Dimetrodon
Dimetrodon (que significa "duas medidas de dentes") era um gênero de predadores sinápsideos (um grupo de animais que inclui mamíferos e certos parentes extintos) que floresceu durante o período Permiano, vivendo há entre 280 e 265 milhões de anos. Foi mais estritamente relacionada aos mamíferos do que aos répteis, como os lagartos.[1]
Dimetrodon | |
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Classificação científica | |
Domínio: | Eukaryota |
Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Clado: | Synapsida |
Família: | †Sphenacodontidae |
Subfamília: | †Sphenacodontinae |
Gênero: | †Dimetrodon Cope, 1878 |
Espécie-tipo | |
†Dimetrodon limbatus Cope, 1877
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Sinónimos | |
Sinônimo de gênero
Sinônimo de espécies
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O Dimetrodon não era um dinossauro, apesar de ser popularmente agrupado com eles. Pelo contrário, é classificada como um sinapsídeo, assim como os mamíferos. Fósseis de Dimetrodon foram encontrados na América do Norte e Europa, bem como uma importante descoberta de pegadas de Dimetrodon no sul do Novo México, por Jerry MacDonald.
O nome "Dimetrodon" remete à sua peculiaridade e reafirma sua ligação com os mamíferos modernos. De fato os lagartos possuem pouca diferenciação na sua dentição, sendo que seus dentes variam mesmo no tamanho e no volume. Já o Dimetrodon possui dentes de dois tamanhos diferentes, especializados, um tipo para dilacerar e outro para moer, característica compartilhada com os mamíferos. Outro fato que salta aos olhos é a posição dos seus membros, nota-se pela imagem que o Dimetrodon já deixava sua postura reptiliana (com membros embaixo do corpo) para adotar uma postura reconhecidamente mamífera (com os membros dos lados do corpo).
Mas talvez a maior ligação entre esse sinapsídeo e os mamíferos modernos esteja ligada com essa estranha vela em suas costas. Répteis são pecilotermos ("temperatura de peixe") e seu calor corporal depende de sua exposição ao meio ambiente: Ambientes frios tendem a deixar o réptil mais inativo e letárgico. Ambientes quentes aumentam a temperatura do corpo do animal e o deixam mais ativo. Nos répteis a temperatura do corpo do animal depende de sua exposição ao sol. O Dimetrodon possuía essa vela, que agilizava o processo: perpendicularmente aos raios do sol, o animal absorvia muito mais calor e estaria em atividade na metade do tempo dos demais predadores - obedecendo a regra de que "o pássaro madrugador captura a minhoca" - enquanto os demais ainda estariam ao sol. Em paralelo aos feixes de luz, essa mesma vela serviria como um radiador, eliminando o excesso de calor do corpo do animal.[2]
Dessa forma o Dimetrodon conseguia manipular a temperatura do seu corpo e esta já não dependia tanto de fatores estritamente ambientais. Essa capacidade de estabelecer e manter (mesmo que com limitações) a temperatura interna de seu corpo é o princípio da homeotermia, onde a temperatura do corpo não varia ou varia pouco. E essa característica está presente apenas em certos arcossauros (incluindo as aves) e nos mamíferos. Daí esta tendência a aproximar o Dimetrodon aos mamíferos modernos e, de fato, segundo pesquisas arqueológicas apresentadas nos documentários mais conhecidos, este animal seria o protótipo e parente dos ancestrais de todos os mamíferos modernos, o braço que deu origem aos mamíferos atuais, ou pelo menos aos homeotermos em geral.
Espécies
editarEspécie | Autoridade | Local | Status | Sinónimos | Imagens |
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Dimetrodon angelensis | Olson, 1962 | Texas | Válido | ||
Dimetrodon borealis | Leidy, 1854 | Ilha do Príncipe Eduardo | Válido | Bathygnathus borealis | |
Dimetrodon booneorum | Romer, 1937 | Texas | Válido | ||
Dimetrodon dollovianus | Case, 1907 | Texas | Válido | Embolophorus dollovianus Cope, 1888 | |
Dimetrodon gigahomogenes | Case, 1907 | Texas | Válido | ||
Dimetrodon grandis | Romer & Price, 1940 | Oklahoma
Texas |
Válido | Clepsydrops gigas Cope, 1878 Dimetrodon gigas Cope, 1878 Theropleura grandis Case, 1907 Bathyglyptus theodori Case, 1911 Dimetrodon maximus Romer 1936 |
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Dimetrodon kempae | Romer, 1937 | Texas | Possível nomen dubium | ||
Dimetrodon limbatus | Romer & Price, 1940 | Oklahoma Texas |
Válido | Clepsydrops limbatus Cope, 1877 Dimetrodon incisivus Cope, 1878 Dimetrodon rectiformis Cope, 1878 Dimetrodon semiradicatus Cope, 1881 |
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Dimetrodon loomisi | Romer, 1937 | Texas Oklahoma |
Válido | ||
Dimetrodon macrospondylus | Case, 1907 | Texas | Válido | Clepsydrops macrospondylus Cope, 1884 Dimetrodon platycentrus Case, 1907 |
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Dimetrodon milleri | Romer, 1937 | Texas | Válido | ||
Dimetrodon natalis | Romer, 1936 | Texas | Válido | Clepsydrops natalis Cope, 1878 | |
Dimetrodon occidentalis | Berman, 1977 | Arizona Novo México Utah |
Válido | ||
Dimetrodon teutonis | Berman et al., 2001 | Alemanha | Válido |
Referências
- ↑ Rega, E. A.; Noriega, K.; Sumida, S. S.; Huttenlocker, A.; Lee, A.; Kennedy, B. (2012). "Healed Fractures in the Neural Spines of an Associated Skeleton of Dimetrodon: Implications for Dorsal Sail Morphology and Function". Fieldiana Life & Earth Sciences. 5: 104–111. doi:10.3158/2158-5520-5.1.104. S2CID 108887164.
- ↑ Romer, A.S.; Price, L.I. (1940). "Review of the Pelycosauria". Geological Society of America Special Paper. 28: 1–538. doi:10.1130/spe28-p1.