Despina

deusa da mitologia grega
 Nota: Se procura o satélite de Netuno, veja Despina (satélite).

Despina ou Despoina (em grego clássico: Δέσποινα, "senhora"), na mitologia grega, era uma deusa, filha de Poseídon ou Zeus com Deméter, e irmã gêmea do cavalo Árion (Αρείων).[1]

Despina

Escultura de Deméter, e o Véu de Despina
Nome nativo Monisi
Local de culto Arcádia
Símbolo Geada
Genealogia
Consorte(s) Possivelmente Bóreas
Pais Deméter e Poseidon ou Deméter e Zeus
Irmão(s) Árion (gêmeo), Perséfone, Tritão, dentre vários outros
Equivalentes
Romano Déspoina

Ela era a deusa do inverno e geadas. Enquanto Perséfone era a amada, Despina era a temida, ela comandava a natureza enquanto Perséfone estava no mundo dos mortos, destruindo tudo o que sua mãe e irmã tanto amavam, flores e a primavera. Também demostrava ódio por seu pai ao congelar lagos e rios, Despina optava pela destruição ao invés de fortalecer o que os seus pais tão presavam a dominar. Era tão temida que era chamada apenas de "senhora".

De acordo com o mito, enquanto Deméter procurava por sua filha raptada por Hades em Arcádia, Poseídon a viu e a desejou, então, a deusa se transformou em uma égua para tentar escapar da luxúria do deus se escondendo em meio a um rebanho, mas Poseídon descobriu seu truque, assim, se transformou em um garanhão e a estuprou.[2] É dito que da união dos dois nasceu a deusa Despina e o cavalo Árion, que posteriormente pertenceria ao herói Hércules, mas Deméter com raiva depois desses acontecimentos adotou o epitélio de Erinys ("A furiosa") se trancando em uma caverna, posteriormente se banhou no rio Ladon para se purificar, recebendo o epitélio de Louisia ("A que se purifica"), por essa razão ela era adorada na Arcádia com esses dois títulos.

Despina foi abandonada pela mãe ao nascer no rio Ladon, sem ter sequer recebido um nome, pois Deméter estava muito preocupada em achar Perséfone, que havia sido raptada por Hades. Foi adotada por Anitos e cresceu com o titã, cujo nome lhe deu. O abandono trouxe marcas profundas, tanto que Despina tornou-se uma deusa das sombras relacionada a fenômenos invernais como as geadas.

 
Ruínas do Templo de Despina na área arqueológica de Lycosoura.
 
Reconstrução em perspectiva do Templo de Despina: As estátuas de Deméter (E) e Despina (D) são visíveis na escala na cela.

Despina era adorada em um templo importante em Lycosoura no pé da grande montanha, a oeste da cidade Megalópolis. Pausânias nos deixa uma descrição deste santuário em Lycosoura, que agora contém apenas os restos da construção datada de aproximadamente 180 a.C. A entrada possuía ornamentos com relevos de mármore branco. Houve também uma pequena mesa com uma inscrição de ritos locais. Os altares de ambas as deusas - Despina e Deméter - foram colocados em frente ao templo dórico de Despina. No meio do templo havia um grande número de estátuas criadas pelo escultor Damofonte de Messene. Os restos das mesmas hoje se encontram no acervo do Museu Arqueológico de Atenas.

O chamado mégaro existiu ao lado do templo de Despina, onde as cerimônias religiosas eram praticadas e onde os devotos eram pegos. Na parte de trás do mégaro havia um bosque sagrado a Despina com diferentes tipos de árvores. Mais adiante, havia os altares dos deuses, incluindo o altar de Posídon Hípias. Assim, concluísse que Despina era a deusa mais intensamente adorada na região de Arcádia e seu papel era mais importante do que o papel de Deméter. Ela era uma divindade terrestre e se assemelhava em alguns aspectos a sua irmã Perséfone. Em seu santuário era comum serem oferecidas como oferendas algumas frutas e também sacrifício animal.

Um mito que envolve essa deusa diz que tal se torna cônjuge do deus Bóreas, tendo com ele um filho que se chamaria Crío, o qual mais tarde tomaria o assento de seu pai.

Despina por muitas vezes foi dita tendo o nome de Monisi, alguns mitos revelam que este é o nome verdadeiro da deusa, porém foi proibido por Deméter, e apenas seus seguidores tinham o direito de saber. Outro mito é sobre Quione e Despina serem possíveis irmãs.

Referências

  1. Arafat, K. W. «Pausânias, 8.25.7, 8.42.1.». Cambridge: Cambridge University Press: 1–42. Consultado em 9 de novembro de 2022 
  2. «Pausânias, Description of Greece 8. 25. 5». Cambridge University Press. 28 de junho de 2012: 1–159. Consultado em 9 de novembro de 2022