Direção-Geral de Segurança
A Direção-Geral de Segurança (AO 1945: Direcção-Geral de Segurança) ou DGS foi um organismo português de polícia política existente entre 1969 e 1974.
Direção-Geral de Segurança | |
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Organização | |
Natureza jurídica | Serviço público |
Atribuições | Estrangeiros, fronteiras e segurança do Estado |
Dependência | Governo de Portugal Ministério do Interior / Ministério do Ultramar |
Documento institucional | Decreto-Lei n.º 49 401], de 24 de Novembro de 1969 |
Localização | |
Jurisdição territorial | Portugal |
Sede | Lisboa |
Histórico | |
Antecessor | Polícia Internacional e de Defesa do Estado |
Criação | 24 de novembro de 1969 |
Extinção | 25 de abril de 1974 |
Sucessores | Polícia de Informações Militares Serviço de Estrangeiros e Fronteiras |
Apesar das suas funções incluírem, para além da segurança do Estado, a fiscalização dos estrangeiros, o controlo das fronteiras e o combate ao tráfego ilegal de emigrantes, historicamente, a DGS foi, essencialmente, uma polícia política responsável pela repressão brutal, e sem controlo judicial, de todas as formas de oposição política ao Estado Novo.
A DGS foi criada em 1969, para suceder à Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), pelo Decreto-Lei n.º 49 401, de 24 de Novembro de 1969, do governo de Marcello Caetano.
Foi extinta no continente e ilhas em 1974, na sequência da Revolução de 25 de Abril, pelo Decreto-Lei n.º 171/74, de 25 de Abril. No Ultramar continuou a existir até 1975, com a designação de "Polícia de Informações Militares".
Organização
editarEm 1974 a Direção-Geral de Segurança organizava-se da seguinte forma:
- Direção
- Diretor-Geral
- Subdiretor-Geral
- Inspetores-Superiores
- Conselho Técnico Superior
- Conselho da Direção-Geral
- Conselho Administrativo
- 1.ª Direcção (Direção dos Serviços de Informações)
- Divisões de Informação e Contra-Informação
- Divisão de Telecomunicações
- Secção de Ficheiros
- 2.ª Direcção (Direção do Serviços de Investigação e Contencioso)
- Divisões de Investigação
- Divisão Técnica (serviços de identificação)
- Secção Prisional
- Contencioso (incluia a Consultadoria Jurídica)
- Gabinete Nacional da Interpol
- 3.ª Direcção (Direção do Serviços de Estrangeiros e Fronteiras)
- Divisão de Estrangeiros
- Divisão de Fronteiras
- 4.ª Direcção (Direção dos Serviços Administrativos)
- Divisão de Pessoal
- Divisão de Serviços Gerais
- Secção de Contabilidade
- Secção de Tesouraria
- Arquivo Geral
- Secção de Defesa das Instalações e Material de Guerra
- Escola Técnica
- Delegações (Luanda, Lourenço Marques, Coimbra e Porto)
- Subdelegações
- Postos de Vigilância
- Postos de Fronteira
Ver também
editarBibliografia
editar- ALEXANDRE, Manuel; CARAPINHA, Rogério; NEVES, Dias (coord.). PIDE, a história da repressão. 3.ª ed., Fundão, Jornal do Fundão, 1974.
- CAMPOS, J. M. (sob a dir. de GIL, L. Pereira e com a colaboração de HEITOR, J.). Opressão e repressão: Subsídios para a história da PIDE. 2 vols., Lisboa, Amigos do Livro, 197?.
- CASACO, António Rosa.[1] Servi a Pátria e acreditei no regime. S. l., ed. do autor, 2003. ISBN 972-9880-9-1.
- CASTRO, Raul (prefácio). O último dia da PIDE: 26 de Abril no Porto. Porto, Movimento Democrático, 1974.
- GOUVEIA, Fernando.[2] Memórias de um inspector da P.I.D.E.: 1. A organização clandestina do P.C.P. 2.ª ed., Lisboa, Edições Roger Delraux, 1979
- MATEUS, Dalila Cabrita. A PIDE/DGS na guerra colonial: 1961-1974. Lisboa, Terramar, 2004. ISBN 978-972-710-369-0.
- PIMENTEL, Irene Flunser. A história da PIDE. Lisboa, Círculo de Leitores, 2007.
- PORTUGAL, Instituto dos Arquivos Nacionais - Torre do Tombo. O arquivo da PIDE/DGS na Torre do Tombo: guia da exposição. Lisboa, Instituto dos Arquivos Nacionais - Torre do Tombo, 1977.
- Repórter Sombra, pseudónimo. Dossier P.I.D.E., os horrores e crimes de uma «polícia». Lisboa, Agência Portuguesa de Revistas, 1974.
- RIBEIRO, Maria da Conceição Nunes de Oliveira. A polícia política no Estado Novo, 1926-1945. Lisboa, Estampa, 1995. ISBN 972-33-1154-2.
- SANTOS, Bruno Oliveira. Histórias secretas da PIDE-DGS: entrevistas com Cunha Passo, Abílio Pires, Óscar Cardoso, Diogo Albuquerque.[3] 2.ª ed., Lisboa, Nova Arrancada 2001. ISBN 972-8369-40-9.
- SOARES, Fernando Luso. PIDE-DGS, um Estado dentro do Estado. Lisboa, Portugália, 197?
- VASCO, Nuno. Vigiados e perseguidos: documentos secretos da P.I.D.E./D.G.S. Amadora, Bertrand, 1977.