Eleições estaduais no Maranhão em 2002
As eleições estaduais no Maranhão em 2002 ocorreram em 4 de outubro como parte das eleições gerais no Distrito Federal e em 26 estados brasileiros. Neste dia foram eleitos em primeiro turno o governador José Reinaldo Tavares, o vice-governador Jurandir Filho e os senadores Roseana Sarney e Edison Lobão, além de 18 deputados federais e 42 deputados estaduais. O novo mandato governamental começaria em 1º de janeiro de 2003.[1][2][nota 1][nota 2]
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Eleições estaduais no Maranhão em 2002 | ||||
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6 de outubro de 2002 (Decisão em primeiro turno) | ||||
Candidato | José Reinaldo Tavares | Jackson Lago | ||
Partido | PFL | PDT | ||
Natural de | São Luís, MA | Pedreiras, MA | ||
Vice | Jurandir Filho | Deoclides Macedo | ||
Votos | 1.076.893 | 896.930 | ||
Porcentagem | 51,06% | 42,52% | ||
Candidato mais votado por município no 1º turno (217):
Ze Reinaldo (177)
Jackson Lago (40)
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Titular Eleito | ||||
Para se chegar a esse resultado, entretanto, foi necessária a intervenção do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão que cassou a candidatura de Ricardo Murad em sentença confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral.[3] A questão surgiu ante o fato que ele é cunhado de Roseana Sarney e essa ligação impedia a candidatura de parentes da ex-governadora no pleito daquele ano dado o exercício, por parte da mesma, de dois mandatos consecutivos no Palácio dos Leões. Quando a briga chegou a Brasília o recurso foi desconsiderado pela falta de uma procuração autorizando o deputado federal José Antônio Almeida a figurar como advogado do PSB maranhense e assim os 114.640 votos dados ao partido foram anulados e a falta desse contingente encerrou a eleição em primeiro turno e mesmo o próprio Ricardo Murad aceitou a sentença.[4] Outro fato que influiu na disputa foi a decisão do deputado federal Roberto Rocha em renunciar à sua candidatura a governador pelo PSDB para apoiar a campanha de Jackson Lago e reforçar a oposição ao clã Sarney, estratégia derrubada pela cassação de Ricardo Murad.
Natural de São Luís, o governador José Reinaldo Tavares é engenheiro civil formado em 1964 na Universidade Federal do Ceará com especialização na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1970. Quando José Sarney governou o Maranhão, José Reinaldo Tavares foi diretor do Departamento de Estradas e Rodagem [5] e secretário de Planejamento no governo Pedro Santana. Após mudar para Brasília assumiu a presidência da Companhia Urbanizadora da Nova Capital em 1975 no governo Elmo Serejo tendo Jorge Murad e Roseana Sarney como assessores até que foi nomeado Secretário de Viação e Obras Públicas do Distrito Federal e durante a passagem de João Figueiredo pela presidência da República foi diretor do Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS). Após a doença e morte de Tancredo Neves, o Palácio do Planalto ficou sob o comando de José Sarney e este nomeou José Reinaldo Tavares para comandar a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, onde ficou até substituir Afonso Camargo no Ministério dos Transportes.[5] Politicamente o novo governador maranhense fez carreira no PFL sendo eleito deputado federal em 1990 e vice-governador do estado em 1994 e 1998 junto a Roseana Sarney cuja renúncia deu a ele o mandato de governador do estado, agora referendado nas urnas.
Para representar o estado do Maranhão no Senado Federal foram eleitos Roseana Sarney e Edison Lobão na terceira vez em que o PFL conquista as duas vagas em aberto.
Resultado da eleição para governador
editarSegundo o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão houve 2.109.296 votos nominais (81,81%), 102.178 votos em branco (3,96%) e 366.779 votos nulos (14,23%) totalizando o comparecimento de 2.578.253 eleitores.[2]
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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José Reinaldo Tavares PFL |
Jurandir Filho PMDB |
(PFL, PMDB, PV, PSC, PSD, PSDC, PST) |
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Jackson Lago PDT |
Deoclides Macedo PTB |
(PDT, PTB, PPB, PPS, PTN, PAN) |
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Raimundo Monteiro PT |
Uílio Silva PT |
(PT, PL, PCdoB, PMN) |
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Marcos Silva PSTU |
Luiz Noleto PSTU |
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Ricardo Murad PSB |
Iolanda Cortez PSB |
(PSB, PGT) |
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Roberto Rocha PSDB |
José Joaquim PSDB |
(PSDB, PHS) |
Resultado da eleição para senador
editarSegundo o banco de dados do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão houve 294.301 votos em branco (5,71%) e 796.301 votos nulos (15,44%). Por serem duas as vagas em disputa[nota 3] não informaremos o comparecimento dos eleitores para evitar discrepância nos números.[2]
Candidatos a senador da República |
Candidatos a suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Roseana Sarney PFL |
Mauro Fecury PFL Ildon Marques PMDB |
(PFL, PMDB, PV, PSC, PSD, PSDC, PST) |
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Edison Lobão PFL |
Edison Lobão Filho PFL Remi Ribeiro PMDB |
(PFL, PMDB, PV, PSC, PSD, PSDC, PST) |
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Epitácio Cafeteira PDT |
Clay Lago PDT Coelho Neto PPS |
(PDT, PTB, PPB, PPS, PTN, PAN) |
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Haroldo Saboia PT |
Francisco Oliveira PT Neide Moraes PT |
(PT, PL, PCdoB, PMN) |
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Ildemar Santos PSDB |
Carlos Amorim PSDB Douglas Pereira PSDB |
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Terezinha Rego PSB |
Augusto Fonseca PSB Selma Araújo PSB |
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Manoel do Brejo PSB |
Jessé Cutrim PSB Não disponível PSB |
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Frederico Luiz PCB |
Joberval Bertoldo PCB Juarez Costa PCB |
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Ramon Zapata PSTU |
Maria do Carmo Durans PSTU Valdelino Ferreira PSTU |
Questão da suplência
editarTitular de um mandato de oito anos, a senadora Roseana Sarney assumiu o governo do Maranhão em 2009 após a cassação de Jackson Lago pelo Tribunal Superior Eleitoral[6], tendo cumprido o resto do mandato o primeiro suplente Mauro Fecury a partir de 12 de maio de 2009. [7]
Deputados federais eleitos
editarSão relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[8][9]
Deputados estaduais eleitos
editarNotas
- ↑ A posse dos governadores eleitos em 1990 no Amapá, Distrito Federal e Roraima aconteceu em 1º de janeiro de 1991 conforme o Art. 28 da Carta de 1988 que estabeleceu o primeiro dia do ano para a posse de todos os governadores eleitos a partir de 1994.
- ↑ A reeleição surgiu na ordem jurídica brasileira via Emenda Constitucional nº 16 de 4 de junho de 1997 e que beneficiou os detentores de mandatos executivos obtidos a partir de 1994.
- ↑ Embora o Art. 46 § 3º da Constituição de 1988 previsse também a eleição de dois suplentes, listaremos somente o primeiro, sem prejuízo quanto a informar eventual convocação do segundo.
- ↑ Renunciou em 5 de janeiro de 2007 para assumir a presidência da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Porto de Itaqui) e em seu lugar assumiu Luís Rocha Filho.
- ↑ Perdeu o mandato em 11 de agosto de 2005 após ser condenado num processo iniciado em 1999 sob a acusação de venda irregular de ações da Companhia Energética do Maranhão e em seu lugar assumiu Albérico Filho.
- ↑ Foi nomeado secretário extraordinário de Assuntos Políticos de São Luís pelo prefeito Tadeu Palácio e em seu lugar foi convocado Eliseu Moura.
Referências
- ↑ BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ a b c MARANHÃO. Tribunal Regional Eleitoral. «Banco de dados eleitorais». Consultado em 19 de junho de 2014
- ↑ Silvana de Freitas; Ranier Bragon; Mauro Albano (9 de outubro de 2002). «Erro assegura reeleição de aliado de Sarney. Eleições, Caderno Especial, p. 11». acervo.folha.com.br. Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ Redação (15 de outubro de 2002). «Murad diz ser inócuo recurso contra governador. Eleições, Caderno Especial, p. 04». acervo.folha.com.br. Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ a b BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado José Reinaldo Tavares». Consultado em 19 de junho de 2014
- ↑ EFE (17 de abril de 2009). «Roseana Sarney assume Governo do Maranhão, mas Lago se recusa a sair». G1 Mundo. Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ «Primeiro suplente de Roseana Sarney assume mandato na próxima semana». Senado Federal. Consultado em 6 de fevereiro de 2022
- ↑ «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 24 de maio de 2017. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013
- ↑ BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 24 de maio de 2017