Eleições presidenciais na Argélia em 2009
As eleições presidenciais argelinas de 2009 foram realizadas em 9 de abril.[1]
- O presidente Abdelaziz Bouteflika, da Frente de Libertação Nacional, concorrerá a uma segunda reeleição, completando 3 mandatos no poder.
- Louisa Hanoune: candidata do Partido dos Trabalhadores.
- Ahmed Ouyahia: candidato da Reunião Nacional para a Democracia.
- Abdallah Djaballah: candidato do Movimento para a Reforma Nacional.
- Khalida Toumi: candidato da Frente de Libertação Nacional.
- Said Sadi: candidato da Agrupação para a Cultura e Democracia.
- Mouloud Hamrouche: candidato da Frente de Libertação Nacional.
Resultados
editarO presidente concorrente ao terceiro mandato, Abdelaziz Bouteflika, venceu a votação com 90,24% dos votos, informou o ministro do Interior, Yazid Zerhuni. Ele também anunciou que o índice de participação no pleito chegou a 74,54% dos 20.595.683 eleitores inscritos no censo e disse que o candidato à reeleição obteve 12.911.705 de votos. A segunda posição foi para a secretária-geral do Partido dos Trabalhadores (PT), Louisa Hanoun, a única mulher à frente de uma força política na Argélia, com 4,22% dos votos. O presidente da Frente Nacional Argelino (FNA), Mousa Touati, obteve 2,31% e o candidato do partido islamita reformista El Islah, Djahid Younsi, conseguiu 1,37%.
O ministro disse que os votos nulos foram 1.042.727, o que representa cerca de 5% do censo eleitoral, embora não tenha divulgado esta porcentagem. Além disso, disse que o total de "votos válidos", que exclui os votos nulos e inclui os brancos, foi de 14.308.578.[4]
Participação
editarYazid Zerhuni, afirmou que a participação total no pleito foi de 74,11%, bem acima dos 58,07% registrados no de 2004. Ele ressaltou que houve 75,91% de participação em território argelino, e outros 36,48% referentes aos cidadãos do país no exterior.[5]
A menor participação foi registrada nas duas principais províncias da região da Cabília: Tizi Ouzou, com 30,75% de eleitores, e Béjaia, com 29,36%. Em Argel, a presença foi de 64,76%, enquanto a maior taxa de presença foi a da província de Khenchla, no leste do país, com 97,42%. "A população ficou surpresa com este índice de participação, mas as explicações são claras. Muitos argelinos sentiram que era preciso votar para fazer frente à oposição de alguns", afirmou o ministro em referência aos partidos que pediram abstenção ao pleito.
Bomba
editarUm representante da polícia do país afirmou que uma bomba foi detonada perto de um posto de votação no leste da capital, ferindo dois policiais. A fonte, que falou sob condição de anonimato, disse que não havia relatos imediatos de civis feridos após a explosão. A área onde o ataque ocorreu é conhecida como berço de militantes da Al-Qaeda. O ministro do Interior confirmou que ocorreu uma ação terrorista na região, mas não revelou maiores detalhes.[6]
Denúncia de fraude
editarLouisa Hanoun denunciou que houve "fraudes" em todas as províncias do país e assegurou que tanto a participação oficial como a porcentagem obtida por cada um dos políticos não corresponde à realidade. Em coletiva de imprensa em Argel, Hanoun assegurou que seu apoio real foi de "pelo menos 30%" e qualificou os resultados oficiais como "números de uma república bananeira" e "indígnos de um país como a Argélia". "Nenhuma das 48 províncias do país escapou da fraude, é uma violação da consciência e um desvio dos votos", assegurou Hanoun, que considerou que Bouteflika "poderia ter sido eleito de maneira mais correta". A candidata estimou a participação em cerca de 58% e reconheceu que o atual presidente estava efetivamente na frente nas eleições, "mas não nas proporções anunciadas". Hanoun disse ter apresentado uma série de recursos perante o Conselho Constitucional, que deve aprovar os resultados oficiais, e afirmou que tem "todas as provas dessa fraude maciça e vergonhosa".
Já o candidato islâmico Djahid Younsi afirmou, também em coletiva de imprensa, que "a fraude foi generalizada e sistemática em todo o país" e que foram "mobilizadas equipes dirigidas por prefeitos, subprefeitos e funcionários da administração para manipular os votos". "Não houve uma eleição, mas uma vasta operação de fraude e não há resultados, mas o fruto de uma fraude", afirmou Younsi, que situou a taxa de participação real em 25%.[7]
Ver também
editarReferências
- ↑ Revisão da Constituição antes das eleições - PR Bouteflika
- ↑ (em inglês)Algerian presidential election, 2009
- ↑ Abdelaziz Bouteflika é o candidato oficial da FLN
- ↑ Bouteflika ganha eleições na Argélia, segundo dados oficiais
- ↑ Eleições presidenciais da Argélia tiveram 74,11% de participação, diz Governo
- ↑ Bomba explode durante eleição presidencial na Argélia
- ↑ Candidatos denunciam fraude geral em eleições na Argélia