Tarântula-esqueleto

espécie de aracnídeo
(Redirecionado de Ephebopus murinus)

A Tarântula-esqueleto[2] (nome científico: Ephebopus murinus) é uma espécie de aranha pertencente à família dos terafosídeos (Theraphosidae) ou tarântulas,[3] subfamília dos aviculariíneos (Aviculariinae). Uma espécie do Novo Mundo, é nativa de vários países da América do Sul. Em 2007, foi classificada como vulnerável na Lista de espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção do Estado do Pará;[4] e em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[2][5]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaTarântula-esqueleto

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Arachnida
Ordem: Araneae
Família: Theraphosidae
Género: Ephebopus
Espécie: Ephebopus murinus
Nome binomial
Ephebopus murinus
(Walckenaer, 1837)
Sinónimos[1]
  • Mygale murina (Walckenaer, 1837)
  • Mygale bistriata (C. L. Koch, 1838)
  • Santaremia pococki (F. O. Pickard-Cambridge, 1896)
  • Eurypelma bistriatum (C. L. Koch, 1838)
  • Aphonopelma bistriatum (C. L. Koch, 1838)

Taxonomia

editar

A espécie foi descrita pela primeira vez por Charles Athanase Walckenaer em 1837 como Mygale murina.[1][6] Em 1892, Eugène Simon colocou-a em seu gênero Ephebopus.[7] Frederick Octavius Pickard-Cambridge a descreveu como Santaremia pococki em 1896 (criando um novo gênero).[8] Mais tarde, Reginald Innes Pocock (1903) sinonimizou S. pococki com E. murinus, que continua sendo o nome científico aceito da espécie até hoje.[9] O nome genérico, Ephebopus, é derivado do grego, significando "juventude" mais "pé", e o nome específico, murinus, vem do latim, significando "cor de rato".[10]

Descrição

editar

A tarântula-esqueleto adulta geralmente cresce até uma envergadura de cerca de 11 a 12 centímetros (4,5 polegadas), embora as fêmeas possam crescer até 15 centímetros (6 polegadas). As pernas são pretas, o abdome é pequeno e marrom, e a carapaça é cor de café ou dourada. A listra da perna parece a de Aphonopelma seemani, mas de cor mais amarelada.[11]

Distribuição e habitat

editar

A tarântula-esqueleto é uma espécie terrestre, semifossorial, que habita florestas de terras baixas, nativa do norte do Brasil, Guiana Francesa e Suriname.[1]

Comportamento

editar

Como defesa contra predadores em potencial, e em comum com muitas outras tarântulas do Novo Mundo, as espécies do gênero Ephebopus escovam os pelos urticantes de seus corpos. Excepcionalmente, em vez de estar localizado no abdome, os pelos urticantes de Ephebopus estão localizados nos palpos da aranha - no lado medial dos fêmures do palpo;[12][13] a aranha solta esses pelos esfregando o palpo contra as quelíceras.[14] A tarântula-esqueleto também é uma espécie rápida e agressiva, e prontamente se levantará e apresentará suas presas a um predador em potencial.[15]

Referências

  1. a b c «Taxon details Ephebopus murinus (Walckenaer, 1837)». World Spider Catalog. Museu de História Natural de Berna. Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada em 8 de julho de 2022 
  2. a b «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  3. «Ephebopus murinus (Walckenaer, 1837)». Integrated Taxonomic Information System (ITIS). Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada em 23 de julho de 2022 
  4. Extinção Zero. Está é a nossa meta (PDF). Belém: Conservação Internacional - Brasil; Museu Paraense Emílio Goeldi; Secretaria do Estado de Meio Ambiente, Governo do Estado do Pará. 2007. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022 
  5. «Ephebopus murinus (Walckenaer, 1837)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada em 23 de abril de 2023 
  6. Walckenaer, C. A. (1837). «Histoire naturelle des insectes». Paris: Aptères. 1: 1–682. Consultado em 23 de abril de 2023 
  7. Simon, E. (1892). «Histoire naturelle des araignées». Paris. 1: 1–256. Consultado em 23 de abril de 2023 
  8. Pickard-Cambridge, F. O. (1896). «On the Theraphosidae of the lower Amazons: being an account of the new genera and species of this group of spiders discovered during the expedition of the steamship "Faraday" up the river Amazons». Londres. Proc. Zool. Soc. Lond. 1896: 81–115 
  9. Pocock, R. I. (1903). «On some genera and species of South American Aviculariidae». Ann. Mag. Nat. Hist. 7. 11 (61): 81–115. doi:10.1080/00222930308678729. Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada em 9 de outubro de 2022 
  10. Beechhold, H. F. (2009). «A Key to the Pronunciation and Meaning of Scientific Names of Popular Species». American Tarantula Society, Forum. Consultado em 28 de fevereiro de 2010. Cópia arquivada em 7 de maio de 2012 
  11. «Skeleton Tarantula Ephebopus murinus». Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada em 2 de maio de 2021 
  12. Foelix, Rainier; Rast, Bastian; Erb, Bruno (2009). «Palpal urticating hairs in the tarantula Ephebopus: fine structure and mechanism of release». The Journal of Arachnology. 37 (3): 292–298. doi:10.1636/sh08-106.1. Consultado em 23 de abril de 2023 
  13. Marshall, Samuel; West, Rick C. (novembro de 2008). «An Ontogenetic Shift in Habitat Use by the Neotropical Tarantula Ephebopus murinus (Araneae, Theraphosidae, Aviculariinae. Arachnology. 14 (6): 280-284. doi:10.13156/arac.2011.14.6.280. Consultado em 23 de abril de 2023 
  14. Bertani; Vuolo Marques (1996). «Defensive behaviors in Mygalomorph spiders: Release of urticating hairs by some Aviculariinae (Araneae, Theraphosidae (PDF). Zoologischer Anzeiger. 234: 161–163. Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 14 de novembro de 2021 
  15. Marshall, Samuel D. (2001). Tarantulas and Other Arachnids - Everything about Purchase, Care, Nutrition, Behavior, and Housing. Hauppauge, Nova Iorque: Barron's Educational Series. p. 71. ISBN 978-0-7641-1463-2. Consultado em 23 de abril de 2023