Dapagliflozina

composto químico
Dapagliflozina
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC (2S,3R,4R,5S,6R)-2-[4-chloro-3-

(4-ethoxybenzyl)phenyl]-6-(hydroxymethyl) tetrahydro-2H-pyran-3,4,5-triol

Outros nomes BMS-512148

(1S)-1,5-anhydro-1-C-{4-chloro-3- [(4-ethoxyphenyl)methyl]phenyl}-D-glucitol

Identificadores
Número CAS 461432-26-8
PubChem 9887712
ChemSpider 8063384
Propriedades
Fórmula química C21H25ClO6
Massa molar 408.84 g mol-1
Farmacologia
Via(s) de administração oral
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

A dapagliflozina (Forxiga® ) é um medicamento que inibe de forma reversível o cotransportador sódio-glicose 2 (SGLT2). [1][2][3] A partir da inibição deste cotransportador, a reabsorção de glicose e sódio pelas células renais é diminuída, promovendo, desta forma, um aumento da excreção de ambas, possuindo assim efeito hipoglicemiante. A dapaglifozina e os demais inibidores do SGLT2 (empagliflozina e canagliflozina) aparecem como opções promissoras de tratamento para pacientes diagnosticados com diabetes mellitus tipo 2.[4]

Mecanismo de ação

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A dapagliflozina é um inibidor seletivo e reversível do SGLT2 presentes no túbulo renal proximal. Este cotransportador é responsável por cerca de 90% da reabsorção de glicose do organismo. Portanto, a inibição pela dapaglifozina leva a uma diminuição na reabsorção de glicose e sódio e, consequentemente, aumenta a excreção de ambos (diurese osmótica e natriurese). A quantidade de glicose removida pelo rim por esse mecanismo é dependente da concentração de glicose no sangue e da taxa de filtração glomerular (TFG).[5][6]

Efeitos cardiovasculares

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Além do efeito hipoglicemiante, a ação farmacológica da dapaglifozina produz efeitos benéficos no que diz respeito aos riscos cardiovasculares independentes do nível glicêmico, como redução da pressão arterial sistólica e diastólica, redução de peso e diminuição do estresse oxidativo. Além disso, devido a diurese osmótica e natriurese provocadas pela dapaglifozina, ocorre a uma redução na sobrecarga de volume plasmático com consequente redução na pressão sanguínea. Todos esses fatores levam a uma menor pré-carga e pós-carga, o que também produz efeito benéfico na remodelação cardíaca.[7][8]

Além dos efeitos citados acima, recentemente a Dapagliflozina foi incluída como tratamento complementar em pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) pelo Ministério da Saúde. A Dapagliflozina associada a anti-hipertensivos (IECA ou BRA) demonstrou efeitos benéficos em reduzir os riscos de morte causado por problemas renais. Além de diminuir a reabsorção de glicose, fazendo com que a mesma, seja eliminada pela urina, também reduz a perda de albumina e creatinina pela urina contribuindo para uma melhora na função renal [9]

Efeitos adversos

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Os efeitos adversas que podem ser causados pelos inibidores do SGLT2 são considerados de leves a moderados. Destacam-se: [10]

  • Infecções genitais
  • Infecções urinárias
  • Hipoglicemia
  • Depleção de volume

Ver também

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Referências

  1. «Farxiga- dapagliflozin tablet, film coated». DailyMed. National Institutes of Health, National Library of Medicine, U.S. Department of Health & Human Services. 3 de fevereiro de 2020. Consultado em 5 de maio de 2020. Arquivado do original em 30 de outubro de 2020 
  2. «Forxiga EPAR». European Medicines Agency (EMA). 17 de setembro de 2018. Consultado em 17 de fevereiro de 2020. Arquivado do original em 17 de fevereiro de 2020 
  3. «Forxiga (dapagliflozin) 5mg should no longer be used for the treatment of Type 1 Diabetes Mellitus». European Medicines Agency (EMA). 11 de novembro de 2021. Consultado em 11 de novembro de 2021. Arquivado do original em 11 de novembro de 2021 
  4. Vasconcelos, José Lucas Moura; Pinto, Antônia de Carvalho Pereira; Silva, Antonio Elcio Santos; Lima, Anthonielly Leinat; Duarte, Camila Metelo; Almeida, Carlos Eduardo do Carmo; Batista, César de Brito Parra; Simsen, Eduarda Medeiros; Roque, Geovana Pirassol (8 de fevereiro de 2024). «Tendências Promissoras: O Papel dos Inibidores do SGLT2 no Tratamento da Diabetes Tipo 2 e seus Impactos Cardiovasculares». Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences (2): 821–829. ISSN 2674-8169. doi:10.36557/2674-8169.2024v6n2p821-829. Consultado em 5 de novembro de 2024 
  5. Mascolo, Annamaria; Di Napoli, Raffaella; Balzano, Nunzia; Cappetta, Donato; Urbanek, Konrad; De Angelis, Antonella; Scisciola, Lucia; Di Meo, Irene; Sullo, Maria Giuseppa (21 de setembro de 2022). «Safety profile of sodium glucose co-transporter 2 (SGLT2) inhibitors: A brief summary». Frontiers in Cardiovascular Medicine (em inglês). ISSN 2297-055X. PMC PMC9532622  Verifique |pmc= (ajuda). PMID 36211584. doi:10.3389/fcvm.2022.1010693. Consultado em 5 de novembro de 2024 
  6. Feingold, Kenneth R. (2000). Feingold, Kenneth R.; Anawalt, Bradley; Blackman, Marc R.; Boyce, Alison; Chrousos, George; Corpas, Emiliano; de Herder, Wouter W.; Dhatariya, Ketan; Dungan, Kathleen, eds. «Oral and Injectable (Non-Insulin) Pharmacological Agents for the Treatment of Type 2 Diabetes». South Dartmouth (MA): MDText.com, Inc. PMID 25905364. Consultado em 5 de novembro de 2024 
  7. Kaplan, Abdullah; Abidi, Emna; El-Yazbi, Ahmed; Eid, Ali; Booz, George W.; Zouein, Fouad A. (maio de 2018). «Direct cardiovascular impact of SGLT2 inhibitors: mechanisms and effects». Heart Failure Reviews (em inglês) (3): 419–437. ISSN 1382-4147. doi:10.1007/s10741-017-9665-9. Consultado em 5 de novembro de 2024 
  8. Bocchi, Edimar Alcides; Biolo, Andréa; Moura, Lidia Zytynski; Neto, José Albuquerque Figueiredo; Montenegro, Carlos Eduardo Lucena; Albuquerque, Denilson Campos de (19 de fevereiro de 2021). «Tópicos Emergentes em Insuficiência Cardíaca: Inibidores do Cotransportador Sódio-Glicose 2 (iSGLT2) na IC». Arq. Bras. Cardiol. (2): 355–358. ISSN 0066-782X. PMC PMC7909964  Verifique |pmc= (ajuda). PMID 33656089. doi:10.36660/abc.20210031. Consultado em 5 de novembro de 2024 
  9. Dapagliflozina para tratamento de pacientes adultos com doença renal crônica em uso de terapia padrão, CONITEC, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2022/20220927_relatorio_773_dapagliflozina_doenca_renal_cronica_final.pdf
  10. Feng, Miao; Lv, Haihong; Xu, Xia; Wang, Jue; Lyu, Wenyi; Fu, Songbo (julho de 2019). «Efficacy and safety of dapagliflozin as monotherapy in patients with type 2 diabetes mellitus: A meta-analysis of randomized controlled trials». Medicine (em inglês) (30): e16575. ISSN 0025-7974. PMC PMC6709066  Verifique |pmc= (ajuda). PMID 31348290. doi:10.1097/MD.0000000000016575. Consultado em 5 de novembro de 2024