Esquadrão N.º 285 da RAAF

O Esquadrão N.º 285 é um esquadrão de treino da Real Força Aérea Australiana (RAAF). Controlado pela Asa N.º 84, o esquadrão foi formado em Agosto de 1999 e é responsável pelo treino de tripulações aéreas e de terrestres nos Lockheed Martin C-130J Hercules da RAAF. O esquadrão não controla nenhuma aeronave, contudo possui um simulador de voo usado para converter tripulações para o Esquadrão N.º 37. Tem também em sua posse algumas fuselagens do C-130 para uso em determinados treinos, além de pilotar aeronaves do Esquadrão N.º 37 sempre que necessário. Desde a sua formação, o Esquadrão N.º 285 tem estado localizado na Base aérea de Richmond, a oeste de Sydney.

Esquadrão N.º 285

Brasão da Esquadrão N.º 285
País Austrália
Corporação Real Força Aérea Australiana
Subordinação Asa N.º 84
Missão Treino de tripulações para o C-130J Hercules
Período de atividade 24 de Agosto de 1999 – presente
Comando
Comandante Jason Baldock[1]

Missão e equipamento

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Um membro do Esquadrão N.º 285 a simular o lançamento de um paraquedista na rampa de um C-130 Hercules da RAAF, com membros do Esquadrão N.º 37, durante um exercício em Agosto de 2015

O Esquadrão N.º 285 é responsável pelo treino de tripulações aéreas e de pessoal de manutenção dos aviões de transporte Lockheed Martin C-130J Hercules da Real Força Aérea Australiana (RAAF).[2][3] Opera a partir da Base aérea de Richmond, em Nova Gales do Sul, e está subordinado à Asa N.º 84, que é parte do Grupo de Mobilidade Aérea.[4]

Doze aeronaves C-130J são operados pelo Esquadrão N.º 37, que também se encontra colocado na Base aérea de Richmond e está subordinado à Asa N.º 84.[5] As aeronaves são geralmente pilotadas por dois pilotos e um loadmaster; a missão principal deste meio aéreo é o de providenciar transporte aéreo táctico na Austrália e além-mar, transportando tropas e mercadorias, além de realizar evacuações aeromédicas, busca e salvamento e missões de largada de mercadoria.[5][6]

O esquadrão opera um simulador de voo usado para converter tripulações para o C-130J, além de outros modelos do C-130 para treino do loadmaster. Possui também uma gama de ferramentas de treino computorizadas e pode pilotar os C-130 do Esquadrão N.º 37 sempre que necessário.[7] Além de treinar novas tripulações aéreas para o C-130J, o simulador de voo também é usado pelas actuais tripulações "qualificadas" para treinarem e manterem o nível de precisão.[8]

O Esquadrão N.º 285 lecciona geralmente dois cursos de conversão de pilotos e dois cursos para navegadores todos os anos.[9] Cada curso de seis meses inclui aproximadamente 120 horas de treino no simulador e 30 horas de voo nas aeronaves. O curso culmina com um modulo de operações aerotransportadas, que inclui voo em formação, lançamento de carga e homens, aterragens nocturnas e simulações de combate aéreo usando o sistema de auto-defesa do C-130J, isto para preparar as tripulações aéreas para as operações que poderão ter que realizar se forem destacadas para o Médio Oriente. Depois do curso, as tripulações são colocadas no Esquadrão N.º 37.[9][10] O Esquadrão N.º 285 pode leccionar mais de trinta cursos para os tripulantes de terra e o pessoal mecânico, sendo que os cursos podem durar tanto um dia como cinco semanas.[9]

História

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Um C-130J Hercules da RAAF durante um exercício em Janeiro de 2015

O Esquadrão N.º 285 foi formado no dia 24 de Agosto de 1999 na Base aérea de Richmond, sob o comando do Líder de Esquadrão Peter "Zip" Szypula.[11][12] Inicialmente sob o controlo da também recém-formada Asa N.º 85, o esquadrão tomou conta das funções do treino do Esquadrão N.º 33 (que operava aviões Boeing 707), do Esquadrão N.º 36 (C-130H Hercules), do Esquadrão N.º 37 (C-130J Hercules) e da Asa N.º 503 (manutenção de aeronaves). Foi equipado com três simuladores de voo: um do 707, e um para cada versão do C-130.[13] O esquadrão começou a operar um simulador de voo denominado full-flight mission simulator (FFMS) para os C-130H em 2003, altura que coincidiu com o destacamento dos C-130H para o Médio Oriente. Substituindo os simuladores normais do C-130H, o FFMS foi usado para treinar pilotos, navegadores e engenheiros de voo.[14] A meio do ano de 2006, a Asa N.º 85 foi dissolvida e o Esquadrão N.º 285 passou para o controle da Asa N.º 84.[15][16] As operações realizaram com os aviões C-130 ficaram concentradas no Esquadrão N.º 37 em Novembro de 2006, antes da transferência do Esquadrão N.º 36 para a Base aérea de Amberley e do re-equipamento com aviões Boeing C-17 Globemaster III.[17]

Em Junho de 2008, o Boeing 707 foi retirado de serviço.[11] Em Abril de 2009, o Esquadrão N.º 285 foi nomeado como a unidade de treino mais competente do ano anterior.[18] O Esquadrão N.º 37 juntou-se ao Esquadrão N.º 285 sob a Asa N.º 84 em Outubro de 2010, quando foi transferido a partir da Asa N.º 86.[19] Os C-130H foram retirados de serviço em 2012, juntamente com o respectivo simulador de voo; este simulador permaneceu em Richmond até 2016, quando foi enviado para Jacarta para apoiar o treino de tripulações dos antigos C-130H da RAAF que foram transferidos para a Força Aérea da Indonésia.[14] O Esquadrão N.º 285 ficou responsável (juntamente com o Esquadrão N.º 33) pelo treino de hospedeiros de bordo dos aviões a jacto VIP da RAAF até 2015, quando o Esquadrão N.º 34 estabeleceu a sua própria secção de treino e assumiu essa responsabilidade.[20] Os FFMS do C-130J foram ligados a uma rede virtual de exercício em Agosto de 2015, permitindo que os militares que o operassem pudessem interagir, pela primeira vez, com outros participantes de exercícios na Austrália, nos Estados Unidos e no Reino Unido.[21][22] Em Fevereiro de 2016, de acordo com o comandante do Esquadrão N.º 285, 90% do treino do C-130 era realizado no FFMS.[1] Em Março, um jardim e um marco comemorativo foi inaugurado em Richmond em tributo ao comandante inaugural do esquadrão, Zip Szypula, que morreu em Março de 2001 juntamente com um parceiro e a sua filha numa avalanche nos Himalaias, enquanto se preparavam para subir o Monte Everest.[12][23]

Referências

  1. a b Pittaway, Nigel (13 de fevereiro de 2016). «Synthetic Environment Supports Australian C-130J Training Remediation Program». Defence News. Consultado em 22 de julho de 2017 
  2. «No. 285 Squadron role». Royal Australian Air Force. Consultado em 22 de julho de 2017. Cópia arquivada em 26 de agosto de 2017 
  3. «Air Mobility Group» (PDF). Serving Australia's Interests. p. 49. Consultado em 22 de julho de 2017. Cópia arquivada (PDF) em 10 de maio de 2017 
  4. «No. 84 Wing». Royal Australian Air Force. Consultado em 22 de julho de 2017. Arquivado do original em 18 de Fevereiro de 2017 
  5. a b «Today's No. 37 Squadron» (PDF). No. 37 Squadron 70th Anniversary. Royal Australian Air Force. p. 3. Consultado em 22 de julho de 2017. Cópia arquivada (PDF) em 26 de março de 2016 
  6. «C-130J Hercules description and specifications». Royal Australian Air Force. Consultado em 22 de julho de 2017. Cópia arquivada em 7 de julho de 2017 
  7. «No. 285 Squadron aircraft». Royal Australian Air Force. Consultado em 22 de julho de 2017. Cópia arquivada em 26 de agosto de 2017 
  8. Hamilton, Eamon (10 de setembro de 2015). «Virtual missions go global». Air Force. 57 (17). p. 9. Consultado em 22 de julho de 2017 
  9. a b c «No. 285 Squadron operations». Royal Australian Air Force. Consultado em 22 de julho de 2017. Cópia arquivada em 26 de agosto de 2017 
  10. Hamilton, Eamon. «Finale for pilots with flare». Air Force. 58 (11). p. 12. Consultado em 22 de julho de 2017 
  11. a b «No. 285 Squadron history». Royal Australian Air Force. Consultado em 22 de julho de 2017. Cópia arquivada em 26 de agosto de 2017 
  12. a b «In memory of Zip». Air Force. 58 (8). p. 8. Consultado em 22 de julho de 2017 
  13. «No. 85 Wing». Royal Australian Air Force. Consultado em 22 de julho de 2017. Cópia arquivada em 11 de dezembro de 2007 
  14. a b Noblet, Matthew. «Simulator on the move». Air Force. 58 (7). p. 9. Consultado em 22 de julho de 2017 
  15. «ADF Units and Establishments» (PDF). Annual Report 2004–05. Department of Defence. p. 345. Consultado em 22 de julho de 2017. Cópia arquivada (PDF) em 10 de maio de 2017 
  16. «ADF Units and Establishments». Annual Report 2005–06. Department of Defence. Consultado em 22 de julho de 2017. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2017 
  17. Hamilton, Eamon. «Dawn of a new era». Air Force. 48 (22). Consultado em 22 de julho de 2017. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  18. «Air Force's best of 2008 named» (PDF). Air Force. 51 (6). 16 de Abril de 2009. p. 6  Cópia arquivada em 25 de agosto de 2016.
  19. «RAAF restructures Air Lift Group». Australian Aviation 
  20. Noblet, Matthew. «Our first to graduate». Air Force. 58 (1). p. 10. Consultado em 22 de julho de 2017 
  21. «Virtual exercise for RAAF aircrew». Australian Defence Magazine. Consultado em 22 de julho de 2017 
  22. «RAAF takes part in 'Virtual Flag'». Australian Aviation. Consultado em 22 de julho de 2017 
  23. «Army overhaul after Everest tragedy». The Sydney Morning Herald. 3 de junho de 2003. Consultado em 22 de julho de 2017. Cópia arquivada em 26 de agosto de 2017