosto de 1999, deu uma clara maioria (78,5%) a favor da independência, rejeitando a proposta alternativa de Timor-Leste ser uma província autónoma no seio da Indonésia,[47] conhecida como a Região Autónoma Especial de Timor-Leste (RAETL).
Violência
editarImediatamente após a publicitação dos resultados da votação, as forças paramilitares pró-indonésias de Timor-Leste, apoiadas, financiadas e armadas pelos militares e soldados indonésios realizaram uma campanha de violência e terrorismo de retaliação pelo resultado.[47] Cerca de 1 400 timorenses foram mortos e 300 000 timorenses foram forçados a deslocar-se para Timor Ocidental, a parte indonésia da ilha de Timor, como refugiados. A maioria da infraestrutura do país, incluindo casas, escolas, igrejas, bancos, sistemas de irrigação, sistemas de abastecimento de água e quase 100% da rede elétrica do país foram destruídos. Segundo Noam Chomsky: "Num mês, a grande operação militar assassinou cerca de 2 000 pessoas, estuprou centenas de mulheres e meninas, deslocou três quartos da população e destruiu 75% das infraestruturas do país."[48]
Força Internacional para Timor-Leste
editarEm todo o mundo, especialmente em Portugal, Austrália e Estados Unidos, os ativistas pressionaram os seus governos para tomarem medidas, e o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, ameaçou a Indonésia com sanções económicas, como a retirada dos empréstimos do Fundo Monetário Internacional.[49] O governo da Indonésia aceitou retirar as suas tropas e permitir que uma força multinacional no território para estabilização.[50] Ficou claro que a ONU não tinha recursos suficientes para combater as forças paramilitares diretamente. Em vez disso, a ONU autorizou a criação de uma força militar multinacional conhecida como Força Internacional para Timor-Leste (InterFET), com a Resolução 1264. A 20 de setembro de 1999 as tropas de paz da Força Internacional para Timor-Leste (InterFET), liderada pela Austrália, foram implantadas no país, o que pacificou a situação rapidamente.
As tropas da InterFET eram provenientes de vinte países, sendo cerca de 9 900 no total, no início; destes, 5 500 vieram da Austrália, da Nova Zelândia vieram 1 100 e ainda houve contingentes da Alemanha, Bangladexe, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, Filipinas, França, Irlanda, Itália, Malásia, Noruega, Paquistão, Portugal, Quénia, Reino Unido, Singapura e Tailândia. A força foi conduzida pelo major-general Peter Cosgrove. As tropas desembarcam em Timor-Leste a 20 de setembro de 1999.
Ver também
editarReferências
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- ↑ «EU Arms Embargo to Indonesia Lifted Despite Worsening Situation in the Archipelago». Transnational Institute. 17 de novembro de 2005
- ↑ «BBC News | ASIA-PACIFIC | EU lifts arms embargo on Indonesia». news.bbc.co.uk
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