Deinococcota
Deinococcota (sin. Deinococcus-Thermus) é um filo de bactérias cocóides com uma única classe, Deinococci. O filo é altamente resistente às condições ambientais extremas. Possuem uma grossa parede celular que dão a elas uma coloração gram-positiva, porém são revestidas por uma segunda membrana que é semelhante a estrutura das bactérias gram-negativas. O gênero Deinoccocus, pertencente a este filo, inclui várias espécies resistentes à radiação; elas se tornaram conhecidas por sua capacidade de comer resíduos nucleares e outros materiais tóxicos, sobreviver no vácuo do espaço, e sobreviver a extremos de calor e frio.
Deinococcus-Thermus | |||||||||
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Classificação científica | |||||||||
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Ordens, Famílias e gêneros | |||||||||
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Cavalier-Smith denominou este clado como Hadobacteria[1] (do grego: Hades, o submundo da mitologia).
Assinaturas moleculares
editarEsta seção não cita fontes confiáveis. (Abril de 2024) |
Foram encontradas assinaturas moleculares na forma de assinaturas conservadas (CSIs) e proteínas (CSPs) que são compartilhadas de maneira única por todos os membros pertencentes ao filo Deinococcus-Thermus. Esses CSIs e CSPs são características distintivas que separam o filo de todos os outros organismos bacterianos, e sua distribuição exclusiva é paralela às diferenças observadas na fisiologia. CSIs e CSPs que sustentam as classificações taxonômicas a nível de ordens e famílias dentro do filo também foram encontrados. Acredita-se que alguns dos CSIs encontrados para suportar distinções de nível de ordem desempenham um papel nas respectivas características extremofílicas. Outrossim, alguns gêneros dentro deste grupo, incluindo Deinococcus, Thermus e Meiothermus, também possuem assinaturas moleculares que os demarcam como gêneros individuais, inclusive de suas respectivas espécies, fornecendo um meio de distingui-los do resto do grupo e de todas as outras bactérias.
Novas descobertas
editarEm 2017,[2] foi detectada alta abundância da bactéria Deinococcota no intestino de crocodilo-lagarto selvagem na China,[2] enquanto os de cativeiros, que se encontram doentes não havia a mesma concentração. Além disso, nas amostras selvagens da Reserva Natural de Luokeng, a alta prevalência do filo Deinococcota no microbioma intestinal não foi encontrada em outros vertebrados. Deinococcota spp. são geralmente encontrados em ambientes extremos. O papel do Deinococcota no trato intestinal não é claro. No entanto, foi relatado que as bactérias Deinococcota apresentam notável resistência a uma série de estresses, como radiação ionizante e UV, agentes oxidantes e dessecação (Theodorakopoulos et al., 2013).[3] Portanto, a alta proporção de Deinococcota pode ajudar os crocodilo lagarto a se adaptarem ao ambiente selvagem na Reserva Natural de Luokeng.
Genomas sequenciados
editarAtualmente existem 10 genomas sequenciados[4][5] de cepas neste filo:
- Deinococcus radiodurans R1
- Thermus thermophilus HB27
- Thermus thermophilus HB8
- Deinococcus geothermalis DSM 11300
- Deinococcus deserti VCD115
- Meiothermus ruber DSM 1279
- Meiothermus Silas DSM 9946
- Radiovictrix Truepera DSM 17093
- Oceanithermus profunda ATCC 14977
Referências
- ↑ CAVALIER-SMITH, T. (2006). Rooting the tree of life by transition analyses. Biology Direct 1: 19p. doi:10.1186/1745-6150-1-19
- ↑ a b Jiang, Hai-Ying; Ma, Jing-E; Li, Juan; Zhang, Xiu-Juan; Li, Lin-Miao; He, Nan; Liu, Hai-Yang; Luo, Shu-Yi; Wu, Zheng-Jun (25 de outubro de 2017). «Diets Alter the Gut Microbiome of Crocodile Lizards». Frontiers in Microbiology. 8. ISSN 1664-302X. doi:10.3389/fmicb.2017.02073
- ↑ Theodorakopoulos, Nicolas; Bachar, Dipankar; Christen, Richard; Alain, Karine; Chapon, Virginie (agosto de 2013). «Exploration of Deinococcus-Thermus molecular diversity by novel group-specific PCR primers». MicrobiologyOpen (em inglês): n/a–n/a. PMC 3831646 . PMID 23996915. doi:10.1002/mbo3.119. Consultado em 19 de julho de 2019
- ↑ Gilbert, David (12 de março de 2009). «DOE Joint Genome Institute 2008 Progress Report»
- ↑ «"A genomic encyclopedia of bacteria and archaea" talk by Jonathan Eisen». SciVee. 7 de setembro de 2008. Consultado em 19 de julho de 2019