Dino Alfieri
Edoardo «Dino» Alfieri (Bolonha, 8 de dezembro de 1886 - Milão, 2 de janeiro de 1966) foi um político e diplomata italiano da ideologia fascista. Foi no governo Mussolini o Ministro da Cultura Popular, tendo controlo sobre a propaganda e a censura estatal. Posteriormente, também foi embaixador da Itália na Santa Sé e na Alemanha nazi.
Dino Alfieri | |
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Nascimento | Edoardo Alfieri 8 de dezembro de 1886 Bolonha (Itália) |
Morte | 2 de janeiro de 1966 (79 anos) Milão (Espanha) |
Sepultamento | Cemitério Monumental de Milão |
Cidadania | Itália, Reino de Itália |
Alma mater | |
Ocupação | político, diplomata, jurista |
Distinções |
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Nasceu em Bolonha em 8 de dezembro de 1886.[1] Estudou direito na Universidade de Génova, onde se formou. Na sua juventude, ele trabalhou como jornalista e tornou-se membro da Associação Nacionalista Italiana. Lutador da Primeira Guerra Mundial,[2] depois juntou-se ao Partido Fascista Nacional fundado por Benito Mussolini.
Entre 1929 e 1932 serviu como subsecretário do Ministério das Corporações.
Admirador de Joseph Goebbels,[3] em junho de 1936 foi nomeado ministro da imprensa e da propaganda. Alfieri transformaria este departamento ministerial no novo Ministério da Cultura Popular,[3] em maio de 1937.
Durante seu mandato, ele conseguiu aumentar o controle do Estado italiano sobre a cultura[3], bem como a censura.[4] Em junho de 1938, emitiu a chamada "Lei Alfieri", pela qual um monopólio do Estado foi estabelecido, ficando com o Estado italiano o direito exclusivo de comprar e distribuir filmes estrangeiros na Itália; Em resposta, os quatro grandes estúdios cinematográficos de Hollywood deixaram o mercado italiano.[5] Em outubro do mesmo ano assinou um acordo com Dionisio Ridruejo, delegado nacional da propaganda da Espanha franquista, estabelecendo a base para a co-produção de filmes comerciais entre os dois países.[6] Ele permaneceu no cargo até outubro de 1939[7], sendo sucedido por Alessandro Pavolini.[8][9]
Apesar de não ser um diplomata,[10] em dezembro de 1939 foi nomeado embaixador da Itália na Santa Sé.[11] Mais tarde, em maio de 1940, foi nomeado embaixador na Alemanha nazi.[12] Embora Alfieri tenha sido a favor da entrada da Itália na segunda guerra mundial, mais tarde deu parabéns a Mussolini por manter o país neutro.[13] Depois, durante os primeiros anos da guerra já com a Itália envolvida, os relatórios que enviou de Berlim foram marcados pelo otimismo, embora, a partir de outubro de 1942, a atitude de Alfieri tenha mudado, especialmente com a mudança de curso da guerra e as sucessivas derrotas militares italianas.
Durante a reunião do Grande Conselho Fascista em 25 de julho de 1943, Alfieri foi um dos hierarquistas fascistas que votaram a favor da demissão de Mussolini.[2] Seria condenado à morte in absentia pela República de Saló, embora para o resto do conflito permanecesse escondido na Suíça.[12] Ele não retornou a nenhuma posição relevante.
Retornaria à Itália após o fim da guerra mundial, juntando-se ao Partido Nacional Monárquico.
Alfieri morreu em Milão em 2 de janeiro de 1966.
Bibliografia
editar- Ruth Ben-Ghiat (2004). Fascist Modernities. Italy, 1922-1945. [S.l.]: University of California Press
- Pierre Blet (2004). Pío XII y la Segunda Guerra Mundial. Madrid: Ediciones Cristiandad
- Peter Broucek (1983). Ein General im Zwielicht. II. [S.l.]: Hermann Boehlaus Nachf.
- Gianluca Falanga (2008). Mussolinis Vorposten in Hitlers Reich. Italiens Politik in Berlin 1933-1945. [S.l.]: Christoph Links Verlag
- David Forgacs; Gundle, Stephen (2007). Mass Culture and Italian Society from Fascism to the Cold War. [S.l.]: Indiana University Press
- Robin Healey (1998). Twentieth-century Italian Literature in English Translation. [S.l.]: University of Toronto Press. ISBN 0-8020-0800-3
- MacGregor Knox (1999). Mussolini Unleashed, 1939-1941. [S.l.]: Cambridge University Press
- Benjamin G. Martin (2016). The Nazi-Fascist New Order for European Culture. [S.l.]: Harvard University Press
- Manuel Nicolás Meseguer (2004). La intervención velada: el apoyo cinematográfico alemán al bando franquista (1936-1939). [S.l.]: Universidad de Murcia
- Ugo Spirito e Anthony G. Constantini (2000). Memoirs of the Twentieth Century. Amsterdam: Editions Rodopi
Referências
- ↑ Broucek 1983, p. 178n.
- ↑ a b Spirito & Constantini 2000, p. 151.
- ↑ a b c Ben-Ghiat 2004, p. 131.
- ↑ Martin 2016, p. 110.
- ↑ Martin 2016, p. 140.
- ↑ Meseguer 2004, p. 84.
- ↑ Forgacs & Gundle 2007, p. 215.
- ↑ Knox 1999, pp. 79-80.
- ↑ Martin 2016, p. 151.
- ↑ Falanga 2008, p. 148.
- ↑ Blet 2004, p. 46.
- ↑ a b Healey 1998, p. 467.
- ↑ Knox 1999, p. 44.