Douglas Galante

astrônomo

Douglas Galante é pesquisador de astrobiologia do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e associado ao Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da USP, doutor em astronomia na USP.[4]

Douglas Galante
Conhecido(a) por Pesquisador em astrobiologia no Brasil, estuda a interação entre eventos astrofísicos e sistemas planetários e biológicos. Dedica-se à área de ciências planetárias, procurando compreender os eventos planetários que envolvem a origem e evolução da vida no planeta e no universo.

Descreveu um modelo de um ecossistema que pode sobreviver com base na energia nuclear na lua de Júpiter.[1][2]

Nascimento 1982
São Paulo, São Paulo[3]
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade de São Paulo
Orientador(es)(as) Jorge Ernesto Horvath
Instituições Laboratório Nacional de Luz Síncrotron
Campo(s) Astrobiologia - Ciências Moleculares
Tese Efeitos astrofísicos e astrobiológicos de Gamma-Ray Bursts

Seu trabalho em astrobiologia usa abordagens teóricas, experimentais e de pesquisa em campo para melhor compreender a interação entre os sistemas biológicos e os eventos planetários e astrofísicos. Desenvolveu uma das primeiras teses em astrobiologia no país em 2009,[5] e, deste então, vem se dedicando a fomentar o desenvolvimento dessa área de pesquisa. Em 2011 foi co-fundador do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da USP[6] atualmente parceiro internacional do Nasa Astrobiology Institute.[7] e da European Astrobiology Association Network[8] Co-editou um livro sobre o tema, gratuitamente disponível online.[9] É palestrante e procura difundir as questões relacionadas à astrobiologia, com diversos vídeos disponíveis pela internet, entendendo que a nossa busca por entender a origem e distribuição da vida no Universo é uma das maiores questões que a humanidade já se fez, e que ela pode ser abordada cientificamente.

Ele é o cientista-chefe de Garatéa-L, a missão pretende enviar um satélite de pequenas proporções à órbita lunar em 2020.[10][11] Galante também fez parte da equipe de pesquisa que estudou de forma teórica a bactéria Candidatus Desulforudis Audaxvia, descoberta em uma mina de ouro em Joanesburgo, África do Sul, sobrevivendo a uma profundidade de 2,8 km, sem qualquer luz solar.[12] Seu trabalho mostrou que esse ambiente poderia ser usado como análogo à lua de Júpiter chamada Europa, e que a bactéria poderia ser um protótipo de vida extraterrestre.[13] É um dos primeiros pesquisadores patrocinados pelos Instituto Serrapilheira,[14] com um projeto de pesquisa sobre a habitabilidade do planeta Marte, baseado no estudo de ambientes extremos terrestres.

Atualmente é um dos pesquisadores desenvolvendo o novo acelerador síncrotron do país, o Sirius,[15] um dos mais avançados laboratórios de pesquisa do mundo. É líder do Grupo Carnaúba, um potente microscópio de raios X capaz de enxergar os materiais em escala nanométrica. O uso da radiação síncrotron tem o potencial de nos auxiliar na compreensão da história da vida no planeta, desde os primeiros fósseis até a possibilidade de vida na superfície de Marte.

Em entrevista para o Jornal da USP em 2023, Galante sugere o uso de robôs com Inteligência Artificial avançada para a busca por sinais de vida em outros planetas. Esses robôs poderiam explorar autonomamente, decidindo suas ações, coletas e medições. Isso aponta para um futuro onde as IA certamente serão fundamentais na exploração espacial.[16]

Referências

  1. LIFE ON EUROPA? SOUTH AFRICA GOLD MINE HOSTS STRANGE BACTERIA THAT COULD THRIVE ON JUPITER'S ICY MOON por Meghan Bartels, publicado em Newsweek (2018)
  2. Jupiter’s ice-covered moon could harbor life por Mike Wehner, (2018)
  3. Olhos fixos no planeta São Paulo por Valdir Sanches, publicado no jornal Diário do Comércio, pp 8, em 24 de Janeiro de 2012
  4. PALESTRA - ORIGENS DA VIDA - DOUGLAS GALANTE publicado pela TV Cultura (2016)
  5. Douglas, Galante, (4 de maio de 2009). «Efeitos astrofísicos e astrobiológicos de Gamma-Ray Bursts». doi:10.11606/T.14.2009.tde-19062009-014454 
  6. «Astrobiologia - Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia». www.astrobiobrasil.org. Consultado em 5 de abril de 2018 
  7. «NASA Astrobiology Institute». nai.nasa.gov. Consultado em 5 de abril de 2018 
  8. EANA. «EANA - European Astrobiology Network Association». www.eana-net.eu. Consultado em 5 de abril de 2018 
  9. «Astrobiologia - Home». www.livro.astrobiobrasil.org. Consultado em 5 de abril de 2018 
  10. O cientista-chefe da missão brasileira à Lua explica o que faremos por lá Douglas Galante, astrobiólogo e cientista-chefe da Garatéa-L quer convencer o Brasil de que vale a pena investir no espaço e até contribuir para a colonização de Marte por André J. de Oliveira (2016)
  11. NewSpace Start-Up Aims To Send First Brazilian Probe To Moon publicado pela Forbes (2018)
  12. Europa may have hidden liquid ocean to sustain life, new study reveals (2018)
  13. Altair, Thiago; Avellar, Marcio G. B. de; Rodrigues, Fabio; Galante, Douglas (10 de janeiro de 2018). «Microbial habitability of Europa sustained by radioactive sources». Scientific Reports (em inglês). 8 (1). ISSN 2045-2322. doi:10.1038/s41598-017-18470-z 
  14. «[revista piauí] Conheça o trabalho do astrobiólogo Douglas Galante». revista piauí. 19 de março de 2018 
  15. «Sirius – LNLS». www.lnls.cnpem.br. Consultado em 5 de abril de 2018 
  16. «Cientistas buscam sinais de vida extraterrestre utilizando inteligência artificial». Jornal da USP. 3 de março de 2023. Consultado em 23 de agosto de 2023 
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