Com atuação no desenvolvimento e na gestão da produção de energia elétrica gerada a partir de fontes renováveis,[5] a Enel Green Power S.p.A é uma empresa do Grupo Enel.[6][7] Com atividades em 19 países e sede em Roma, também tem atividades em desenvolvimento em outros 5 países.[8] Distribuída por mais de 1300 centrais, a capacidade de geração de energia da companhia é de 64,7 gigawatts (2,4 GW Storage). De 4 de novembro de 2010 a 31 de março de 2016, a Enel Green Power foi listada no índice FTSE MIB (índice de referência do mercado de ações da Bolsa Italiana) da Bolsa de Valores de Milão, bem como na Bolsa de Valores de Madri e nas bolsas regionais de Valência, Barcelona e Bilbao.[9]

Enel Green Power
Enel Green Power
Razão social Enel Green Power S.p.A.
Empresa de capital aberto
Cotação Borsa Italiana: EGPW
BMAD: EGPW
Atividade Energia renovável
Fundação Dezembro de 2008
Sede Roma,  Itália
Proprietário(s) Enel
Pessoas-chave
Empregados 8.989 (2021) [4]
Produtos Energia eólica, Energia solar, Energia geotérmica, Energia hidroelétrica
Website oficial http://www.enelgreenpower.com

História

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Fundada em 1° de dezembro de 2008, a Enel Green Power centraliza as atividades da Enel relacionadas com a produção de energia a partir de fontes renováveis.

Desde a sua fundação, as operações da filial de energias renováveis na Itália, anteriormente desenvolvidas pela Enel Produzione Spa, bem como as atividades exercidas pela Enel Investment Holding no estrangeiro (Enel Latin America BV, Enel Erelis, Endesa) foram, progressivamente, transferidas para a Enel Green Power.[10]

Os Conselhos de Administração da Endesa e da Enel aprovaram, em 2010, a fusão das atividades da Endesa e da Enel Green Power realizadas no setor das energias renováveis na Espanha e em Portugal.

Entre os anos de 2011 e 2012, a companhia aumentou a produção de energia eólica em todo o continente americano. No Brasil, com uma produção inicial de 30 MW, foi inaugurada no estado da Bahia, a central Cristal,[11] a primeira de uma longa série de centrais eólicas. No mesmo período os Estados norte-americanos de Oklahoma e do Kansas, inauguraram as centrais Rocky Ridge[12] e Caney River,[13] com uma produção de 150 MW e de 200 MW, respectivamente.

Com uma produção de 85 MW, em 2012 também foi inaugurada a central hidroelétrica de Palo Viejo na Guatemala.[14]

Devido ao alto volume de negócios e baseado no conceito de sustentabilidade, surgiu, entre 2013 e 2015, um novo conceito no seio da Enel Green Power: “Criação de Valor Partilhado”.

Criado em 2011 por Mark Porter e Mark Kramer, que defendem que a sustentabilidade é o caminho a seguir em cada escolha e a abordagem estratégica é imperativa no domínio da concepção, da projetação, da construção e da gestão das centrais.

Cada etapa atribui particular cuidado à questão da proteção do meio ambiente, à utilização racional dos recursos, à promoção da segurança e da saúde no trabalho, à economia circular e à criação de novas oportunidades de desenvolvimento para as comunidades locais. No final de 2015, quando a capacidade instalada da Enel Green Power atingia os 11 GW, produzia 33,6 TWh de energia e estava presente em 23 países.

A busca pela sustentabilidade passou a ser uma questão prioritária para a Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), que em 2016 elaborou um plano de ação e definiu os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que deverão ser atingidos até 2030.

A Enel Green Power, que entre 2016 e 2018 consolidou a liderança mundial no setor das energias renováveis,[15] em resposta ao convite da ONU, passou a integrar os ODS na sua estratégia industrial. Dessa forma, a companhia comprometeu-se com o cumprimento dos objetivos relacionados com a educação de qualidade (ODS 4), as energias renováveis e acessíveis (ODS 7), o trabalho digno e o crescimento econômico (ODS 8) e o combate às mudanças climáticas (ODS 13).

Como exemplo, podemos citar os projetos nascidos a par da construção das centrais na África do Sul, em Metehara, na Etiópia (100 MW),[16] na Austrália (Bungala Solar)[17] e na América do Sul: com a entrada em funcionamento do parque eólico de Wayra I, no Peru, o arranque da central solar Rubì,[18] na Guatemala, onde se situa a central hidroelétrica El Canadà, e no México, o "cielito lindo", que permitiu à Enel Green Power ligar à rede elétrica mais de 1 GW de capacidade fotovoltaica e a construção dos parques eólicos Amistad (220 MW), Amistad II (100 MW) e Salitrillos (103 MW).[19]

A América Central, por sua vez, também é um ótimo exemplo da aplicação do modelo “Construir, Vender, Alienar”, que permite à Enel a redução do endividamento e a geração de lucros, ao mesmo tempo que mantém a gestão operacional das centrais. Os objetivos de desenvolvimento para os próximos anos estão baseados, sobretudo, nos mercados maduros onde a EGP já está presente e em novos mercados estratégicos, cujo potencial de produção de energia renovável é considerável, como o Canadá, a Austrália e a Índia.

Em 25 de outubro de 2023, a Enel Green Power anunciou a venda de suas participações na Romênia para a empresa grega Public Power Corporation S.A., conforme previsto no acordo de venda assinado em 9 de março de 2023. A operação enquadra-se no âmbito das Prioridades Estratégicas do Grupo, com o reposicionamento da Enel em países com maior presença integrada como Itália, Espanha, Estados Unidos, Brasil, Chile e Colômbia. [20][21]

Em dezembro de 2023, a Enel Green Power anunciou a venda de 50% da Enel Green Power Hellas para a Macquarie Asset Management. Em virtude do acordo, as duas empresas estabeleceram uma joint venture para co-gerir o atual portfólio de geração da Enel Green Power Hellas a partir de fontes renováveis, continuando a desenvolver os seus projetos[22].

Em 4 de janeiro de 2024, a Enel Green Power anunciou que havia concluído a venda para a ORMAT Technologies Inc. de um portfólio de aproximadamente 150 MW, incluindo usinas geotérmicas e solares operando nos Estados Unidos[23].

Em maio de 2024, a Enel anunciou que a Enel Perú, controlada pela empresa listada chilena Enel Américas, vendeu à Niagara Energy a totalidade das participações detidas nas empresas de geração de energia elétrica Enel Generación Perú e Compañía Energética Veracruz[24]. A venda, prevista no Plano Estratégico 2024-2026, está em linha com o objetivo de garantir ao Grupo uma estrutura financeira sólida e sustentável e de aumentar a participação de capital investido nas áreas geográficas onde o Grupo concentrou seu Plano Estratégico[25].

Em linha com a Visão 2040, em novembro de 2024 a Enel Green Power apresentou o seu plano estratégico 2025-2027 que atribuirá 12 mil milhões de euros em energias renováveis, aumentando a capacidade em 12 GW. O mix tecnológico é composto por mais de 70% de eletricidade terrestre e tecnologias distribuídas, oferecendo 76 GW de capacidade total até 2027.[26][27]

Na Austrália, onde a Enel Green Power está presente desde 2017, mantém 4 centrais solares localizadas no Sul da Austrália e em Victoria, com uma capacidade total de 310 MW e um parque eólico de 75 MW na Austrália Ocidental. Ao mesmo tempo, está em fase de arranque em Victoria uma central solar de 93 MW.[28] 50% da subsidiária Enel Green Power Australia foi vendida à INPEX em setembro de 2023, dando origem à gestão conjunta das propriedades.[29]

Em dezembro de 2024 nasceu a Potentia Energy, uma nova entidade de gestão conjunta entre a EGP e a INPEX para o desenvolvimento de projetos relacionados com energias renováveis, com mais de 7 GW de iniciativas já incluídas no plano de desenvolvimento que dizia respeito à eólica, energia solar, sistemas de armazenamento e projetos híbridos.[30]

Dados da Enel Green Power

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Em setembro de 2024, a EGP já operava nos cinco continentes, com mais de 1300 centrais em funcionamento. A Enel Green Power gerencia de 64,7 GW da capacidade renovável total.[31]

A Enel Green Power exerce, desde 2013, a sua atividade segundo o modelo de Criação de Valor Partilhado:[32] uma ação que tem como base a integração da sustentabilidade nos processos da cadeia de valor do negócio.

O formato centra-se em dois principais níveis: por um lado são estabelecidas as áreas de intervenção, potencialmente alinhadas com os objetivos da empresa e, por outro, são geradas oportunidades para a empresa, para a comunidade e para o ambiente. O resultado dessa estratégia consiste na criação de um modelo de negócio cada vez mais sustentável.

Para utilizar o modelo, a Enel Green Power parte da fase de crescimento dos negócios, analisando o contexto econômico, social, ambiental e cultural, a qual se segue a fase de Engenharia e Construção sustentável, tendo em vista calcular e diminuir os impactos, por meio de soluções sustentáveis em matéria de concepção e, por fim, a fase de Exploração e Manutenção, focada na criação de oportunidades de trabalho e em ações que têm como objetivo aumentar a eficiência operacional da central.[33]

Em 2016, após a Assembleia-Geral da ONU ter aprovado e apresentado os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a atingir até 2030, a EGP passou a englobar o modelo de Criação de Valor Partilhado e os ODS na sua estratégia industrial. Entre 2020 e 2021, a Enel Green Power lançou projetos com o objetivo de desenvolver hidrogénio verde.[34]

Quadro resumo da capacidade de produção de eletricidade em GW (*)

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Solar Eólica Hidroelétrica Geotérmica Biomassa Storage Total x Tecnologia
Europa 2,99 4,14 17,76 0,78 0,06 0,81 26,53
América do Norte 4,79 9,17 0,05 1,34 15,36
América do Sul 4,94 4,41 9,75 0,08 0,21 19,4
África 0,36 1,74 2,10
Oceânia 0,40 0,08 0,48
Ásia 0,42 0,34 0,76
Total EGP 13,90 19,88 27,56 0,86 0,06 2,36 64,7

(*) atualizado em 30/09/2024.[35]

Administração

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CEOs da Enel Green Power

  • Francesco Starace (17 de setembro de 2008 - 29 de maio de 2014)[36]
  • Francesco Venturini (30 de maio de 2014 - 27 de abril de 2017)[37]
  • Antonio Cammisecra (28 de abril de 2017 - 30 de setembro de 2020)[38]
  • Salvatore Bernabei (a partir de 1 de outubro de 2020)[39]

Projetos

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No começo de 2019 foi publicado que a Enel Green Power Brasil tinha começado a construir, no Estado do Piauí, o maior parque eólico da América do Sul e o maior da Green Power no mundo. Conhecido como Lagoa dos Ventos, o complexo entrou em operação em 2021.

A EGP também divulgou que iniciou a construção de cinco novos empreendimentos, sendo um solar e quatro eólicos, no Nordeste. Além do Complexo Eólico Lagoa dos Ventos, a subsidiária de energia renovável do Grupo Enel no Brasil também está construindo o Parque Solar São Gonçalo III e outros três projetos no Morro do Chapéu Sul, na Bahia, Cumaru no Rio Grande do Norte e Fontes dos Ventos em Pernambuco. Os investimentos estão orçados em cerca de R$ 5,6 bilhões.

Fontes dos Ventos II em Pernambuco

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Está sendo construído na cidade de Tacaratu, com potência de 99MW, o primeiro parque híbrido eólico e solar do Brasil.

Parque Solar São Gonçalo III no Piauí

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O Parque São Gonçalo III tem potência de 256MW e está sendo erguido na cidade de São Gonçalo do Gurgueia, mesmo lugar onde já está o Parque São Gonçalo. A estrutura será o maior parque solar da América do Sul.

Parque Lagoa dos Ventos III no Piauí

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Localizado em Dom Inocêncio, município do Piauí, o Lagoa dos Ventos III é um parque eólico com capacidade total para gerar cerca de 1,1GW e potência de 396MW. Será o maior parque eólico da Enel Green Power no mundo.

Parque Morro do Chapéu Sul II na Bahia

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CO novo parque, com 353MW, está localizado entre os municípios do Morro do Chapéu e do Cafanaum, na Bahia.

Parque Cumaru no Rio Grande do Norte

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Construído em São Miguel do Gostoso, o parque Cumaru, no Rio Grande do Norte, tem potência de 206 MW.

Referências

  1. Paolo Scaroni nominato nuovo presidente dell'Enel - Ansa
  2. Enel annuncia cambiamenti al top management - Ildenaro.it
  3. Enel annuncia cambiamenti al top management – Libero Quotidiano
  4. Enel - SUSTAINABILITY REPORT 2021
  5. Enel Green Power with new record for renewable generation in Italy - Think Geoenergy
  6. «Enel annuncia cambiamenti al top management» 
  7. ENEL Green Power spa - Photorama
  8. «Enel Green Power in the world». https://www.enelgreenpower.com/who-we-are 
  9. Romani, Angelica (29 de janeiro de 2021). «Nuovo record di capacità per Enel Green Power». https://www.milanofinanza.it/. Consultado em 22 de abril de 2022 
  10. Francesco Ricciuti, Francesco Renda (2010). Tra economia e politica: l'internazionalizzazione di Finmeccanica, Eni ed Enel. Firenze: University Press. pp. 88–90 
  11. «Enel Green Power completa il parco eolico di Cristal in Brasile». https://www.rinnovabili.it/. 9 de abril de 2014. Consultado em 21 de abril de 2022 
  12. «Enel Gp: al via parco eolico Rocky Ridge in Oklahoma» 
  13. Barlassina, Marco (28 de dezembro de 2011). «Enel Green Power: in rete il parco eolico di Caney River (Kansas) negli Stati Uniti». https://www.finanzaonline.com/. Consultado em 20 de abril de 2022 
  14. «Enel Green Power: in rete la centrale elettrica di Palo Viejo in Guatemala». https://www.impresagreen.it/. 15 de março de 2012. Consultado em 2 de maio de 2022 
  15. Danieli, Giorgio (21 de janeiro de 2020). «Rinnovabili, Enel Green Power si conferma leader globale». https://www.lastampa.it/. Consultado em 2 de maio de 2022 
  16. SALEMI, GIANCARLO (29 de abril de 2019). «Rinnovabili, così Enel Green Power punta sull'Africa». https://www.fortuneita.com. Consultado em 10 de abril de 2022 
  17. «Per Enel Green Power nuovo successo in Australia». https://energiaoltre.it. 11 de setembro de 2011. Consultado em 3 de fevereiro de 2022 
  18. «Enel Green Power avvia il più grande impianto fotovoltaico del Perù». https://www.kyotoclub.org/it. 28 de março de 2018. Consultado em 30 de abril de 2022 
  19. Fiore, Luca (28 de novembro de 2019). «Enel: maxi investimento nelle rinnovabili». https://www.money.it/. Consultado em 22 de abril de 2022 
  20. Serafini, Laura (9 de março de 2023). «Enel chiude l'accordo per l'uscita dalla Romania. Operazione con greca PPC da 1,26 miliardi». https://www.ilsole24ore.com/ 
  21. «Enel perfeziona cessione delle attività in Romania a PPC». https://finanza.lastampa.it/. 25 de janeiro de 2023 
  22. «Enel, chiusa la vendita di Green Power Hellas - Il Sole 24 ORE» 
  23. «Rinnovabili, accordo Enel-Ormat» 
  24. «Enel: fechamento de venda de ativos de geração no Peru - BNamericas» 
  25. «Enel: closing of sale of generation assets in Peru» 
  26. «Enel, più dividendi e investimenti nel nuovo piano 2025-27» 
  27. «Enel, nel piano al 2027 più investimenti e dividendi. Utile fino a 7,5 miliardi» 
  28. «Australia» 
  29. «Enel finaliza joint venture com a INPEX Corporation. 50% da Enel Green Power Australia vendida - FIRSTonline» 
  30. «Potentia Energy Revealed As New Brand For Leading Australian Renewable Energy Company - Potentia Energy» 
  31. «A Enel Green Power no mundo». https://www.enelgreenpower.com/ 
  32. Tagliaferri, Chiarina. «ENEL GREEN POWER E IL MINI EOLICO AZIENDALE». http://www.fotovoltaicosulweb.it/ 
  33. «CSR: la nuova cultura dell'agire d'impresa». https://www.ferpi.it/. 3 de outubro de 2014. Consultado em 1 de maio de 2022 
  34. O’Brian, Heather (15 de junho de 2020). «Enel prepares to produce green hydrogen». https://www.windpowermonthly.com/. Consultado em 19 de março de 2022 
  35. «Enel Green Power nel mondo». https://www.enelgreenpower.com/ 
  36. Biografia profissional de Francesco Starace - The Club of Rome
  37. Biografia profissional de Francesco Venturini - Enel
  38. Biografia profissional de Antonio Cammisecra - Rome Med
  39. Biografia profissional de Salvatore Bernabei - Enel Green Power