Elipse (figura de estilo)

 Nota: Este artigo é sobre a figura de estilo. Para o conceito em geometria, veja elipse. Para outros significados, veja Elipse (desambiguação).

Elipse (do grego élleipsis, "omissão", através do latim ellipse) é a omissão de um termo da frase que seja facilmente subentendido.[1]

Exemplos

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  • "No mar, tanta tormenta e tanto dano" (em "Os Lusíadas" de Camões) - onde se omite o verbo "haver", ainda que seja óbvia a intenção do autor.
  • "Na sala, apenas quatro ou cinco convidados" (Machado de Assis) omite o verbo "haver".
  • "Quanta maldade na Terra" omite o verbo haver.
  • Na oralidade, quando alguém serve chá, pode perguntar "com ou sem açúcar?" - ainda que a frase não explicite que se está a referir ao chá, o próprio contexto serve para esclarecer o seu sentido.

Zeugma

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Zeugma é uma forma particular de elipse em que a expressão subentendida já foi mencionada anteriormente:

  • "O colégio compareceu fardado; a diretoria, de casaca." (Raul Pompeia).
  • João estava com pressa. Preferiu não entrar. ("Ele", "João", preferiu não entrar).

Elipse narrativa

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Em narrativa, elipse é a exclusão, pelo narrador, de determinados acontecimentos diegéticos, dando origem a vazios narrativos, mais ou menos extensos. A elipse é um processo fundamental da técnica narrativa, pois nenhum narrador pode relatar, com estrita fidelidade, todos os pormenores da diegese.

Referências

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 627.

Ligações externas

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