Electra (álbum)
Electra é o quarto álbum da cantora brasileira Alice Caymmi, lançado em 27 de maio de 2019. Foi produzido pela própria Alice com DJ Zé Pedro,[1] que a ajudou a escolher o repertório, e gravado em apenas dois dias.[6][7]
Electra | |||||||
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Álbum de estúdio de Alice Caymmi | |||||||
Lançamento | 27 de maio de 2019[1][2][3][4] | ||||||
Gravação | Red Bull Station, São Paulo[4] | ||||||
Gênero(s) | MPB[4][5] | ||||||
Duração | 32:39[4] | ||||||
Idioma(s) | Português | ||||||
Formato(s) | |||||||
Gravadora(s) | Joia Moderna[1][2] | ||||||
Produção |
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Cronologia de Alice Caymmi | |||||||
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Singles de Electra | |||||||
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Antecedentes e divulgação
editarO álbum tem Alice cantando sozinha e acompanhada por um piano.[4] A primeira vez que a cantora se apresentou neste formato foi em agosto de 2014, quando realizou um espetáculo denominado "Um Piano Bar no Inferno" com Helio Flanders.[8]
Exatos quatro anos depois, ela repetiria o formato em um show realizado em Salvador, Bahia,[1] com o nome "Para minha tia Nana", devido ao fato de boa parte do repertório consistir em canções da carreira de Nana Caymmi, sua tia. Na época desses shows, ela já anunciava a intenção de lançar um disco de voz e piano.[8]
Sobre o clima geral do disco, ela declarou em uma entrevista ter comentado com o produtor DJ Zé Pedro que ela "não estava com clima para fazer disco ou show dançante no momento atual do Brasil."[7]
Para promover Electra, a cantora estreou em junho um espetáculo com direção de Paulo Borges e figurino de Alexandre Herchcovitch[9][10] cuja estética reproduz a que foi utilizada no clipe de "Diplomacia", divulgado no dia 24 de maio.[4] O show foi dividido em três atos: "Tragédia", "Revolução" e "Futuro".[9]
Conceito
editarNeste trabalho Alice evoca o trágico mito grego Electra,[1] princesa de Micenas, filha de Agamemnon e Clitemnestra.[2][3][4] A capa do álbum apresenta Alice de cabeça raspada, em chamas e com uma adaga em mãos, representando o mito.[2][1][3][4]
Sobre o simbolismo em volta da obra, a cantora afirmou:[7]
“ | É uma ruptura, uma curva de risco. A vida mudou totalmente e o meu trabalho também. O disco anterior era um mergulho fundo no pop e era verdadeiro também, claro, mas as coisas mudaram. E eu sou assim, intempestuosa [sic] e rápida. | ” |
Quanto à transformação desde o último disco até este, ela diz:[10]
“ | Me transformei como indivíduo independente, e superei questões. Em vez de negar, quis tratar desses assuntos. Parti da minha crise para falar da crise ética e moral do mundo. O disco trata de violência. | ” |
Recepção da crítica
editarCríticas profissionais | |
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Avaliações da crítica | |
Fonte | Avaliação |
Mauro Ferreira | [5] |
Miojo Indie | [6] |
Folha de S.Paulo | [11] |
Escrevendo em seu blog no G1, Mauro Ferreira afirmou que "Alice Caymmi enfia a faca no peito de repertório que sangra feridas abertas(...) sem exagerar no drama do teatro de músicas como 'Medo'" e disse ainda que a cantora o faz "com segurança vocal que a põe em primeiro plano no time de cantoras da geração 2010 da música brasileira". Ele finalizou chamando Electra de "surpreendente, não exatamente na forma e tampouco no impacto, (...) mas na atitude da cantora."[5]
O fundador do Miojo Indie, Cleber Facchi, criticou em sua análise aspectos como o "falso" sotaque português em "Medo" e a maneira como "Me Deixa Mudo" "parece romper com a atmosfera densa que orienta a experiência do ouvinte durante toda a execução da obra, gerando um propositado desconforto". Contudo, ele afirmou que "cada fragmento do disco sintetiza a capacidade da artista em fazer de versos assinados por diferentes compositores a base para um registro particular, sempre doloroso" e que "sobrevive no minimalismo dos arranjos e repertório pouco convencional a passagem para uma obra maior e mais complexa a cada nova audição".[6]
Para Thales de Menezes, da Folha de S.Paulo, o disco passa a sensação de ser a evolução de Rainha dos Raios (2014) devido ao fato de em ambos haver "uma forte inventividade na recriação de canções de outros autores." Ele também destacou o fato do repertório privilegiar canções não muito conhecidas de artistas consagrados e elogiou o trabalho de Itamar: "(...) tece uma base impecável para o repertório. Suas escolhas são fundamentais para provar como Caymmi é uma cantora diferenciada na nova geração." Thales finalizou dizendo que "'Electra' não deve inibir seu lado compositora, mas é um disco de intérprete que mostra como está acima da média do que se canta no Brasil hoje."[11]
Faixas
editarN.º | Título | Compositor(es) | Duração | |
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1. | "De Qualquer Maneira" | 3:27 | ||
2. | "Diplomacia" | 2:11 | ||
3. | "Areia Fina" | 3:17 | ||
4. | "Mãe Solteira" | 3:49 | ||
5. | "Medo" |
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2:17 | |
6. | "Fracassos" | 5:17 | ||
7. | "Pelo Amor de Deus" | 3:26 | ||
8. | "Pedra Falsa" | 4:00 | ||
9. | "Me Deixa Mudo" | 1:32 | ||
10. | "Aperta Outro" | 3:23 | ||
Duração total: |
32:39[4] |
Créditos
editarSegundo post no Instagram oficial da cantora[12]
- Alice Caymmi - vocais, produção, arranjos, idealização
- Itamar Assiere - piano, arranjos
- DJ Zé Pedro - produção, direção artística
- Rodrigo "Funai" Costa - gravação e mixagem
- Alejandra Luciani - gravação
- Ricardo Garcia - masterização
- Eduardo Dugois - direção de arte
- Gustavo Zylbersztajn - foto
- Paulo Martinez - styling
- Cris Biato - maquiagem
- Casé Assessoria - comunicação
- Wes Mariano - mídias sociais
- Talita Morais e Rainha dos Raios - produção executiva
Referências
- ↑ a b c d e f Ferreira, Mauro (21 de maio de 2019). «Alice Caymmi encarna o trágico mito grego de Electra na capa do quarto álbum». G1. Consultado em 29 de maio de 2019
- ↑ a b c d Araujo, Guilherme (22 de maio de 2019). «Alice Caymmi revela capa e data de estreia de "Electra", seu novo álbum». Papel Pop. Consultado em 29 de maio de 2019
- ↑ a b c Gois, Ancelmo (21 de maio de 2019). «Alice Caymmi raspa a cabeça para lançar 'Electra'». O Globo. Consultado em 29 de maio de 2019
- ↑ a b c d e f g h i «Alice Caymmi lança novo álbum, 'Electra'». Correio Braziliense. 27 de maio de 2019. Consultado em 29 de maio de 2019
- ↑ a b c Ferreira, Mauro (27 de maio de 2019). «Alice Caymmi espeta tradições da música brasileira com a atitude e o repertório do álbum 'Electra'». Blog do Mauro Ferreira. Grupo Globo. Consultado em 14 de julho de 2019
- ↑ a b c Facchi, Cleber (4 de junho de 2019). «Crítica - "Electra", Alice Caymmi». Miojo Indie. Consultado em 14 de julho de 2019
- ↑ a b c Brito, Hagamenon (10 de junho de 2019). «Alice Caymmi lança Electra e diz entender o gênio forte da tia Nana». Correio. Rede Bahia. Consultado em 14 de julho de 2019
- ↑ a b Ferreira, Mauro (4 de fevereiro de 2019). «Alice Caymmi arquiteta disco de voz e piano com repertório formado por regravações». G1. Grupo Globo. Consultado em 13 de julho de 2019
- ↑ a b Barros, Adriana de (7 de junho de 2019). «Alice Caymmi apresenta "Electra", em São Paulo, com direção de Paulo Borges». UOL Entretenimento. Grupo Folha. Consultado em 14 de julho de 2019
- ↑ a b «Alice Caymmi lança Electra, seu quarto álbum da carreira». Jornal do Comércio. 10 de junho de 2019. Consultado em 15 de julho de 2019
- ↑ a b Menezes, Thales de (31 de maio de 2019). «Alice Caymmi vai à essência de cada canção em novo disco». Folha de S.Paulo. Grupo Folha. Consultado em 14 de julho de 2019
- ↑ Caymmi, Alice (27 de maio de 2019). «ELECTRA. Eu vejo como um dos lançamentos mais». Instagram. Facebook. Consultado em 13 de julho de 2019