Elif Şafak
Elif Şafak (conhecida como Shafak; Estrasburgo, 25 de outubro de 1971) é uma escritora e colunista turca.
Elif Şafak | |
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Elif Şafak | |
Informações gerais | |
Nascimento | 25 de outubro de 1971 (53 anos) |
Local de nascimento | Estrasburgo, França |
Gênero(s) | Pós-modernismo, ficção histórica, realismo mágico, ficção |
Ocupação | Escritora |
Página oficial | www |
multipremiada e aclamada pela crítica, a autora turco-britânica conta já com 19 livros publicados, entre os quais 12 romances, onde se inclui A Ilha das Árvores Desaparecidas, finalista do Prémio Costa para Romance, publicada no Brasil como A Ilha das Árvores Perdidas, pela Editora Harper Collins. Os seus livros, muitos deles bestsellers, estão traduzidos em 55 línguas. [1]
Ela escreve ficção tanto em turco como em inglês. Şafak combina tradições ocidentais e orientais de narração de histórias sobre mulheres, minorias, imigrantes, subculturas e jovens. A sua escrita baseia-se em culturas e tradições literárias diversas, refletindo interesses na história, filosofia, Sufismo, cultura oral e política cultural. Şafak também usa o humor negro.[2] Em 2010, Şafak recebeu o título de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras.[3]
"Sendo a escritora turca com mais livros vendidos, Şafak é uma corajosa defensora do cosmopolitismo, uma feminista sofisticada e uma ambiciosa escritora que infunde na sua ficção mágico-realista grandes e importantes ideias..".[4] Os críticos têm-na designado como "uma das vozes mais marcantes da literatura turca e mundial contemporânea".[5]
Carreira
editarDoutorada em Ciência Política, deu aulas em várias universidades na Turquia, nos Estados Unidos da América e no Reino Unido , nomeadamente em Oxford, onde é honorary fellow. Tem também um doutoramento em Humanidades, pelo Bard College. Elif Shafak é vice-presidente da Royal Society of Literature e foi considerada, pela BBC, uma das mais influentes e inspiradoras mulheres da atualidade. Defensora dos direitos das mulheres, LGBTQ+ e da liberdade de expressão, foi distinguida com a medalha de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres.[1]
Os seus livros foram publicados em mais de 40 países, e foi distinguida, entre outros, com o título de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras francês em 2010.
Şafak publicou dezenove livros, doze dos quais são romances, escrevendo ficção em turco e inglês. Şafak combina as tradições ocidentais e orientais da narrativa, tendo dado à estampa inumeráveis histórias de mulheres, minorias, imigrantes, subculturas, juventude e almas globais. A sua escrita baseia-se em diversas culturas e tradições literárias, refletindo um interesse profundo por história, filosofia, sufismo, cultura oral e política cultural. Şafak também tem uma veia afiada para o humor negro, com "um talento especial para retratar as vielas de Istambul."[2]
Ficção
editarElif Şafak publicou treze livros, nove dos quais são romances.
O primeiro romance de Şafak, Pinhan ("O Escondido") recebeu o prémio Rumi em 1998, que é dado ao melhor trabalho de literatura mística na Turquia. O seu segundo romance, Şehrin Aynaları ("Espelhos da Cidade"), conta a história de uma família de convertidos espanhóis, juntando o misticismo judaico e islâmico num cenário histórico do Mediterrâneo do século XVII.
Şafak aumentou consideravelmente seu número de leitores com seu romance Mahrem ("O Olhar") que lhe rendeu no ano 2000 o prémio de melhor romance", atribuido pela União dos Escritores Turcos. Bit Palas ("O Palácio das Pulgas", 2002), vendeu imenso na Turquia e foi incluído na lista inicial do prémio do jornal inglês The Independent para melhor ficção estrangeira em 2005.[6]
Şafak escreveu o romance The Saint of Incipient Insanities ("O Santo das Incipientes Insanidades") em inglês, publicado por Farrar, Straus and Giroux em 2004. O seu segundo romance em inglês The Bastard of Istanbul ("A Bastarda de Istambul"), foi o livro mais vendido em 2006 na Turquia e foi incluido na lista para o "Baileys Women's Prize for Fiction" de 2008.[7] O romance, que conta a história de um arménio e de uma família turca através dos olhos das mulheres, levou a que Şafak fosse acusada pela justiça, mas as acusações foram posteriormente retiradas.[8]
Após dar à luz a uma filha em 2006, Şafak sofreu de depressão pós-parto, uma experiência que ela tratou no seu primeiro livro autobiográfico, Siyah Süt ("Leite Negro"). Neste livro Şafak explorou a beleza e as dificuldades de ser escritora e mãe. O livro foi recebido com grande interesse e aclamado pelos críticos e leitores e tornou-se imediatamente um campeão de vendas.
No romance The Forty Rules of Love ("As Quarenta Regras do Amor"), Şafak trata o amor segundo os ensinamentos de Rumi e Xamece de Tabriz. Vendeu mais de 750.000 cópias, tornando-se o livro mais vendido de sempre na Turquia,[9] e em França, foi agraciado com o prémio Prix Alef - Menção Especial de Literatura Estrangeira.[10] Também foi nomeado para o International Dublin Literary Award de 2012.[11]
Honour ("Honra") foca uma história de assassínio justificado pela honra, abrindo um debate apaixonado sobre família, amor, liberdade, redenção e o desenvolvimento da masculinidade. Foi nomeado para os prémios Man Asian de 2012 e prémio Man Asian Literary Prize e Women’s Prize for Fiction de 2013.[12]
O romance mais recente de Şafak, Architect’s Apprentice (Aprendiz de Arquiteto), gira em torno de Mimar Sinan, o arquiteto mais famoso otomano.[13]
Prémios e distinções especiais
editar- É uma das 100 Mulheres da lista da BBC de 2021.[14]
- Honour, segundo lugar do Prix Escapade, France 2014 [15]
- Honour, Listada para o International IMPAC Dublin Literary Award, 2013 [16]
- Membro do júri do Sunday Times EFG Private Bank Short Story Award em dois anos consecutivos [17]
- Membro da 2013 Class da YSL (Turkish American Society)
- 2013 Prix Relay dos viajantes, Crime d'honneur (Phébus), 2013 [18]
- Honour, Listado para o Women’s Prize for Fiction, 2013 [19]
- Membro do júri em 2013 do Independent Foreign Fiction Prize.[20]
- Honour, Listado para o Man Asian Literary Prize, 2012 [21]
- The Forty Rules of Love, Nomeado para o 2012 International IMPAC Dublin Literary Award [22]
- Prix Alef - Menção Especial para Literatura Estrangeira, Soufi, mon amour (Phébus), 2011 [23]
- Membro da Weforum Global Agenda Council on The Role of Arts in Society[24]
- TED Global Porta Voz [25]
- Marka 2010 Award, Turkia
- Chevalier Des Arts et Lettres
- Ambassador of Culture Action Europe Campaign, 2010
- Special Envoy, EU-Turkey Cultural Bridges Programme, 2010
- Turkish Journalists and Writers Foundation "The Art of Coexistence Award-2009" [26]
- International Rising Talent, Women's Forum - Deauville, França 2009 [27]
- The Bastard of Istanbul, Listada para o Orange Prize for Fiction, Londres 2008
- ECFR (European Council on Foreign Relations) Membro fundador[28]
- The Gaze, Listado para o Independent Foreign Fiction Prize, United Kingdom 2007 [29]
- Maria Grazia Cutuli Award - International Journalism Prize, Itália 2006
- The Flea Palace, Lista final do Independent Foreign Fiction Prize, United Kingdom 2005
- The Gaze, Melhor Romance da Union of Turkish Writers' Prize, 2000[30]
- Pinhan, The Great Rumi Award, Turquia 1998
Bibliografia
editar- Em turco
- Kem Gözlere Anadolu, 96pp, 1994, Evrensel, ISBN 9789757837299
- Pinhan, 224pp, 1997, Metis, ISBN 975-342-297-0
- Şehrin Aynaları, 280pp, 1999, Metis, ISBN 975-342-298-9
- Mahrem, 216pp, 2000, Metis, ISBN 975-342-285-7
- Bit Palas, 361pp, 2002, Metis, ISBN 975-342-354-3
- Araf (tradução de The Saint of Incipient Insanities), 352pp, 2004, Metis, ISBN 975-342-465-5
- Beşpeşe, 680pp, 2004, Metis, ISBN 975-342-467-1 (com Murathan Mungan, Faruk Ulay, Celil Oker e Pınar Kür)
- Med-Cezir, 254pp, 2005, Metis, ISBN 975-342-533-3
- Baba ve Piç (tradução de The Bastard of Istanbul), 384 pp, 2006, Metis, ISBN 975-342-553-8
- Siyah Süt, 303 pp, 2007, Doğan, ISBN 975-991-531-6
- Aşk, 420 pp, 2009, Doğan, ISBN 978-605-111-107-0
- Kâğıt Helva, 156pp, 2010, Doğan, ISBN 978-605-111-426-2
- Firarperest, 236pp, 2010, Doğan, ISBN 978-605-111-902-1
- İskender, 443pp, 2011, Doğan, ISBN 978-605-090-251-8
- Şemspare, 248pp, 2012, Doğan, ISBN 978-605-090-799-5
- Ustam ve Ben, 480pp, 2013, Doğan, ISBN 978-605-09-1803-8
- Em inglês
- The Saint of Incipient Insanities, 368pp, 2004, Farrar, Straus and Giroux, ISBN 0-374-25357-9
- The Flea Palace (tradução de Bit Palas), 260pp, 2005, Marion Boyars, ISBN 0-7145-3101-4
- The Gaze (tradução de Mahrem), 252pp, 2006, Marion Boyars, ISBN 0-7145-3121-9
- The Bastard of Istanbul, 368pp, 2006, Viking Adult, ISBN 0-670-03834-2
- The Forty Rules of Love: A Novel of Rumi, 368 pp, 2010, Viking Adult, ISBN 0-670-02145-8
- Black Milk: On Writing, Motherhood, and the Harem Within, 267 pp, 2011, Viking Books, ISBN 0-670-02264-0
- Honour, 352pp, 2012, Viking, ISBN 0-670-92115-7
- The Architect's Apprentice, 464pp, 2014, Viking Adult, ISBN 9780241004913
- Tradução em português
- A Bastarda de Istambul, 2015 Jacarandá Editora, ISBN 9789898752376
- 10 minutos e 38 segundos neste mundo estranho, 2021, HarperCollins, ISBN 978-6555111484
- A Ilha das Árvores Perdidas, 2022, HarperCollins, ISBN 9786555114348
Referências
editar- ↑ a b «Elif Shafak | Wook». www.wook.pt. Consultado em 3 de setembro de 2022
- ↑ a b Freely, Maureen (13 de agosto de 2006). The New York Times, ed. «Writers on Trial». Consultado em 14 de outubro de 2017
- ↑ «Elif Şafak honored at French Embassy - BOOKS». Hürriyet Daily News Hürriyet. 7 de julho de 2012. Consultado em 14 de outubro de 2017
- ↑ Goldberg, Michelle (25 de maio de 2010). New Republic, ed. «Lost in Translation». Consultado em 14 de outubro de 2017
- ↑ Journal of Turkish Literature, edição de junho 2009, [1]
- ↑ «Spanning the literary globe». The Independent. London. 4 de março de 2005
- ↑ Página web Fantastic Fiction, consultado em 8 Março 2018, [2]
- ↑ Fowler, Susanne (15 de setembro de 2006). The New York Times, ed. «Turkey, a Touchy Critic, Plans to Put a Novel on Trial». Consultado em 23 de agosto de 2011
- ↑ Jornal Hurriyet, 5 Setembro 2009, consultado em 8 Março 2018,[3]
- ↑ Página web Prix-Litteraires.net, consultado em 8 Março 2018, [4]
- ↑ Página web oficial do IDLA, [5]
- ↑ «Women's prize for fiction 2013 longlist». Consultado em 8 de março de 2018
- ↑ Página web Waterstones, consultado em 8 Março 2018,[6]
- ↑ «BBC 100 Women: quem está na lista de mulheres inspiradoras e influentes de 2021». BBC News Brasil. Consultado em 16 de dezembro de 2022
- ↑ [7]
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 18 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 1 de fevereiro de 2014
- ↑ [8]
- ↑ [9]
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 18 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2015
- ↑ [10]
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 18 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 25 de julho de 2013
- ↑ [11]
- ↑ [12]
- ↑ [13]
- ↑ [14]
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 18 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2015
- ↑ [15]
- ↑ [16]
- ↑ «News of the world: Independent Foreign Fiction Prize». The Independent. London. 19 de janeiro de 2007
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 18 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 13 de fevereiro de 2011
Ligações externas
editar- Elif Shafak Official Web Site
- Curtis Brown Literary and Talent Agency
- TED Talk: The Politics of Fiction
- http://twitter.com/elif_safak
- CNN Elif Shafak on The Power of Stories at TED
- CNN International Elif Shafak's Istanbul
- The Guardian Elif Shafak: Motherhood is sacred in Turkey
- BBC Radio World Service The Strand Elif Shafak 'Read My Country'
- Novel excerpt in Bosphorus Art Project Quarterly
- Book Preview: Elif Shafak's "Black Milk": On Writing, Motherhood and the Harem Within Qantara.de