Currach
Currach (também conhecido como curragh ou curach ) é um barco tradicional, leve, da costa oeste da Irlanda, e usado até 1961 na ilha de Tristão da Cunha[1] feito atualmente de ripas de madeira, forradas com lona impermeabilizada com alcatrão de hulha. Seu comprimento varia de 4 a 7 metros e sua largura entre 1 metro e 1,50 metros. Barco de aparência frágil, ele resiste bem ao mau tempo e servia para transportar homens e animais, é manobrado a remos, por dois ou quatro remadores[1]. Antigamente eram feitos de peles de vaca untadas com resina. Havia também, barcos maiores, com um ou dois mastros e velas que serviram por exemplo, para transportar os monges evangelizadores irlandeses para a Europa até o V e VI séculos.
Um pesquisador irlandês, Tim Severin, especialista em arqueologia naval de "reconstrução", construiu um grande currach coberto com peles costuradas (especialmente curtidas) e equipado com duas velas quadradas para realizar uma viagem transatlântica da Irlanda para a América via Islândia, com algumas dificuldades. Única concessão ao modernismo, Severin embarcou meios modernos de alerta e de geolocalização para esta viagem inspirada na navegação do eremita irlandês São Brendan[2]. Existe um parente do Currach no País de Gales, menor e mais redondo chamado de Coracle que navega em rios. Um barco redondo semelhante é encontrado nas costas vietnamitas, usado como bote. Enfim por Estrabão, no seu livro Geografia, sabemos que esse barcos eram usados no Norte de Portugal em antes da chegada dos Romanos:
“ | Até ao tempo de Bruto, usavam embarcações de couro para atravessar as enchentes da maré e as zonas pantanosas, mas agora, mesmo as canoas feitas de um só tronco são raras... É este o modo de vida dos habitantes das montanhas, como disse refiro-me àqueles que delimitam o lado norte da Ibéria: Galaicos, Ástures e Cântabros, até à região dos Vascos e dos Pirenéus, pois o modo de vida de todos eles é semelhante... | ” |
— Estrabão, Geografia, livro III cap. 3, 7[3].
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Referências
- ↑ a b Bazin, Hervé. Seuil, ed. Les Bienheureux de La Désolation. [S.l.: s.n.] ISBN 978-2020017411
- ↑ «Navigatio sancti Brendani abbatis, Cap.IV» (em latim). Consultado em 20 de outubro de 2021
- ↑ Estrabão, Geografia, livro III, Introdução.tradução do grego e notas de Jorge Deserto, Susana da Hora Marques Pereira. Imprensa da Universidade de Coimbra
Veja também
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