Doxografia deriva da palavra grega "δόξα" (doxa), que significa aparecer; opinião + "γραφία" (grafia); escrita; descrição. Doxografia é o relato das ideias de um autor quando interpretadas por outro autor, ao contrário do fragmento, que é a citação literal das palavras de um autor por outro.[1] O termo foi cunhado pelo helenista alemão Hermann Diels, em sua obra Doxographi Graeci (Berlim em 1879).[2]

Doxógrafos gregos

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Muitas das obras dos grandes filósofos gregos não chegaram até nós. Nosso conhecimento, limitado, depende do trabalho de autores menores; trabalhos esses recolhidos em comentários ou biografias ou fragmentos de paráfrase dessas obras perdidas.[3] Filósofos como Platão e Aristóteles também atuam como doxógrafos. Seus comentários sobre as ideias de seus predecessores indiretamente nos dizem o que eles pensavam. Platão, em Apologia de Sócrates, por exemplo, nos diz muito do que sabemos sobre a filosofia natural de Anaxágoras de Clazômenas. Considera-se Teofrasto, autor de Opinião dos Físicos, o fundador da doxografia. Um exemplo clássico da doxografia grega é a obra de Diógenes Laércio, Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres.[4] Graças a ele sabemos um pouco sobre alguns filósofos gregos, como os cínicos Diógenes de Sínope e Crates de Tebas.[5] O léxico de Fócio e Suda também podem ser consideradas obras doxográficas. Aristóteles fazia doxografia quando expunha a opinião de um filósofo para em seguida criticá-la.[4]

Bibliografia

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Referências

  1. D. Marcondes, Iniciação à História da Filosofia, Zahar, Rio de Janeiro.
  2. "Panorama da historiografia antiga" em www.filosofia.org.
  3. "Doxography of Ancient Philosophy", Stanford Encyclopedia of Philosophy.
  4. a b Antonio Rezende (org.) (28 de novembro de 1986). Curso de Filosofia: Para professores e alunos dos cursos de ensino médio e de graduação. [S.l.]: Zahar. p. 48. ISBN 978-85-378-0901-3 
  5. Carlos García Gual, La secta del perro y Diógenes Laercio, Vida de los filósofos cínicos, Madrid: Alianza, 1987, págs. 13-14.