Dinastia dugua
A dinastia dugua[1] (Duguwa) era a linhagem real dos primeiros maís (reis) do Império de Canem. Surgem no século VIII e governaram o país até Humé (r. 1075–1086) da dinastia sefaua usurpar o trono.[2]
Reis
editarNome | Reinado | Notas | Ref. |
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Ceife | século VIII | Fundador da dinastia. Talvez associado ao nobre árabe do Iêmem que viveu no século VII. Também por vezes é tido, dependendo da tradição adotada, como fundador epônimo da dinastia sefaua. Nesse relato, o fundador da dinastia dugua foi seu irmão Dugu. | [3][4][5][6] |
Ibraim | século VIII | Sucessor de Ceife, migrou com os duguas ao Canem, onde estabeleceu seu domínio sobre as populações locais. Governou por 16 anos. | [5][7] |
Dugu | século IX | Sucessor de Ibraim. Governou por 250 anos e em algumas tradições é tido como fundador epônimo da dinastia. | [8][9] |
Funa | século IX | Sucessor de Dugu. Governou por 60 anos. | [4][8][9] |
Archu | século IX | Sucessor de Funa. Governou por 250/300 anos. | [8][9] |
Caturi | século X | Sucessor de Archu. Governou por 50 anos. | [8][9] |
Biuma | 987—1007 | Sucessor de Caturi, aquele que os informantes do viajante alemão do século XIX Heinrich Barth alegaram ser o primeiro a governar o território de Canem propriamente. | [7][10] |
Bulu | 1007—1023 | Sucessor de Biuma. Em seu reinado acolheu o missionário muçulmano Maomé ibne Mani em sua corte e ao que parece foi fundador da fação dos bulalas. | [11] [12] |
Arcu | 1023—1067 | Sucessor de Bulu. Em seu reinado criou colônias de escravos em Cauar e Zuila, talvez pela necessidade de defesa dos interesses de Canem pelo melhor controle das atividades comerciais e pelo proselitismo religioso. | [13][14] |
Hu | 1067—1071 | Sucessor de Arcu. Possivelmente era uma mulher e também possivelmente era o primeiro maí a professar o islamismo em Canem. | [8][9][15] |
Abdal Jalil | 1071—1075 | Sucessor de Hu. Foi o último governante dugua de Canem, sendo sucedido por Humé, primeiro maí sefaua. | [8][9][15] |
Referências
- ↑ Silva 2010.
- ↑ Lange 2010, p. 274.
- ↑ Lange 2004, p. 243.
- ↑ a b Palmer 1912, p. 75.
- ↑ a b BMSN 1997, p. 59.
- ↑ Holl 2000, p. 40.
- ↑ a b Barth 1857, p. 581.
- ↑ a b c d e f Stokvis 1888, p. 483.
- ↑ a b c d e f Holl 2000, p. 179.
- ↑ Nachtigal 1987, p. 141.
- ↑ Hrbek 2010, p. 91.
- ↑ Ruano 1992, p. 655.
- ↑ Lange 2010, p. 279.
- ↑ Lange 2010, p. 528.
- ↑ a b Lange 2010, p. 529.
Bibliografia
editar- Barth, Heinrich (1857). Travels and discoveries in North and Central Africa: including accounts of Tripoli, the Sahara, the remarkable kingdom of Bornu, and the countries around lake Chad. II. Londres, Nova Iorque e Melbourne: Ward, Lock and Co.
- «Borno Museum Society Newsletter, Edições 32-41». Sociedade do Museu de Borno. 1997
- Holl, Augustin (2000). The Diwan Revisited: Literacy, State Formation and the Rise of Kanuri Domination (AD 1200-1600). Londres: Kegan Paul International
- Hrbek, Ivan (2010). «Parte II - A difusão do islã na África, ao Sul do Saara». In: El Fasi, Mohammed; Hrbek, I. História Geral da África – Vol. III – África do século VII ao XI. São Carlos; Brasília: Universidade Federal de São Carlos
- Lange, Dierk (2004). Ancient Kingdoms of West Africa: African-centred and Canaanite-Israelite Perspectives; a Collection of Published and Unpublished Studies in English and French. Dettelbach: J.H.Röll Verlag
- Lange, Dierk (2010). «Cap. XV - A região do Chade na qualidade de entroncamento». In: El Fasi, Mohammed; Hrbek, I. História Geral da África – Vol. III – África do século VII ao XI. São Carlos; Brasília: Universidade Federal de São Carlos
- Nachtigal, Gustav (1987). Fisher, Allan G. B.; Fisher, Humphrey J., ed. Sahara and Sudan III - The Chade Basin and Bagirmi. Londres: C. Hurst & Co. Publishers
- Palmer, H. R. (1912). «The Bornu Girgam». Oxford: Imprensa da Universidade de Oxford em nome da Sociedade Real Africana. Jornal da Sociedade Real Africana. 12 (45): 71-83
- Ruano, Eloy Benito; Burgos, Manuel Espadas (1992). 17 ̊Congreso Internacional de Ciencias Históricas: sección cronológica Vol. II. Paris: Comité international des sciences historiques
- Silva, Alberto da Costa (2009). A Enxada e a Lança - A África Antes dos Portugueses. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira Participações S.A. ISBN 978-85-209-3947-5
- Silva, Alberto da Costa (2014). A Manilha e o Libambo - A África e a Escravidão, de 1500 a 1700. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira Participações S.A. ISBN 978-85-209-3949-9
- Stokvis, Anthony Marinus Hendrik Johan (1888). Manuel d'histoire, de généalogie et de chronologie de tous les états du globe, depuis les temps les plus reculés jusqu'à nos jours. 1. Leida: Brill