O espermograma é um exame complementar inicial na avaliação de homem infértil [1], é um tipo de exame que analisa as condições físicas e composição do sêmen humano. É explorado para avaliar a função produtora do testículo e problemas de esterilidade masculina.[2] Conforme alguns estudos, a ejaculação frequente reduz a percentagem de ADN danificado no esperma.[3] [4] Convém ressaltar que a constatação de um espermograma alterado não indica infertilidade masculina, é preciso no mínimo dois ou três exames para estabelecer o perfil do indivíduo.[1]

Sêmen humano logo após a ejaculação. As áreas claras (que aparecem negras ou marrom devido ao fundo preto) estão começando a se liquefazer

Preparo do paciente

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Antes de realizar o exame, o paciente deve ficar em abstinência sexual de três (mínimo) a cinco dias (máximo), período em que também não deve se masturbar, pois a quantidade e qualidade do esperma é afetada pela quantidade de vezes que o homem ejacula.[5]. Ejaculações frequentes causam alterações de volume ejaculado e abstinência prolongada causa alteração de motilidade e vitalidade dos espermatozoides, induzindo a erro na interpretação final do exame.[1]

Coleta

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Para a coleta, o método masturbatório é o de escolha, preferencialmente realizado dentro do próprio laboratório, usando como coletor de esperma uma placa de Petri ou frasco de boca larga estéril. Todavia, existe outro método como o coitus interruptus.[5]. Independentemente da forma de coleta, a manipulação de gametas obedece aos parâmetros propostos pela Organização Mundial da Saúde.[1]. A técnica usando preservativo de borracha, que consiste na masturbação com um preservativo a fim de recolher o esperma, deve ser evitado, ao menos se existir a certeza de que não contenha espermicidas. Neste último caso, o preservativo contendo esperma é amarrado e envolvido em um pano, colocado debaixo da roupa próxima ao corpo e levado imediatamente ao laboratório.[5]

Exame macroscópico

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Volume

Em média 3 ml (3 e 5 ml) para homens de idade abaixo da linha de 40 anos. Volumes menores ou iguais a 0,5 ml tem alta possibilidade de serem patológicos.[5]

Consistência

No ato da ejaculação é de consistência gelatinosa. Posteriormente, entre 30 e 60 min.[6], torna-se liquefeito em contato com o ar. Se for ejaculado já líquido, pode-se dizer que há uma pobreza de espermatozoides; se muito espesso é anormal.[5]

Cor

Branco-acizentado e opalescente. Se o indivíduo passar muito tempo sem fazer sexo ou masturbar-se torna-se amarelado.[5]

Reação

pH normal varia entre 7,2 e 8,0.[6]

Exame microscópico

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Espermatozóide humanos corados observados ao microscópio

Após ocorrer fluidificação, o esperma é coletado com pipeta ou micropipeta colocado em lâmina comum ou especial para sua visualização pelo microscópio. Normalmente são vistos os espermatozoides em grande número e extremamente agitados. Caso não exista nenhum, o material deve ser centrifugado, medida necessária em casos de oligospermia.[5]

Morfologia

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Técnica utilizando esfregaço e coloração, nota-se as características da cabeça, cauda e corpo dos espermatozoides. É normal existir 30% de formas anormais (cabeça globosa, cauda bífida, cauda curta ou ausência de cauda).[2]

Contagem

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Um valor igual ou maior que 15 milhões por mililitro é considerado normal.[7] Casos de hiperespermia não podem ser considerados patológicos; casos de hipospermia e oligospermia são resultados ditos anormais.[5]

Motilidade

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Feita através de coloração tem como índice de normalidade 50% das formas móveis após 1h.[6]

Fatores que podem interferir nos exames

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Tabagismo

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A nicotina está associada a altos índices de infertilidade. Ratos (Norvegicus albinus) tratados com Nicotina Sulfato L-1 Metil-2 (3-Piridil)-Pirrolidina Sulfato- grau II- PM 422-6 SIGMA tiveram seus epidídimos e testículos analisados, os mesmos não apresentaram diferenças macroscópicas em relação ao tamanho e coloração em relação ao grupo controle, entretanto, na análise histopatológica os Epidímios apresentaram congestão e hemorragia, os testículos tiveram alterações circulatórias, sugerindo que a nicotina pode diminuir a fertilidade dos machos.[8]

Notas e referências

  1. a b c d Júnior, Archimedes Nardozza, 2010. Manual de Urologia
  2. a b MILLER, Otto. et al. Laboratório para o clínico. 8.ed. São Paulo: Atheneu, 1999.
  3. Ejaculação diária eleva qualidade de esperma
  4. ejaculação frequente melhora qualidade de esperma
  5. a b c d e f g h LIMA, A. Oliveira. et. al. Métodos de Laboratório Aplicados à Clínica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001
  6. a b c STRASINGER, Susan K., 2008. Urinalysis and Body Fluids
  7. Concentração de espermatozoides
  8. Lima, Vania Maria, 2012. Estudo histopatológico do efeito da nicotina nos testículos e epidídimos de ratos

Ver também

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