Ehud Olmert
Ehud Olmert (em hebraico: אהוד אולמרט; Binyamina, 30 de setembro de 1945) é um político de Israel, foi primeiro-ministro do seu país de 4 de Janeiro de 2006 a 31 de Março de 2009, cargo que assumiu depois do derrame cerebral do primeiro-ministro Ariel Sharon. Foi também o ministro das Finanças, ministro da Indústria, do Comércio e do Trabalho, além de ministro responsável para a administração das terras de Israel. Anteriormente prefeito da cidade de Jerusalém, foi membro do partido centrista Kadima.
Ehud Olmert | |
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Ehud Olmert | |
Primeiro-ministro de Israel | |
Período | 4 de Janeiro de 2006 - 31 de março de 2009 |
Antecessor(a) | Ariel Sharon |
Sucessor(a) | Benjamin Netanyahu |
Dados pessoais | |
Nascimento | 30 de setembro de 1945 (79 anos) Binyamina, Mandato Britânico da Palestina |
Alma mater | Universidade Hebraica de Jerusalém |
Cônjuge | Aliza Olmert |
Filhos(as) | 4 |
Partido | Likud (1973–2006) Kadima (2006-2015) |
Religião | Judaísmo |
Profissão | Advogado |
Em 30 de julho de 2008, envolvido em casos de corrupção, anunciou que não disputaria as eleições primárias do seu partido.
Em 21 de setembro de 2008, anunciou sua demissão, após a eleição de Tzipi Livni, Ministra das Relações Exteriores, como líder do Kadima. Entretanto, continuaria a exercer formalmente seu cargo até as eleições de fevereiro de 2009.
Considerado um político centrista ou moderado, em dezembro de 2008 Olmert comparou a violência usada por colonos judeus contra palestinos em Hebrom à perseguição aos judeus na Europa nos séculos XIX e XX, os chamados pogroms e declarou sentir-se envergonhado.[1]
Em 27 de dezembro, duas semanas após esta declaração, Israel iniciou um devastador ataque à Faixa de Gaza, em represália ao lançamento de foguetes disparados constantemente pelo Hamas contra Israel. A operação resultou em cerca de 1,3 mil mortos e mais de 5 mil feridos, além da destruição de áreas urbanas e da infraestrutura do território palestino.
Origens e carreira
editarNascido à época do Mandato Britânico na Palestina (futuro Estado de Israel), numa família de imigrantes judeus da China, Ehud Olmert formou-se na Universidade Hebraica de Jerusalém em psicologia, filosofia e direito. Exerceu a profissão de advogado com sucesso em Israel.
Olmert foi eleito pela primeira vez como deputado do Knesset, o parlamento israelense, em 1973, com vinte e oito anos de idade e foi reeleito sete vezes consecutivas. Serviu como ministro sem pasta responsável pelos assuntos relativos às minorias (1988-1990) e como ministro da Saúde (1990-1992). Entre os anos de 1981 e 1988, foi membro do Comité de Negócios Estrangeiros e da Segurança e serviu também nos Comités das Finanças, da Instrução e do Orçamento da Defesa.
Entre 1993 a 2003, Ehud Olmert cumpriu dois mandatos como Presidente da Câmara de Jerusalém, durante os quais se empenhou na iniciação e no avanço de projectos de grande importância na cidade, nomeadamente o desenvolvimento e a melhoria do sistema de instrução e o desenvolvimento das infraestruturas rodoviárias. Lançou também o desenvolvimento do sistema ferroviário ligeiro em Jerusalém e o investimento de milhões dos shekels no desenvolvimento de opções de transporte público para a cidade.
Foi eleito como membro do décimo sexto Knesset, em Janeiro de 2003. Foi cabeça da campanha eleitoral do partido Likud nas eleições legislativas, e subsequentemente foi o principal negociador do acordo de coligação. Depois das eleições, foi apontado como o vice-primeiro-ministro e ministro da Indústria, do Comércio e do Trabalho. Em 2003-2004, acumulou o cargo com o de ministro das Comunicações.
Em 7 de Agosto de 2005, Olmert foi empossado como ministro de Finanças, substituindo Benjamin Netanyahu, que tinha renunciado ao cargo em protesto contra o Plano de retirada unilateral de Israel.[2] Olmert, que se opôs inicialmente a qualquer retirada das terras ocupadas na Guerra dos Seis Dias, e que votou contra os Acordos de Paz de Camp David em 1978, passou a apoiar a retirada de Gaza. Eu votei contra Menachem Begin disse Olmert após a sua nomeação.
Eu disse a ele que era um erro histórico, quão perigoso seria, e assim por diante. Agora lamento que ele não esteja vivo para que eu possa reconhecer publicamente sua sabedoria e meu erro. Ele estava certo e eu estava errado. Graças a Deus que nos retirámos do Sinai.[3]
Foi o primeiro chefe de governo israelense a admitir implicitamente que Israel possui armas nucleares, durante uma entrevista à televisão alemã, em 12 de dezembro de 2006.[4]
Envolvido em seis processos de corrupção ou fraudes, em 4 de dezembro de 2008 livrou-se da acusação de tráfico de influência, por falta de provas, no caso da venda da participação do Estado no Banco Leumi a um grupo financeiro. No entanto ainda pesariam sobre ele acusações de fraude e superfaturamento, à época em que era prefeito de Jerusalém e, depois, ministro do Comércio e de Indústria.[5] Nessas circunstâncias, Olmert anunciou que não disputaria a reeleição como líder do partido e que renunciaria ao cargo de primeiro-ministro imediatamente depois que um novo líder do Kadima fosse escolhido.
Em 17 de Setembro de 2008, Tzipi Livni foi eleita para sucedê-lo na liderança do Kadima, após superar Shaul Mofaz por uma pequena margem de votos.[6] Em 18 de setembro de 2008, Olmert foi substituído por Livni na liderança do Kadima.[7] Livni tentou formar um novo governo, sem sucesso, e assim, novas eleições foram marcadas para fevereiro de 2009.
Em 20 de fevereiro de 2009 o presidente de Israel, Shimon Peres, escolheu Benjamin Netanyahu para ser o novo primeiro-ministro e pediu-lhe que, até março de 2009, formasse um governo de coalizão - dado que não houve propriamente um vencedor nas eleições. Netanyahu deve suceder Olmert como primeiro-ministro, logo que o governo seja formado.
Ehud Olmert foi condenado, em setembro de 2012, a uma pena de prisão suspensa por abuso de confiança.
Em maio de 2014 foi condenado a seis anos de prisão por corrupção no âmbito de um escândalo imobiliário quando era presidente da câmara de Jerusalém (1993-2003).
Em março de 2015, um tribunal de Jerusalém declarou o antigo primeiro-ministro culpado de corrupção, num caso em que era acusado de receber envelopes com dinheiro de um empresário norte-americano.[8]
Em maio de 2015 foi condenado por um tribunal de Jerusalém a oito meses de prisão pelo crime de corrupção agravada.[9]
Família
editarEhud Olmert é filho do ex-membro da Knesset Mordechai Olmert do partido de direita Herut. É casado com a artista e assistente social Aliza Olmert e tem quatro filhos. Uma filha (Dana Olmert) é lésbica assumida e docente de letras na Universidade de Tel Aviv e um dos seus filhos pertence ao movimento pacifista Yesh Gvul.
Saúde
editarEm 29 de Outubro de 2007 anunciou que sofria de um cancro da próstata, mas continuaria a desempenhar as suas funções governativas.
Referências
- ↑ «Premiê de Israel compara ataques a 'pogrom'». BBC Brasil. 7 de dezembro de 2008. Consultado em 5 de Janeiro de 2009
- ↑ BBC News, 7 de agosto de 2005 Netanyahu quits over Gaza pullout.
- ↑ Pullout Focuses Israel on Its Future
- ↑ « Le lapsus d'Ehud Olmert sur l'arme nucléaire »
- ↑ G1, 20 de fevereiro de 2009 Olmert volta a ser interrogado por suspeitas de corrupção
- ↑ Estadão, 18 de setembro de 2008 Após vitória apertada, Livni tentará compor coalizão em Israel: chanceler ganhou eleição para liderar partido governista, o primeiro passo para suceder Ehud Olmert
- ↑ Estadão, 30 de julho de 2008 Premiê israelense Ehud Olmert deixa o cargo em setembro: pressionado após escândalos de corrupção, Ehud Olmert afirma que não concorrerá nas eleições do partido
- ↑ «Ex-primeiro-ministro israelita Ehud Olmert culpado de corrupção»
- ↑ «Ex-primeiro-ministro israelita condenado a 8 meses de prisão»
Ligações externas
editar
Precedido por Teddy Kollek |
Prefeito de Jerusalém 1993 - 2003 |
Sucedido por Uri Lupolianski |
Precedido por Ariel Sharon |
Primeiro-ministro de Israel 2006 - 2009 |
Sucedido por Benjamin Netanyahu |