Datu

título de nobreza nas Filipinas pré-coloniais

Datu é um título que denota os governantes (descritos de várias formas em relatos históricos como chefes, príncipes soberanos e monarcas) de numerosos povos indígenas em todo o arquipélago filipino. O título ainda é usado hoje, embora não tanto quanto no início da história das Filipinas. É um cognato de ratu em várias outras línguas austronésias.

Visão geral

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No início da história das Filipinas, datus e um pequeno grupo de parentes próximos formaram o "estrato ápice"[1], uma aristocracia onde apenas um membro por primogenitura (chamada maginoo, nobleza, maharlika, ou timagua por vários cronistas antigos) poderia se tornar um datu, ao demonstrar proeza na guerra ou liderança excepcional.[2][3][4]

Em grandes comunidades costeiras como as de Manila, Tondo, Pangasinan, Cebu, Panai, Bojol, Butuan, Cotabato, Lanao e Sulu, vários datus trouxeram seus grupos de lealdade, referidos como barangays ou dulohan, para assentamentos compactos que permitiram maior graus de cooperação e especialização econômica. Nesses casos, os datus desses barangays selecionavam os membros mais antigos ou mais respeitados para servir como o que os estudiosos chamam de líder supremo ou datu supremo. Os títulos usados por esses datu supremos variavam, mas alguns dos exemplos mais proeminentes eram: sultão, nas áreas mais islamizadas de Mindanau; lakan entre o povo tagalo; thimuay entre o povo Subanen; rajah em locais que negociavam extensivamente com a Indonésia e a Malásia; ou simplesmente datu em algumas áreas de Mindanau e Vissaias.[5]

A prova da realeza e nobreza filipinas (dugóng bugháw) só poderia ser demonstrada pela descendência pura do sangue real nativo antigo e,[6][7] em alguns casos, pela adoção em uma família real.[necessário esclarecer]

Terminologia

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Datu é o título para chefes, príncipes soberanos e monarcas em todo o arquipélago filipino.[8] O título ainda é usado hoje, especialmente em Mindanau, Sulu e Palauã, mas foi usado mais extensivamente no início da história das Filipinas, particularmente no centro e no sul de Lução, Vissaias e Mindanau.[9][10][11][12][13] Outros títulos ainda usados hoje são lakan em Lução, apo no centro e norte de Lução,[14] e sultão e rajah, especialmente em Mindanau, Sulu e Palauã.[15] Dependendo do prestígio da família real soberana, o título de datu pode ser equiparado a príncipes reais, duques europeus, marquês e condes.[16] Em grandes barangays antigos, que mantinham contato com outras culturas do Sudeste Asiático por meio do comércio, alguns datus recebiam o título de rajah ou sultão.[17]

Os registros históricos mais antigos que mencionam datus são as inscrições do Império Serivijaia do século VII, como Telaga Batu, para descrever reis menores ou reis vassalos.[18] A palavra datu é um cognato dos termos malaios dato ou datuk e do título fijiano de ratu.[19]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Datu».

Referências

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  1. Junker, Laura Lee (1998). «Integrating History and Archaeology in the Study of Contact Period Philippine Chiefdoms». International Journal of Historical Archaeology. 2 (4): 291–320. doi:10.1023/A:1022611908759 
  2. Junker, Laura Lee (1998). «Integrating History and Archaeology in the Study of Contact Period Philippine Chiefdoms». International Journal of Historical Archaeology. 2 (4): 291–320. doi:10.1023/A:1022611908759 
  3. Jocano, F. Landa (2001). Filipino Prehistory: Rediscovering Precolonial Heritage. Cidade Quezon: Punlad Research House, Inc. ISBN 971-622-006-5 
  4. Scott, William Henry (1994). Barangay: Sixteenth Century Philippine Culture and Society. Cidade Quezon: Ateneo de Manila University Press. ISBN 971-550-135-4 
  5. Junker, Laura Lee (1990). «The Organization of IntraRegional and LongDistance Trade in PreHispanic Philippine Complex Societies». Asian Perspectives. 29 (2): 167–209 
  6. Cf. Vicente de Cadenas y Vicent, "Las Pruebas de Nobleza y Genealogia en Filipinas y Los Archivios en Donde se Pueden Encontrar Antecedentes de Ellas" in "Heraldica, Genealogia y Nobleza en los Editoriales de «Hidalguia»", Madrid: 1993, Graficas Ariás Montano, S.A.-MONTOLES, pp. 232–235.
  7. By the end of the 16th century, any claim to Filipino royalty, nobility, or hidalguía had disappeared into a homogenized, hispanized, and Christianized nobility – the Principalía. Cf. William Henry Scott, Cracks in the Parchment Curtain, Quezon City: 1998, pp. 117–118. Cf. Also this article's section on Datu during the Spanish Regime and also the section on Prohibition of New Royal and Noble Titles in the Philippine Constitution.
  8. Para mais informações sobre o sistema social da sociedade indígena filipina antes da colonização espanhola, ver Barangay na Enciclopedia Universal Ilustrada Europea-Americana, Madrid: Espasa-Calpe, S. A., 1991, vol. VII, p.624: Os nobres de um barangay eram os mais ricos ó os mais fortes, formando por este sistema os dados ó dattos ó maguinoos, príncipes á quienes heredaban los hijos mayores, las hijas á falta de éstos, ó los parientes más próximos si no tenían descendencia directa; pero siempre teniendo en cuenta las condiciones de fuerza ó de dinero.
  9. Por otra parte, mientras en las Indias la cultura precolombiana había alcanzado un alto nivel, en Filipinas la civilización isleña continuaba manifestándose en sus estados más primitivos. Sin embargo, esas sociedades primitivas, independientes totalmente las unas de las otras, estaban en cierta manera estructuradas y se apreciaba en ellas una organización jerárquica embrionaria y local, pero era digna de ser atendida. Precisamente en esa organización local es, como siempre, de donde nace la nobleza. El indio aborigen, jefe de tribu, es reconocido como noble y las pruebas irrefutables de su nobleza se encuentran principalmente en las Hojas de Servicios de los militares de origen filipino que abrazaron la carrera de las Armas, cuando para hacerlo necesariamente era preciso demostrar el origen nobiliario del individuo. (On the other hand, while in the Indies pre-Columbian culture had reached a high level, in the Philippines the island civilization continued to manifest itself in its most primitive states. However, these primitive societies, totally independent of each other, were in some way structured and had an embryonic and local hierarchical organization in them, but it was worthy of being attended to. Precisely in that local organization is, as always, where the nobility is born. The Aboriginal Indian, chief of tribe, is recognized as noble and the irrefutable proofs of his nobility are found mainly in the Service Records of militarymen of the Filipino origin who embraced military career, when in order to do so it was necessary to prove the noble lineage of the individual.) de Caidenas y Vicent, Vicente, Las Pruebas de Nobleza y Genealogia en Filipinas y Los Archivios en Donde se Pueden Encontrar Antecedentes de Ellas in Heraldica, Genealogia y Nobleza en los Editoriales de Hidalguia, (1953–1993: 40 años de un pensamiento). Madrid: 1993, HIDALGUIA, p. 232.
  10. Scott, William Henry (1994). Barangay: Sixteenth Century Philippine Culture and Society. Cidade Quezon: Ateneo de Manila University Press. ISBN 971-550-135-4 
  11. Junker, Laura Lee (1998). «Integrating History and Archaeology in the Study of Contact Period Philippine Chiefdoms». International Journal of Historical Archaeology. 2 (4): 291–320. doi:10.1023/A:1022611908759 
  12. Jocano, F. Landa (2001). Filipino Prehistory: Rediscovering Precolonial Heritage. Cidade Quezon: Punlad Research House, Inc. ISBN 971-622-006-5 
  13. "También fundó convento el Padre Fray Martin de Rada en Araut- que ahora se llama el convento de Dumangas- con la advocación de nuestro Padre San Agustín...Está fundado este pueblo casi a los fines del río de Halaur, que naciendo en unos altos montes en el centro de esta isla (Panay)...Es el pueblo muy hermoso, ameno y muy lleno de palmares de cocos. Antiguamente era el emporio y corte de la más lucida nobleza de toda aquella isla...Hay en dicho pueblo algunos buenos cristianos...Las visitas que tiene son ocho: tres en el monte, dos en el río y tres en el mar...Las que están al mar son: Santa Ana de Anilao, San Juan Evangelista de Bobog, y otra visita más en el monte, intitulada Santa Rosa de Hapitan." Gaspar de San Agustin, O.S.A., Conquistas de las Islas Filipinas (1565–1615), Manuel Merino, O.S.A., ed., Consejo Superior de Investigaciones Cientificas: Madrid 1975, pp. 374–375.
  14. The Olongapo Story, July 28, 1953 – Bamboo Breeze – Vol.6, No.3
  15. Em Mindanau, houve muitos sultanatos. O Sultanato de Maguindanau, Sultanato de Sulu e a Confederação dos Sultanatos em Lanao estão entre os mais conhecidos na história. Ref. «Royal Society Dignitaries Priority Honorable Members». Consultado em 13 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 25 de março de 2012 
  16. "There were no kings or lords throughout these islands who ruled over them as in the manner of our kingdoms and provinces; but in every island, and in each province of it, many chiefs were recognized by the natives themselves. Some were more powerful than others, and each one had his followers and subjects, by districts and families; and these obeyed and respected the chief. Some chiefs had friendship and communication with others, and at times wars and quarrels. These principalities and lordships were inherited in the male line and by succession of father and son and their descendants. If these were lacking, then their brothers and collateral relatives succeeded... When any of these chiefs was more courageous than others in war and upon other occasions, such a one enjoyed more followers and men; and the others were under his leadership, even if they were chiefs. These latter retained to themselves the lordship and particular government of their own following, which is called barangay among them. They had datos and other special leaders [mandadores] who attended to the interests of the barangay." Antonio de Morga, The Project Gutenberg EBook of History of the Philippine Islands, Vols. 1 and 2, Chapter VIII.
  17. Examples of Datus who took the title Rajah were Rajah Soliman, Rajah Matanda, and Rajah Humabon. Cf. Landa Jocano, Filipino Prehistory, Manila: 2001, p.160.
  18. Casparis, J.G., (1956), Prasasti Indonesia II: Selected Inscriptions from the 7th to the 9th Century A.D., Dinas Purbakala Republik Indonesia, Bandung: Masa Baru.
  19. «Austronesian Comparative Dictionary: Datu». Consultado em 15 de junho de 2020