Diogo do Congo

(1546-1561) Nkumbi Mpudi a Nzinga, rei do Congo

Diogo I (1503-1561) foi o manicongo do Reino do Congo desde 1545 até 1561. Seu reinado foi bastante conturbado devido a divergências com portugueses.

Diogo
Manicongo
Diogo do Congo
Rei do Congo
Reinado 1545 - 4 de novembro de 1561
Antecessor(a) Francisco I
Sucessor(a) Afonso II
 
Nascimento 1503
Morte 1561 (58 anos)
Nome completo Diogo Nkumbi Npudi a Nzinga
Descendência Afonso II
Bernardo I
Dinastia Luqueni
Mãe Princesa Nzinga Mvemba
Religião Catolicismo

Biografia

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Origem

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D. Diogo foi filho da princesa Nzinga Amvemba, filha mais velha do rei D. Afonso I . Baseado na antiga sucessão matrilinear, D. Diogo reivindicou o trono após a subida de seu tio, D. Pedro I como rei, já que este era considera muito favorável a influência portuguesa no reino. [1]

Reinado

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Dom Diogo tomou o poder com apoios dos senhores (mwene) de Cabunga e Quiva, cujos domínios localizavam-se a oeste da capital, São Salvador. [2] Com a tomada do poder, seu reinada dá continuidade na expansão do catolicismo no Congo, política trazida desde a época de seu avô para melhor relação com os portugueses. A vinda de jesuítas para o país foi muito requisitada pelo rei através do embaixador Diogo Gomes em Roma. Diogo solicitou "missionários de boa moral" para aumentar a independência da igreja no Congo. Mesmo assim chegou a expulsar missionários, inclusive o bispo João Batista da ilha de São Tomé, já que este era o maior comerciante de escravos na costa africana e o rei desejava o monopólio do comercio. [3]

Em 1548 lança um ataque ao senhor da ilha de Luanda, tomando-a para si e capturando alguns contrabandistas portugueses. Também tentou investidas contra o Reino do Dongo em 1556, sendo porém, vencido militarmente pelos angolas (governantes tradicionais). O Reino do Dongo posteriormente também estabeleceu relações com Portugal.

O rei arranjou brigas com portugueses devido a disputa de influência, além da disputa pelo comercio de escravos. Em 1555 os europeus foram expulsos de São Salvador, mesmo aqueles que eram naturalizados. Foi neste momento que em clandestinidade o catecismo foi escrito em quicongo pelos franciscanos em 1557. Este foi o primeiro grande documento escrito em uma língua banta da história. [4]

Durante muitos anos os portugueses tentaram por vezes depor D. Diogo em favor de seu exilado tio, D. Pedro, que se refugiou em Luanda após sua queda. Porém D. Diogo sempre repeliu as conspirações até sua morte em 4 de novembro de 1561. Com sua morte a violenta disputa pela sucessão começa, com facções apoiadas por portugueses e congoleses.

Ver também

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Referências

  1. Hilton, Anne (1985). The kingdom of Kongo. Oxford: Clarendon Press. OCLC 11261828 
  2. Thornton, John K. (2020). A history of West Central Africa to 1850. Cambridge, United Kingdom: [s.n.] OCLC 1120787134 
  3. Birmingham, David (novembro de 1963). «A New Edition of Lopez and Pigafetta - Description du Royaume de Congo et des Contrées environnantes, par Filippo Pigafetta & Duarte Lopez (1591). Edited by Willy Bal. Louvain: Editions Nauwelaerts, 1963. Pp. xxxvi, 250. Fr. Belge 260.». The Journal of African History (3): 465–466. ISSN 0021-8537. doi:10.1017/s0021853700004369. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  4. Deschamps, Hubert (outubro de 1954). «La Cohésion des sociétés Bara. Par Jacques Faublée. Paris: Presses Universitaires de France, 1954. Pp. viii + 164. 600 fr.». Africa (4): 390–391. ISSN 0001-9720. doi:10.2307/1156721. Consultado em 6 de dezembro de 2021